terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Dengue e morte.



“A sabedoria e a ignorância se transmitem como doenças; daí a necessidade de se saber escolher as companhias”. William Shakespeare.

Já escrevi muitas vezes sobre este assunto nos últimos dez anos, mas nunca como vítima da doença. Estar com dengue prostra, deixa seu corpo com baixa produção de plaquetas, o que pode levar à morte sangrando pelos poros e internamente: um horror. E nove em cada dez mortos tem mais de 60 anos, como eu e minha mulher, e sucumbem pobres ou celebridades, como o ator global Claudio Marzo, tombado no interior de SP do PSDB, no ápice da epidemia, com dezenas de milhares de vítimas.

Esse arbovírus existe há milhões de anos, e é descrito desde o Egito antigo. No Brasil, chegou com os navios negreiros-mais uma sina para os negros, que sofrem neste País, além do preconceito e desigualdade social, a moleza, manha advinda da falta de saneamento em suas casas, e da falta de educação de qualidade - usadas por este inimigo para ajuda-los a procriar e então atacar os incautos – somos todos vítimas deste mal, é produzido por um mosquito malevolente, o Aedes Aegypt, que infectado voa sobre muros, e é uma verdadeira praga egípcia, reproduzida em água parada qualquer lugar que junte água, seja num copinho no lixo, pneu velho ou e uma calha entupida. Vejam que ele usa o lixo e a desordem como vantagem competitiva.  É um forte. Um guerrilheiro vietmanita que consegue proezas ao atacar na espreita, adversários milhares de vezes maiores que ele, e ganha sempre, ao contar com a parceria do vírus, do qual é hospedeiro.

Todavia, o que aconteceu com os protocolos de saúde pública que praticamente eliminaram filas de doentes em barracas de campanha armadas em praças públicas da década passada?

O tal contingenciamento de verbas do Ministério da Saúde em 2014, tirou os funcionários da vigilância epidemiológica das ruas - eles iam de casa em casa, alertando moradores, e, treinados, retiravam ninhos com larvas nos criadouros, cujo ciclo é rápido - três a 10 dias, além de medirem o índice de infestação - caso extrapolassem a meta, sejam em bairros chiques (vizinhos podem ser assassinos) ou, na periferia, os bichos ao voar, eram abatidos pelo famoso fumacê, que não apareceu mais.

Em minhas caminhadas diárias, conversava com estes agentes sanitários, e ficava sabendo se subiu ou não, o índice, e, em que rua, que vizinho não permitia a entrada para inspeção etc... Desde janeiro não, mas os vi na minha rua. Justamente na época que mais recrudesceu a epidemia,quando os protocolos foram afrouxados, como nunca nos últimos 10 anos, pelo atual governo do PT desta cidade - Um crime de responsabilidade.

Concluo triste, pensando com meus botões sobre o aviso em epígrafe de - William Shakespeare, - esta foi a escolha dos eleitores de Uberlândia, que precisam escolher melhor companhia, se não quiserem morrer com as próximas cepas de vírus que estrão chegando por aí, com cada nome, que nem compensa falar pra não dar azar. Chô mosquito! Chô PT!

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com.br


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