sábado, 28 de maio de 2016

A Quarta Revolução


“A vida só é possível reinventada/anda o sol pelas campinas/ E passeia a mão dourada/ pelas águas, pelas folhas.../Há! Tudo são bolhas/ Que  vêm de fundas piscinas/De ilusionismo,,,-mais nada/Mas a vida, avida, a vida/ A vida só é possível  reinventada. ”Cecilia Meireles

A função da Academia  e  Think Thanks em tempos de crise é apontar caminhos para a sociedade. Aliás, antever as crises, e evita-las está entre as metas que estes  players teimam em não cumprir, imobilizados em abraços de afogado com políticos e governantes cegos.
No excelente livro”A quarta Revolução”, os autores John Micklethwait  e   Adrian Wooldrige, cumprem esta regra ao anunciarem a falência do estado e alertarem para as grandes transformações previstas em escala global  em função do uso massivo de inovações tecnológicas, de tal monta ,que com os novos usos da tecnologia da informação as democracias correrão perigo.
E esta é uma boa leitura que recomendo  para  os próximos  feriados,  pois quem lê um livro assim muda primeiro a si mesmo, depois muda o mundo. Principalmente ao constatar, algo desesperador, que contratamos para a Nação mais uma década perdida, por causa da miopia estratégica de governantes de plantão. Onde o desemprego estrutural entre os jovens que ajudamos a formar, está infelizmente entre os subprodutos desses tempos de  ilusionismo  a que se refere a poetisa em tela.
O Brasil figura, ao lado, ao lado da África do Sul, Itália, e sudeste asiático, na lista de  países e regiões onde os impactos da quarta revolução industrial serão predominantemente negativos, informam os painéis de discussão do último fórum econômico mundial em Davos na Suíça.
Para contornar esta situação será necessário investir primeiro em qualificação de pessoas, e depois reformar o estado, utilizando principalmente os orçamentos  Legislativos para  investir em inovações tecnológicas e sustentabilidade-temos massa crítica para isso. Por exemplo, As inovações em start ups  em curso  no universo de produção de energia e no uso de tecnologia da informação, até 2020, impactarão nossa mão de obra reduzindo-a em6% pela otimização dos postos de trabalho ,Todavia, segundo os especialistas, há um contraponto que aquece a alma: o setor de mobilidade e logística no Brasil, e notadamente em Uberlândia terá uma janela de oportunidades jamais vista até hoje e poderá ser o trator a nos tirar da imobilidade. O novo governo de Uberlândia a ser eleito em novembro deve aliar  gestão e inteligência para explorá-la.
Já a área de relações internacionais das Academias deveriam, a meu ver redirecionar pesquisas ,patentes e artigos visando  países do oriente como Singapura, que reformou o estado e prepara seus alunos para esta nova era. E seus efeitos de benchmarking já atingiram a china e EUA, e estão se irradiando para países da região como Arábia Saudita, Bahrem, Omã, Quatar, Emirados árabes Unidos, e quem diria? Já chegaram ao Chile aqui pertinho, ao México, Índia e Turquia...Porque estaríamos fora disso?
Saúdo neste contexto, a visão do novo chanceler brasileiro, José Serra, que  está apenas há doze dias no poder, mas já disse a que veio: Realizar como em 1808,- abertura do País ao mundo  do conhecimento, da inovação e da iluminação dos talentos nacionais -para voltarmos à rota  no nosso destino de grandeza: Reinventando a vida.
José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e Presidente da Academia de Letras de Udia (ALU)

debatef@debatef.com

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