quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A Educação e a Fome


“O Homem não é nada além do que a educação faz dele”
Immanel Kant

Revisito hoje um artigo de oito anos atrás em que indagava como o famoso rock: Você tem fome de que? Educação, eu completo, além de comida... bebida, diversão e arte- que ainda é a resposta do verso. Faz parte- e pra ser feliz, devemos assim, compor um hino à qualidade de vida. Mas até para reconhecer isso e preciso de professor e escola de qualidade. Sem eles não se tem a luz. E claro, depois vem a comida. É esta nossa fonte de sobrevivência, além de cultura e prazer, mesmo quando não se pode comer um macarrão com molho de tomate da mama aos domingos, por causa da inflação dilmista. Contudo, ainda há falta de alimento para bilhões de pessoas no mundo, e para milhares aqui ao nosso lado. E se não bastasse essa ausência de “fome zero”, a realidade nos remete para intoxicações e contaminações de alimentos diariamente, pelo abuso no uso de agrotóxicos que fazem do Brasil o maior consumidor mundial desses venenos, além do paradoxal desperdício, que em alguns itens chega a mais de 50% entre o produtor e a nossa mesa, haja vista as perdas da maior safra de grãos de nossa história, derramada pelas estradas engargaladas, contaminadas em caminhões, num atentado à ciência logística e ao bom senso.

Bem dizia meu avô: “bicho de goiaba é goiaba”. Mas no tempo dele não se derramava tanto veneno de avião. Hoje quando vejo um bichinho desses, sorrio e aprovo a fruta porque como indicador biológico, ele me passa a mensagem: ”Se eu sobrevivi você sobreviverá também”. 

Quanto à bebida, por exemplo, endemicamente temos casos de Mal de Chagas registrados principalmente no norte e nordeste em bebidas como o açaí e caldo de cana, e todas as vezes que há este tipo de ocorrência, uns sem número de subnotificações acontecem, ou seja, muita gente adoece ou morre, sem que a autoridade sanitária tenha o registro correto da causa.

O que dizer da diversão e arte? Dar risadas, estudos comprovam, - é um antídoto pra depressões a e a falta da libido, além de grande aliado na higidez do corpo contra doenças. Mas o que o cenário artístico e cultural de uma cidade do interior como Uberlândia oferece? Quase nada! Daí a se louvar a proposta da terceira conferência municipal de cultura do novo governo- ainda uma promessa - para diagnosticar a fome de cultura e lazer em nosso povo, que deveria consumir cultura e arte, como se come arroz com feijão e se bebe caldo de cana. A grande sacada dos americanos para dominar o mundo foi o paraíso dos filmes de Hollywood. Hitler até tentou com museus, artistas, e música clássica de Wagner. Quando não se conquista pela força, se chega a bastiões antes inacessíveis de uma nação pela estratégia do conhecimento, da cultura e da arte. Viva Bibi Ferreira que estreia na Broadway aos 90, levando nossa cultura e arte ao mundo. Precisamos das milhares de Bibi que estão sem brilhar ainda.

Jose Carlos Nunes Barreto
Professor doutor

debatef@debatef.com

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