terça-feira, 26 de abril de 2016

Por Uma Nova Utopia



“Faça as coisas o mais simples que você puder, porém não as mais simples”. Albert Einstein

Desconforto. Indignação. Revolta. Clamor público por justiça. Falta de misericórdia. Crime de lesa humanidade.  É preciso dizer algo sobre as sanguessugas que não seja lugar comum. Mas como? E acontecer isso logo na saúde tão combalida deste País!

Enquanto pesquisador, me lembro de um dos projetos que coordenei na academia, que parou por falta de recursos: “Saúde Pública em cidades do Interior”. Pesquisa que abrangeu 120 cidades num raio de até 400Km de Uberlândia, durante os anos 2000 à 2003. Através de perguntas básicas levadas por meus alunos dos cursos de Saúde de um centro universitário da região às secretarias de saúde de suas cidades de origem, com o objetivo de caracterizar o IDHM-índice de desenvolvimento Humano no Município. Onde se indagava pelo número de leitos de hospital, qualidade e quantidade de profissionais de saúde contratados, número e tipos de aparelhos públicos de lazer existentes, número de mortos por causas externas (violência), por doenças infecciosas, cardiorrespiratórias entre outras. Perguntávamos também sobre a expectativa de vida ao nascer, percentual de desempregados e salário médio (renda) da população.

Como subproduto desta pesquisa, percebi o despreparo das secretarias em responder estas questões. Principalmente por colocar apaniguados políticos sem nenhum conhecimento nos cargos. Também obtive outro importante subproduto: a posse e uso abusivo de ambulâncias, em locais onde faltavam leitos de hospital, equipamentos dos mais simples, e até médicos e enfermeiros. Estas ambulâncias com o nome do benfeitor estampado me incomodaram. Tinham como endereço certo a cidade de Uberlândia, que ficou de tempos para cá “inundada” de doentes enviados por hospitais que não curam sequer unhas encravadas. Um modelo demolidor e perverso para o SUS que, agora sabemos, se repetiu em todos centros metropolitanos do País, incentivado  pelas emendas parlamentares só para ambulâncias!

Voltemos nosso olhar para o que acontecia no executivo e no Congresso momentos antes da Polícia Federal fazer estourar esse escândalo. Havia um quadrado mágico do PMDB tentando esconder da sociedade o que se descobriu. O Presidente do senado, Renam Calheiros, rechaçou o pedido do grande Gabeira, só o aceitando depois de muita pressão. O Líder do Senado Ney Suassuna (recebeu comprovadamente 200 mil reais de propina). No executivo o ministro Saraiva Felipe, operava o esquema tendo contratado a funcionária ligada aos Vedoin. Aí vem o senador Welington Salgado, integrante da CPMI pelo PMDB e não assina o documento final. Ulisses Guimarães deve estar se revolvendo em seu túmulo no mar. Que vergonha senhores parlamentares! E o seu Lula finge que não é com ele. Não é lindo?

Assim não dá. É preciso lutarmos por uma  nova utopia: Construir o homem integral na política e na sociedade. Mente com visão e talento através da educação. Coração com muita paixão pelo outro. Corpo com necessidades supridas - disciplina. E construção da consciência através de um legado espiritual. Este é meu projeto de nação para os candidatos a cargos eletivos para os governos e Parlamentos do Brasil.

José Carlos Nunes Barreto
Professor-doutor

debatef@debatef.com

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