Na recente visita
de Dilma Roussef à Cuba, ao responder uma pergunta sobre direitos humanos na
ilha, a presidente se enfiou numa saia
justa, ao comparar Cuba aos Estados do Brasil e EUA, este principalmente por
causa dos eventos de Guantánamo. Conseguiu
com isso um dos piores incidentes diplomáticos já vividos por um primeiro mandatário
nacional, repetindo e agravando, o desastre que foi a declaração de Lula em visita
anterior, comparando os dissidentes cubanos à bandidos e traficantes
brasileiros. Nossa autoridade máxima queria fechar, romântica e perigosamente
os olhos, para homenagear seu passado de guerrilheira e revolucionária- que
hoje respeitamos, mas o mundo mudou presidente, e prova disso é que a senhora é
a primeira mulher presidente deste País. Não precisava acrescentar esta
lambança ao seu belo currículo Lattes.
Todavia,
não é só os representantes do PT no executivo do planalto central que
reproduzem tais erros. Governos municipais, estaduais de vários partidos além
do judiciário em todo território nacional, nos brindam com situações dignas do
velho trio, ”Os trapalhões”- com o perdão aos artistas ainda vivos e exemplos
de profissionalismo e arte. Por exemplo, o PSDB de São Paulo ao promover a
bárbara desocupação da localidade Pinherinhos com sua truculenta polícia, atendendo
uma decisão judicial insensível e polêmica de reintegração de posse, em favor
de um notório usurpador social-construiu uma efeméride negativa, e um vexame
perante a comunidade mundial, mostrado pelas mídias aos quatro ventos - uma
vergonha!
Já o PSD de
Kassab, fez coisa pior: resolveu higienizar a região da Cracolândia também com
a polícia do PSDB de Alkimin, tudo visando confundir o eleitor que vota em
novembro para prefeito da cidade de São Paulo- o terceiro maior orçamento do
País. Note-se que este realmente é um problema - chaga da cidade que se arrasta
há pelo menos dez anos e atravessou várias administrações. Sabe-se também que é
mais fácil trabalhar o tangível, qual seja demolir casas, pintar muros e lavar
calçadas-difícil, e foi o que não fizeram, é promover um sistema que promova
recuperação física, emocional e espiritual de pessoas, escravas de um vício que
incorpora a rua como parte da doença. Cadê os profissionais de saúde pública
destes governos? Não viram que só fizeram espalhar estas vidas por outras ruas
da metrópole causando mais dor e sofrimento inclusive para familiares co-dependentes?
Concluo
saudando a decisão do STF, que autorizou o CNJ a investigar as contas
milionárias dos barões da justiça nacional que segundo a procuradora nacional -“alguns
são bandidos de toga”, fazendo uma ressalva: foi o próprio STF em 12 de agosto
de 1992 - em seção administrativa, presidida por Nelson Jobim-que encheu as
burras do judiciário e MPF, ao criar a PAE, ou norma que estabelece isonomia
entre poderes com efeitos retroativos à década de 90: uma derrama de bilhões de
reais, pois foi estendida ao poder judiciário e ministérios públicos estaduais.
O que o STF fez, cumprindo agora sua missão, foi garantir ao CNJ o poder de
abrir processos contra magistrados expostos no COAF e suspeitos de malversação
de recursos, sem ter de esperar as corregedorias locais viciadas muitas vezes
pelo compadrio. Isto não aconteceria naquela ilha, senhora presidente!
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
Nenhum comentário:
Postar um comentário