terça-feira, 19 de janeiro de 2016

A Herança Maldita


O governo mais auto elogiado da história do País saia, após tentar humilhar seus antecessores com pretensas lições de governar. Daí veio a catástrofe de Teresópolis e de Nova Friburgo, então, seu secretário de tecnologia foi obrigado a confessar, no Congresso Nacional: ”Falamos muito e fizemos pouco” - No caso do mapeamento de área de riscos, e fortalecimento da defesa civil nas áreas atingidas, e em  todo o País, esse pouco foi quase nada. O ex - governador Garotinho, de muitos outros pecados, além de coautor do atual estado da arte, divulgou em seu blog, que o governo federal disponibilizou 24 milhões de reais para serem utilizados na remoção de moradores destas áreas, e o dinheiro foi desviado pelo atual governador do Rio, para uma importante rede de televisão, na época da campanha para reeleição. Onde o ministério público? Porque ainda não foi usada polícia federal? Um crime como esse, se comprovado, não poderia ficar sem punição, a fim de servir de exemplo para todos os gestores da coisa pública que desviam recursos do erário. São políticos vigaristas, como ensinava Berttold Brech: por gastarem mal os escassos recursos da sociedade, geram como consequência mortes, carestia, fome, prostitutas, menores abandonados, e futuros assaltantes.

Goebels, no nazismo de Hitler, comprovou que uma mentira falada muitas vezes, se transforma em verdade, e maquiavelicamente, o governo que terminou foi um às no assunto: Mensalão virou “golpe das elites” mesmo com vasta documentação e condenação em andamento no STF. Outra lorota: abriu-se a porta da prosperidade, venderam-se ilusões para o povão e até, pasmem, para a elite que o elegeu como guia. Desgraçadamente para os jovens, reforçando a “lei de Gerson” do menor esforço, a megalomania, ao se julgar excepcionalmente melhor que os outros, sem ralar em cima de projetos, de estudos e da penosa preparação contra o que pode vir de pior. Pobre Brasil. Não somos melhores que ninguém, temos uma argentina de desvalidos, e precisamos investir muito em nossa gente para sairmos do septuagésimo terceiro lugar em IDH, para algo próximo ao que somos como economia, oitavo lugar. Isso só se faz com livros, professores, horas de estudo e meritocracia, ou seja, ganha quem tem conhecimento, habilidades e atitudes aprendidas. Nos últimos 5 anos, crescemos menos que a média da América Latina, e  os países pobres da Europa como Romênia, Sérvia, Bulgária. Apesar disso, ao crescermos 7,5% em 2010, nos deparamos com o apagão de talentos e de infraestrutura. E a perspectiva? Sem um grande projeto nacional de educação que englobe, da escola primária à pós-graduação, não teremos chance de brilhar nesta janela de oportunidade que se abre para os próximos vinte anos.

Finalizando, cada centavo do orçamento é sagrado e deveria ser utilizado para a redenção desta escravidão moderna que nos oprime: Teremos de importar, já, milhares de engenheiros, carpinteiros, pedreiros, pilotos de avião e arquitetos, se quisermos continuar a crescer, enquanto milhões de brasileiros que poderiam ocupar estes postos de trabalho permanecem no limbo. Não é triste?

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor

debatef@debatef.com.br

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