sábado, 28 de maio de 2016

IDH- governos e Afrodescendência

"Sou um gato preto de arrepiar/E esta minha vida é mesmo de amargar/.../Eu sou um negro gato..."
Cancioneiro popular

     Os  governos FHC 1 e 2,Dilma 1 e Lula 1 e 2, justiça seja feita, apesar do desastre do Dilma2, trouxeram esperança - hoje já uma gasta redundância- às classes C,D e E do extrato social brasileiro(Muitos  hoje obrigados a voltar à pobreza),onde a maioria, segundo pesquisa do IPEA-Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada-WWW.IPEA.GOV.BR- é negra ou parda(cerca de 60%),e habitam as periferias das grandes cidades brasileiras.
     O IDH-Índice de Desenvolvimento Humano da ONU,é um indicador de Qualidade de vida criado pelo cientista paquistanês Mahbub Ul  Haq e varia de 0 (pior) à 1 (melhor),tendo por definição três pilares::renda per capita,longevidade e educação.Segundo os dados do IPEA-,o Brasil possui IDH de 0,750 semelhante a países como Arábia Saudita e Filipinas. Ainda segundo estes dados, dentro do País existem duas distintas populações: a dos brancos com IDH 0,805, considerado um alto índice de desenvolvimento Humano( quadragésimo sexto lugar no mundo,como a Croácia e Emirados árabes)e a dos negros com IDH 0,691 considerado baixo Índice de Desenvolvimento Humano(Centésimo primeiro lugar no mundo como Vietnã e Argélia).Estas populações representam respectivamente54% e 45%do total de brasileiros, e seus indicadores apontam um fosso entre as mesmas:na renda familiar em reais- 406,35 x 174,26-;na taxa de alfabetização na população maior de 15 anos-91,7% x 80,2%-;na expectativa de vida ao nascer em  anos-71,23 x 65,12.
Trabalho multidisciplinar levado a efeito no Centro Universitário do Triângulo e na UFU entre 2002 e 2003 identificava cinco grandes áreas de estudo para melhoria da Qualidade de Vida nos afrodescendentes brasileiros:1-Imagem-auto-estima((agravada pelos veículos de comunicação);2-Conhecimento-Educação (ausência de negros-<1%-nas faculdades e universidades brasileiras);3-Longevidade(os afrodescendentes morrem mais cedo pela mandatária e maior exposição aos riscos);4-Renda(Aínda há trabalho escravo no país,o que se supõe renda zero para milhares –OIT- de pretos e pobres)5-Meio Ambiente( A degradação ambiental atinge principalmente as periferias onde a maioria da população negra é vítima e também agente da poluição).
     O Projeto “Qualidade Ambiental e Qualidade de vida em Bairros Periféricos de UDI”, onde é claro, vivem a maioria de afrodescendentes, foi apresentado por este professor no colegiado CNPQ-PALMARES de Brasília em abril de 2003 e considerado como diretriz pelos demais conselheiros, a maioria afrodescendentes como este escriba. Estávamos no fim do governo FHC, e a instalação deste colegiado no CNPQ, em parceria com a Fundação Palmares, com verbas e atenção ministerial se deu após muitos anos de luta da comunidade negra do Brasil. Veio o governo Lula e não reconduziu o Conselho ,mas contigenciou as verbas de pesquisa pois  havia reproduzido a política econômica de FHC com rigores maiores, para obtenção de superávit público. Após o Lula 2 e o Dilma1 consolidar estas políticas.Com o Bolsa família, FIES, entre outras rubricas oriundas de  dinheiro público( 2 bilhões de reais/ano contra 600 bilhões da “bolsa empresário” e  o desvio de 9º bilhões da Petrobrás) que ajudaram a população negra. Hoje 14 anos depois, o PT se vê “emparedado” frente à sérios desvios éticos de conduta com dinheiro de contravenção,juntamente com outros partidos. Mais de dez anos serão necessários para que a Negritude possa ,após o governo Temer,recuperar os níveis econômicos e de atenção dos governos FHC1e2; Lula1 e 2; e Dima1, espelhados na melhoria do IDH, ministérios,conselhos e na retirada de dezenas de milhões da pobreza.Pobre País:jogaram a água de banho fora com a criança. Podre elite. Até quando?
Prof.Dr José Carlos Nunes Barreto
Sócio-diretor da DEBATEF  e Professor Universitário

debatef@debatef.com

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