domingo, 6 de setembro de 2015

O legado de 2011-2012


”De tudo ficam três coisas:/A certeza de que estamos sempre começando,/A certeza  de que  precisamos continuar,/A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar./Portanto, devemos fazer da interrupção um caminho novo,/da queda, um passo de dança, do medo uma escada,/ Do sonho uma ponte, da procura um encontro”(Fernando Pessoa).

Existem anos que nunca terminam: 1968 foi um deles, e este escriba  era um adolescente à época da  transformação  social empreendida pelos  babyboomers  com o woodstock, e a tríade  sexo, drogas e rock em roll; 2001 com o evento “ataque e destruição das  torres gêmeas “foi outro ícone, e, 2011-dez anos depois, com  a crise econômica do mundo desenvolvido, somado à primavera árabe, nos transmite a mesma sensação de que um novo  tempo de mudanças apenas está iniciando.

Uma era de oportunidades e de mudanças que nos colocam desafios como Nação, que peço vênia ao leitor amigo para  enumerar: primeiro  realizar um a revolução educacional, segundo  uma revolução sanitária - em paralelo com a revolução sociológica e  a partir de reformas estruturais  que propiciarão a   implantação da igualdade social,(as reformas tributária, política e fiscal), pois não queremos repetir a Grécia de 2011. Em terceiro seria desejável a construção de um marco de gestão ambiental no País, como bechmarking  para o mundo, aproveitando nossas vantagens comparativas inatas. Sobre este tema é relevante  lembrar a Rio +20 summit, que se  realizará agora  em 2012 com temas caros ao mundo como as medidas necessárias para evitar maiores desastres climáticos com o aumento da temperatura da Terra. Vale lembrar que a construção de Belo Monte vai  em sentido contrário a este paradigma, haja vista seu planejamento ter acontecido antes da agudização dos eventos do clima. Uma obra cujos impactos sociais e ambientais sequer são conhecidos em sua totalidade - e o debate que querem calar,  deveria ter acontecido democraticamente antes da tomada de  decisão da construção.

Há também que  que se  Lutar pela consolidação da  reforma  do judiciário não permitindo retrocessos no controle externo deste poder pela  procuradoria do CNJ. Aplicar a lei ficha limpa, apesar do STF e de seu casulo de mediocridade (“aos amigos tudo”)  e espirito de corpo. Se quisermos  poderemos fazer  em cinco anos  principal revolução  necessária ao  País, a educacional, e  para tanto precisaremos de menos recursos e energias do que estamos devotando à FIFA para realização da Copa de 2014: vide os acordos ora realizados no Congresso Nacional  para votação de legislações   específicas, muitas delas deletérias ao arcabouço institucional e jurídico da Nação, como o favorecimento  de stackholders  de cervejarias através de venda de álcool em estádios. A revolução sanitária  a meu ver é simples de ser feita, e junto com ela deixaríamos de gastar vários bilhões de dólares ano com o  SUS: basta sanearmos as cidades brasileiras, construindo estações de tratamento de água e esgoto  além de aterros sanitários. Estas metas estratégicas farão girar a economia e os resultados  ficarão para sempre como marcos  favoráveis às atuais e futuras gerações de brasileiros, aos invés dos elefantes brancos que se converterão após a copa, vários estádios de futebol agora em construção.

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor

debatef@debatef.com

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