“Aprenda a lutar”
Sun Tzu
O senador e ex-ministro
da educação Cristovam Buarque, escrevendo artigo sobre educação no jornal Valor
Econômico de 7/01/2005 demonstra que apenas 1,09% do orçamento de 683 bilhões
da república são necessários para se fazer uma revolução educacional no Brasil,
12o economia do mundo. Segundo o professor- senador o Brasil é
um dos raros países com maioria de população de baixa renda em que o PIB
e a carga fiscal já permitem a realização de um choque de políticas públicas
para superar a exclusão social. Ivan Santos, meses atrás em editorial do
CORREIO, destacou as migalhas do orça mento da União–6 bilhões de reais- para o
“bolsa–esmola”, que caem da mesa do banquete de 147 bilhões de reais pagos
religiosamente à banca internacional. A sobra, primeiro é disputada a unhas e
dentes pelos representantes dos falcões de nossas elites nos parlamentos.
A revista veja de12/02/2005 mostra a revolução que a educação básica fez no PIB
da Coréia do sul. Eis o ponto, também destacado na revista Carta Capital de
29/12/2004 por Gustavo Ioschpe: A educação básica é o nó que precisa ser
desatado. A repetência passa de 20% ao ano, a evasão faz com que 2,5 milhões de
alunos/ano deixem a escola todo ano. Os resultados do sistema de Avaliação da
Educação Básica (SAEB) mostram que mais da metade das crianças de quarta
série estão em nível crítico ou muito crítico. Só um quarto da população
brasileira consegue ler e entender uma notícia de jornal ou realizar
operações aritméticas concatenadas. Em suma enquanto o mundo entra na era do
conhecimento, nós mal conseguimos alfabetizar. Porque isso acontece? Impossível
falar de alunos sem olhar de perto seus professores e estes não consegue
transmitir conhecimentos porque eles mesmos não os têm em nível necessário. Não
discutiremos a tão decantada questão do salário, já que empiricamente estudos
mostram não existir relação significativa entre ele é a performance dos
alunos.(deixo claro a indignidade do salário da maioria de professores deste
país). O que realmente “pega” é a falta da educação de base para os futuros
professores, além da parca existência de cursos de magistério que burilem
competências técnicas e desestimulem a forte carga ideológica do professorado nacional-
uma questão de foco. Ainda segundo Ioschpe (autor de “A ignorância custa um
mundo-o valor da Educação no Desenvolvimento do Brasil”-ed.W11-2004)é
necessário instituir incentivos que premiem a qualidade, além de desmontar as
conexões políticas que nomeiam diretores, e que por isso não utilizam
ferramentas de avaliação da Qualidade(como é feito em empresas que
conseguem chegar à excelência) para não desagradar seus
professores-eleitores, os quais preferem culpar pelo seu fracasso o
capitalismo, o governo, ou pasmem, seus próprios alunos!
No século
passado Fidel Castro fez uma revolução em Cuba, gostemos ou não dela. Concordo
com o senador: nossa Sierra Maestra está nas comissões de orçamento dos
parlamentos federal, estadual e municipal. Você já aprendeu a lutar?
José Carlos Nunes barreto
Professor Doutor
nunesbarreto@debatef.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário