sábado, 31 de dezembro de 2016

O Último Verso


                   

 

“ Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida  dos dicionários e do pântano enganoso das bocas.A partir deste instante, a liberdade será algo vivo e transparente, como um fogo ou um rio. E  a sua morada será sempre, o coração do homem.”

Thiago de Mello

 

Tempos difíceis atravessamos em 2016.Tempos em que o pântano enganoso das bocas,  dos políticos,magistrados e dos  lulocastristas, cansaram de tentar  subverter a ética da república, com uma agenda oculta da sociedade, a quem deveriam prestar contas.Parece que este será mais um daqueles anos que nunca acabarão,a exemplo de 1968,e 2001.Que venha logo 2017(feliz Ano Novo!), pois não é em qualquer ano que se faz uma “lava jato”,  que coloca de joelhos toda classe política corrupta  do País, emparedando magistrados macunados com ela. Se não bastasse isso,nele ainda prendemos o terceiro na linha de poder , e fizemos com sucesso o empeachment da presidente da república, antes que o estado derretesse como na Venezuela... Também não é simples viver num ano, em que se estabeleceu a pior recessão do Brasil neste século, gestada e administrada, pelo PT. Todavia não vivemos um mar de rosas com  Temer, que assumiu levando uma quadrilha para dentro do Palácio do Planalto e, teve que mudar um ministro por mês, enquanto a sociedade, atenta, sabe que precisa deste governo tampão, para sanear as finanças públicas.

Feliz o povo que consegue a tempo e à hora,  fazer um “dow sizing” de suas caras estruturas fiscais, e ousa reverter estas despesas para atender, às áreas constitucionais de educação,saúde e segurança, e à previdencia, cujas reformas precisam acontecer, antes que viremos uma Grécia  dos trópicos .

Muitas perdas nas fotos deste ano...12 milhões de empregos, o time da Chapecoense , o poeta Ferreira Gullart,e o jornal Correio de Uberlândia...Sobre a ùltima é até difícil falar.Foi aqui que ousei expressar sentimentos, e mover mentes e corações através da palavra escrita,  eu que sou um engenheiro-professor.Graças a esse espaço criei asas e voei, através de  arrazoados ,e me conectei com milhares, nas alturas de debates, cobranças,poesias e canções.Fiz amigos e desafetos, fui processado, julgado e absolvido , tive muitas alegrias .Cheguei às academia de Letras do Brasil Central e de Uberlândia, embora não me reconheça merecedor desta honraria.

Mas a vida é assim...ensinava meu pai.Vc pode ser o que quiser, desde que se dedique e corra atrás... corri atrás do conhecimento e  cheguei ao pós doutorado, corri atrás do amor e  formei uma família linda, corri atrás das palavras, e encontrei  versos e canções, que dividi com meu paciente leitor, que foi, afinal, o oleiro deste escritor que vos fala, com voz embargada  na  despedida,desta imprensa – mãe , e que agora deixa de existir...

Me socorro, então no verso de Carlos Drumond de Andrade, ao dar  esse adeus:

  Por que Deus permite/que as mães vão-se embora?/Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,/luz que não apaga/quando sopra o vento/e chuva desaba,veludo escondido/na pele enrugada,/água pura, ar puro,/puro pensamento.

Morrer acontece/com o que é breve e passa/sem deixar vestígio./
Mãe, na sua graça,/é eternidade./Por que Deus se lembra
- mistério profundo -de tirá-la um dia?/Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:/Mãe não morre nunca,/mãe ficará sempre
junto de seu filho/e ele, velho embora,/será pequenino/feito grão de milho.

José Carlos Nunes Barreto

Professor Doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)

Debatef@debatef.com

 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Entendendo à insegurança



Entendendo à insegurança

por Ponto de Vista - Jornal Correio de Uberlândia

 

  •  
    Este é o tema do livro emprestado por um amigo que é coronel da PM e especialista em segurança, a quem de publico agradeço e afirmo que já posso devolvê-lo. Os autores do mesmo, Lúcio Santo e Amauri Mereles são felizes em explicar de forma direta e sem rodeios o que cada vez mais nos preocupa: a falta de segurança nas cidades do Brasil, notadamente em Uberlândia que completa no mês de outubro 140 mortes violentas em um ano que ainda não acabou, ou seja, poderemos chegar até ao final do ano com o triplo do que a OMS recomenda como sinal amarelo de epidemia, qual seja, 8 assassinatos por 100 mil habitantes.
    Ou falando mais claramente estamos quase como Medelin no tempo de Pablo Escobar – traficante e escroque colombiano que marcou a década de 80, e estas mortes chegam num circulo concêntrico cada vez mais perto de cada um nós: nesta semana foi assassinada uma aluna minha, orientanda de projeto PMI/PMBoK, do curso de administração – Leandra, a quem homenageio pela coragem com que enfrentava a vida- talvez por isso num acesso de raiva, naquele segundo de ira cidadã, tenha enfrentado o ladrão muito menor que ela, uma mulher forte e decidida com quase um metro e oitenta, recém formada em administração e com um futuro brilhante pela frente, cai com três tiros, vitima de latrocínio por causa de 8 reais – é quanto vale uma vida para esses meninos monstros – que nossa sociedade permitiu fossem criados e que agora se voltam assustadoramente contra ela matando, roubando, seviciando, extorquindo e vendendo drogas e armas.
    Todos jovens de 19 a vinte e poucos anos, a maioria não foi à escola, e conviveu desde muito cedo com a violência e a desordem, em regiões excluídas da atenção do poder público, que se corrompeu de várias formas, porém a principal e causa deste estado de coisas, a meu ver, é a corrupção de prioridades, das lideranças que preferiram construir viadutos e palácios nababescos, a levar educação decente às escolas e segurança à população. Os autores mostram brilhantemente, a famosa teoria das janelas quebradas, onde destacam que uma vidraça de janela quebrada por muito tempo sem consertar, é um convite para que outras sejam depredadas, e se estabelecer assim o “status quo” da desordem, passo inicial para outros crimes. Esta teoria foi inspiradora do projeto ”tolerância zero” na década de 90, que tirou Nova York de uma situação parecida com Uberlândia, em alguns de seus bairros como Bronx, e os reduziu a um dígito por cem mil habitantes. Todavia lá a desigualdade social, não era tão impactante como aqui e, tenho certeza, antes deste projeto teremos mesmo de realizar o programa fome zero total, e sem ONGs espertinhas.
    O que dizer diante da barbárie instalada? Quando bandidos daqui da cidade abordam ônibus interestaduais como se assaltavam diligências no faroeste americano? Tudo na vida é questão de escolha. As elites uberlandenses e de Brasília escolheram prioridades que levaram a esta situação e muitas delas agora se escondem, forjam números, e tocam seus projetos pessoais ,fazendo como Luís 14 – rei da França: “O Estado sou eu”! Eu e minhas prioridades, eu e minhas circunstâncias.
    Triste Uberlândia dos viadutos, dos palácios, belos jardins e da insegurança que tira nossas vidas. Adeus Leandra, e meus pêsames a seus pais e familiares.
    José Carlos Nunes Barreto
    Professor doutor –Professor Doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia (ALU)
     debatef@debatef.com
     

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

A Agenda Oculta.



Lula e Dilma foram ao funeral de Fidel Castro,onde confabularam com bolivarianos. Deixaram de ir ao funeral da chapecoense que uniu colombianos, brasileiros e o mundo.  Maduro está louco e a Venezuela derrete,mesmo assim esta agenda permanece no lulodilmismo.



 

 

Todo mês ficamos a espera dos rendimentos auferidos pelas atividades que nos sustentam, quer sejam trabalho,investimentos ou aposentadorias.Todos  auferidos de forma honesta,pelo menos para a esmagadora maioria dos incluídos, socialmente falando.Existe uma minoria que trafica influência,entorpecentes, fauna e gente.Para esses não existe espera porque os ganhos são enormes, e a curva da riqueza se torna exponencial em pouquíssimos anos.No meio destas duas situações,perdido, está o socialmente excluído.Quem não tem rendimento nenhum. Zero de grana,vivendo seja de bolsas do estado, de ONGS, doações ou de favor.Alguns chegam a beira do desespero  da fome, e entram no mundo do crime por absoluta falta de opções.São bilhares no mundo,milhões aqui no Brasil da bolsa esmola- que deve ser dada sim, mas aliada a um programa sério de educação profissional para inclusão  social. Na França  da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, três gerações de imigrantes africanos,latinos e turcos amargam a falta de oportunidades,e sobrevivem na periferia com o bolsa família de lá.A falta de possibilidade de sonhar, nos jovens faz crescer a revolta social e  as chamas da violência sobre Paris.Nos morros do Rio, armamentos de última geração, financiados com dinheiro de drogas municiam uma guerra suja, de sangue e de palavras. Para os governos do Estado e da cidade do Rio, vale  dizer para o poder público, o importante é criminalizar a favela, vociferar que só nascem bandidos lá. Uma agenda para ocultar a ineficiência do estado em subir nos elevadores sociais  das avenidas beira mar, e flagrar  os “incluídos” consumindo as drogas do morro nas festas noturnas, após terem participado pela manhã, de passeatas contra a violência, de que são vítimas pelas armas do tráfico. Nestas festas, delegados, professores universitários, artistas , juízes etc., juntamente com suas famílias ,  se confraternizam , fazem “networking” e traficam influência após alguns uíques e algo mais.E não são criminalizados por financiarem o tráfico de armas, que matará algum dos seus nos próximos dias.Há uma importante agenda oculta neste comportamento da sociedade  incluída,qual seja “ na noite tudo se pode e tudo se sabe”. Me faz lembrar os versos de Thiago de mello:“ Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida  dos dicionários e do pântano enganoso das bocas.A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio. E  a sua morada será sempre o coração do homem.” A tal  liberdade como pântano enganoso das bocas, na visão do poeta, se exacerba e só os fará  acordar amanhã, entre lençóis de cetim azul e pontos de interrogações, tipo o que eu fiz? E quem é você? Presa a grilhões da dor da dependência e ao choro contido do arrependimento. Quantas “mentiras sinceras”  são levadas em conta pela sociedade afim  esconder “ verdades inconvenientes”? Por exemplo, que o mensalão do governo tucano de   minas gerais em 1998,não roubou o estado para tentar reeleger-se. Que há liberdade na Venezuela de Chavez, e que não há agenda oculta no Foro de São Paulo .Concluo divagando sobre como seria o mundo, sob as asas da liberdade  do ideário republicano, não nas bocas , mas nos corações, qual fogo a inflamar verdades e gerar soluções para todos.

 

José Carlos Nunes Barreto

Professor doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)

debatef@debatef.com

 

 

 

Na Casa do Pai



                                                  


“Meu pai perdi no tempo, e ganho em sonho./Se a noite me atribui poder de fuga,/sinto logo meu pai e nele ponho/o olhar, lendo-lhe a face, ruga a ruga.


Está morto, que  importa? Inda madruga/e seu rosto, nem triste nem risonho,/é o rosto, antigo, o mesmo. E não enxuga/suor algum, na calma de meu sonho.


Oh meu pai arquiteto e fazendeiro!/Faz cinzas de silêncio, e suas roças/de cinza estão maduras, orvalhadas.


por um rio que corre o tempo inteiro,/e corre além do tempo, enquanto as nossas/murcham num sopro fontes represadas.”



Este belo poema de Carlos Drumond de Andrade,  inspirou -me lembranças da infância e de meu pai- aliás por cauda dele parei pra pensar também, na figura um  pai e no que ela representa em nossa cultura judaico cristã. Vários exemplos bíblicos de amor de pai me sobrevieram: o próprio Deus no Eden após Adão e Eva se esconderem por descobrirem que estavam nus, matou uma ovelha e os vestiu ,como que de afeto e consideração, e  é notório o fato  das vestes estarem ligadas a reencontros com a autoridade do Pai. O filho pródigo ao retornar maltrapilho como estava ,recebeu de seu pai um”smooking” de festa juntamente com as celebrações dignas de um rei. José, filho de Jacó, antes de ser traído por seus irmãos, ter suas roupas rasgadas e ser vendido como escravo ao Egito, ganhou uma caríssima túnica de cores variadas de seu próprio pai, caracterizando na época que este  tinha um apreço especial por esse filho. Que ,íntegro, recusou a mulher de Potifar, mas usou os dons que Deus lhe dera para interpretar sonhos - o que fazia de bom grado para todos na prisão, motivo pelo qual foi indicado a Faraó. Quando o rei o chamou, tomou banho, se barbeou  e fez o que? Vestiu novas vestes, que o levaram até o governo do Egito( e aqui elas  significaram o início de um novo ciclo) após decifrar o famoso sonho de faraó: sete vacas feias e magras que engoliam sete vacas belas e gordas, sete anos de abundância que José usou para planejar e estocar alimentos a fim  atravessar sete anos de escassez, seca e fome no mundo de então. Um exemplo de gestão para governos brasileiros, lulopetistas ou não.


David também era o favorito do Pai, mas por ser filho ilegítimo            ,não estava à mesa quando o profeta Samuel procurou seu pai para cumprir a missão de ungir um novo rei para Israel. Estava no campo, com vestes de pastor de ovelhas, e saiu dali para vestir armaduras de guerreiro, além de púrpura e linhos finos, próprios para  um imperador.


Mas nem só de  belas e novas vestes se vive , e todos sabemos como faz bem um tênis já rodado e amaciado nos pés, mesmo quando se ganha um novo de presente, como lembrança de alguém de que se ama.


Daí, escuto e anoto uma velha canção do conjunto “Roupa nova” informando que “da água da fonte cansei de beber pra não envelhecer” e que “Talvez eu seja simplesmente como um sapato velho, mas ainda sirvo, se você me quiser.


Basta  você me calçar, que eu aqueço o frio de seus pés.” Puro afeto: como o alegre vestir   de um filho que nasce, ou com lágrimas, resignado,  o colocar do terno no pai já morto.


José Carlos Nunes Barreto


Professor Doutor e presidente da ALU-Academia de Letras de Uberlândia


debatef@debatef.com


 

Mães para Sempre.


        
Dia das mães sempre chega,  e representa depois do Natal, a segunda data mais importante  para o comércio em geral. E a dura realidade, é que deixamos todos de refletir sobre o imaterial e sagrado, representado em nossas mães, para ceder ao consumismo desenfreado, frouxo de afetos e mutilado por culpas.


               Mães para Sempre.

Oh, maternal amor, amor que reparte e multiplica.” (Victor Hugo)


 Escrevi meu artigo anterior, falando sobre a “Casa do Pai”, e evoquei a cultura judaico cristã - houve quem perguntasse, porque não “Casa da Mãe”? Então respondo com este arrazoado, afirmando claro e bom som, que a casa é dos dois - um de cada vez e respeitando suas individualidades. Para tanto, relembro duas mulheres da bíblia. A principal delas é Maria, mãe de Jesus, e a outra veremos a seguir.

 A Pietá de Michel Ângelo, que tive o prazer de curtir dentro da Catedral do Vaticano, inebria e nos faz parar no tempo, não somente  porque é uma obra de arte- mas pela aura da paixão de Cristo, e do sofrimento de sua mãe, Maria,  ali representada amparando seu filho Deus, desfalecido- uma mãe nunca desampara um filho - mesmo alguém que era Deus e fez milagres como o multiplicação dos pães,  deu vistas ao cegos, ressuscitou mortos, e estava na criação do mundo com o Pai e com o “Espírito que pairava sobre as águas”.
 Mas a bíblia não nos permite esquecer outra mulher, que está na linhagem do salvador do mundo, e era uma prostituta-Raabe- que apesar desta condição, fez o seu papel na história, de tal forma que gerou descendentes e o mais importante deles é o Senhor  - queiram ou não os exegetas domingueiros  , loucos por “power point”  vazios, calvinistas ou não.
Mas neste artigo consagrado à quem deu à luz, homenageamos a mulher excepcional e linda, que pode ser uma leitora, ou minha mulher, por exemplo. Pensar que de cada uma de vocês , saiu pessoas que constroem  dia a dia o futuro; e que seu útero, casa de todos nós , é o refúgio psicológico de todo ser humano que foge da crise, da dor , da solidão e  da falta de amor.
Bem ensinava Vitor Hugo : Deus dá  nossa mãe, como um pão –maná de amor, que reparte e multiplica ,o que a sabedoria e simplicidade de meu avô,  traduzia assim: uma mãe cuida de oito filhos-como a minha, adorada , e aqui reverenciada- mas oito filhos não cuidam de uma mãe; e filhos há que até fogem delas quando envelhecem, não dão o pão de cada dia e remédios, e muitas vezes  as depositam num frio asilo, onde morrem por causa do desprezo.
Todavia, graças a Deus, para a maioria de nós, filhos, o que queremos é uma mãe for ever, tal como magnificamente registrado no poema “Para Sempre”, do imortal Carlos Drumond de Andrade, que me ajuda a finalizar este  artigo, como um presente para todas elas:
Por que Deus permite/que as mães vão-se embora?/Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,/luz que não apaga/quando sopra o vento/e chuva desaba,veludo escondido/na pele enrugada,/água pura, ar puro,/puro pensamento.

Morrer acontece/com o que é breve e passa/sem deixar vestígio./
Mãe, na sua graça,/é eternidade./Por que Deus se lembra
- mistério profundo -de tirá-la um dia?/Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:/Mãe não morre nunca,/mãe ficará sempre
junto de seu filho/e ele, velho embora,/será pequenino/feito grão de milho.
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com
 
 

Stress e a qualidade de vida no trabalho


O stress é a doença prevalente no século 21, e a busca pela qualidade de vida, é a grande moeda de troca- valorizadíssima- nos bens e serviços disponíveis no mercado. Todavia ,poucas organizações atentam para este paradigma ao empregar  seus colaboradores... 

Stress e a qualidade de vida no trabalho

 

 

Seria o stress no trabalho uma epidemia global? Para responder a esta e outras questões sobre qualidade de vida no ambiente laboral, os professores Ana Maria Rossi, James Campbell Quick e Pamela L. Perrewé escreveram em conjunto com vários colaboradores, todos, como eles, doutores - o livro “Stress e Qualidade de Vida no Trabalho”, publicado pela Ed. Atlas em 2008. Os autores narram a vivência do stress relacionado ao trabalho em diferentes ocupações. Utilizam para isso, uma ferramenta de breve avaliação do stress, que segundo descrições mede uma série de estressores relacionados ao trabalho, além de aferir também as conseqüências do stress, que são a falta de bem estar psicológico, a perda da saúde física e a insatisfação no emprego.

O motivo para o meu interesse, e de outros pesquisadores por este tema, se dá em virtude dos indícios de aumento de ocorrências do stress prolongado ou intenso, no local de trabalho no Brasil, e via de conseqüência, de seus impactos negativos sobre a saúde mental e física dos indivíduos, principalmente como narrado pelo HEALTH AND SAFETY EXECUTIVE do Reino Unido, em que os resultados apontam para um nível de stress tal, que meio milhão de ingleses

estarão completamente doentes, em virtude disso. Alertam também, para o fato de que cerca de cinco milhões de pessoas disseram na pesquisa, sentir-se muito ou extremamente estressadas com seu trabalho ,e,  conforme resultados publicados anteriormente no “Journal of Managerial Psychology” número 20 de 2005, o stress relacionado ao trabalho ,custa àquela sociedade cerca de 3,7 bilhões de libras esterlinas todos os anos. Quanto estaríamos gastando por aqui?

Uma sociedade avançada se preocupa em como reduzir o stress negativo do trabalho(sim, porque há o stress positivo, do qual não devemos abrir mão), enquanto nós ainda contamos nossos mortos aos milhares, em acidentes de trabalho - foram segundo o IBGE, 2950 em 2009 - enquanto no cenário mundial este número chega a dois milhões de mortes por doenças ocupacionais e/ou acidentes, com um custo associado estimado em 1,5 trilhão de dólares /ano.

Sensibilizado pela questão, trato do assunto em minhas aulas de “Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho” que ministro em vários cursos de Pós graduação, e tenho com isso conseguido alguns discípulos seguidores, que realizarão no futuro muito mais do que tenho feito, ao unir este tema, ao da qualidade dos processos e à qualidade ambiental. Jean Tófoles Martins Bernardes é um deles e seu brilhante artigo de TCC “ A Incidência de Stress

em Executivos de um Grupo Empresarial e suas particularidades”- disponível em WWW.SCIENCOMM.COM.BR -,me honra como seu orientador. Ele mostra em sua pesquisa que o andar de cima está doente com o stress (alguns já morreram), e as mulheres são as que mais sofrem principalmente com os sintomas psicológicos. Os dados mostrados em seu trabalho, corroboram com as pesquisas científicas do grupo acima citado, que destacam a

vulnerabilidade de trabalhadores que exercem função de liderança, quanto à convivência com o stress organizacional.Propõe programas voltados para saúde mental nas organizações, voltados principalmente para essas lideranças,essenciais - segundo suas palavras - para suas empresas atingirem metas financeiras e corporativas. Parabéns Jean!

José Carlos Nunes Barreto

 Professor Doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia (ALU)

debatef@debatef.com

 

Cuidar bem de pessoas é a meta


A crise fiscal do estado do Rio de Janeiro escancara, as tragédias pessoais de pessoas que, de repente ficam sem seus salários,  deixam de pagar suas contas, comprar seus remédios, alimentos,  e mostram como a imprevidência e irresponsabilidade de governantes, aliados à corrupção e desvios de recursos, podem vitimar as populações no Brasil e em qualquer parte do mundo, vide a Grécia. Precisamos dar um tempo, e buscar lideranças que cuidem bem de gente. Esta é a meta.

Cuidar bem de pessoas é a meta
Estive de férias por alguns dias, refletindo em uma praia chamada Itacoatiara, que faz parte de uma reserva florestal  bem próximo ao turbilhão do Rio de Janeiro e fincada junto à. pedras monumentais que seguram as ondas do atlântico, ao lado de uma preservada vegetação de mangue. Todas as vezes que isso acontece, há um produto : Estar sozinho consigo mesmo, às vezes dá medo, mas é inspirador. Tomar chuva e sol-ficar no sereno , Descobrir depois ser um animal com fome, e sede de justiça ,exige coragem, mas nada como  voltar à tenda à noite  e curtir o netinho de 2 anos.
Agora  entendo por que no caminho da Santiago de Compostela , na Espanha, muitos mudam a vida. Descobrem vocações. E tomam decisões cruciais para suas vidas, suas famílias e suas empresas. A correria dos dias que seguem como torrente tempestuosa a escorrer pelas calçadas da vida ,nos anestesia. Faz tudo parecer igual, pasteurizado e sem brilho. E pior é  não poder observar as diferenças nas cores, nos sons, nos ambientes (carregados ou leves) e nas pessoas (alegres ou tristes). Principalmente, nelas. Um pai ou uma mãe que desaprende a percepção da linguagem do corpo e do tom de voz dos filhos, perde, segundo especialistas 80% da comunicação com eles. No trabalho e na vida somos muitas vezes cantores de um samba de uma nota só (com o perdão ao Tom Jobim e seu ao belo samba-arte). Não sabemos  escutar. Gente. Cachoeiras. Pássaros. O vento. Não temos tempo.
Anos atrás, achei interessante e novamente comento , a entrevista do antropólogo Wilian Ury - especialista em técnicas de negociação - , intitulada "O Inferno somos nós". Respondendo se concordava com Jean-Paul Sartre que cunhou "o inferno são os outros", Ury respondeu que o outro somos nós e quando dizemos que o inferno são os outros, na verdade estamos olhando para o nosso próprio inferno interior. Na negociação, o fundamental é ouvir o outro. Nos treinamentos de nossa consultoria (lançamos em 2012  um MBA em Gestão de pessoas em parceria com a UNIUBE) e ministramos cursos de extensão sobre o tema  para executivos e funcionários que, como afirma Ury, querem aprender a negociar. Porque a democratização de algumas  instituições(são poucas ainda – normalmente aquelas campeãs como melhor lugar para se trabalhar) está exigindo deles ouvir a outra parte. Por isso gastam mais de 50% do tempo com este item e sentem que não estão preparados para lidar com o intangível: o capital intelectual .Todos diagnósticos empresariais dos últimos anos mostram  que as grandes perdas de produtividade e via de conseqüência de mercado, se dão justamente por não começarmos por aí. Não há falta de recursos. Há desperdício.. Equipamentos errados são modernizados. Instalações são aumentadas quando não há demanda para isso.. Tudo sem cuidar das pessoas e  do clima organizacional. E a  lição de casa que fica é  ir conversando com seu "chão de loja", ”chão de fábrica” ,desenvolvendo talentos humanos, e  os bons resultados .não tardarão a acontecer. Para finalizar - ainda pensando sobre tudo que aprendemos nestes últimos anos, ao analisar essa  inversão de valores, e a ausência da ética da diversidade nas empresas- nada melhor que a velha poesia da canção de Raul Seixas. "Prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.", mesmo revisitando um artigo de seis anos atrás.
José Carlos Nunes Barreto
Professor-doutor
Uberlândia (MG)


Qualidade pessoal x Desempenho


Terminei neste final de ano meu primeiro pos - doc em Engenharia Mecânica, no LEPU(Laboratório de Pesquisa e Ensino em Usinagem da UFU) dentro da proposta de implantar na sociedade, uma produção sustentável - Aquela que produz com qualidade, sem agredir o meio ambiente, e preservando a segurança e a saúde ocupacional de quem produz  riquezas neste País: o trabalhador. Para tanto se espera das lideranças, qualidade pessoal e ética, para melhoria do desempenho dos processos, e estímulo para que as inovações ocorram , em ambiente adequado, e com o SIG-Sistema Integrado de Gestão- baseado nas normas ISO 9001,ISO14001 e OHSAS 18001.


Qualidade pessoal x Desempenho



Interessante a visão de um coach após o sucesso de seu trabalho: aquela pessoa insegura quanto ao rumo a seguir, de tempos atrás, é hoje o principal executivo de uma multinacional. Naquele momento ele soube que a estratégia traçada por seu cliente, com a sua ajuda, se fez vitoriosa. E qual seria esta estratégia? Elevar o seu desempenho até próximo do ideal exigido para sua qualidade pessoal (que é a satisfação das exigências e expectativas técnicas e humanas da própria pessoa e das outras), base da qualidade departamental, e da qual por fim dependeria a qualidade da empresa para manter os clientes satisfeitos, e é isso que
ministro sempre, aos meus orientandos de especialização e mestrado: o ciclo virtuoso da melhoria contínua, a roda de DEMING: planejar primeiro, executar em seguida, checar, e agir por último, quer para melhorar, quer para manter a qualidade pessoal conquistada. O nosso case, por exemplo, só chegou lá porque rodou o PDCA diversas vezes, o que elevou primeiro sua performance pessoal. Os peritos em qualidade só tem, infelizmente e tradicionalmente, focado a qualidade em produtos, quer seja bens ou serviços, e esquecem que, dificilmente o mercado ficará satisfeito com o desempenho global de um departamento, uma empresa ou organização, a menos que cada um de seus componentes produza com alto nível de qualidade.
Estive esta semana numa banca de especialização do pós em gestão de pessoas que coordeno na UNIMINAS, avaliando com meus pares o orientando Ernane Oliveira, e me senti como o coach acima, ao perceber a altura que chegou meu aluno, quando discorria sobre seu trabalho “Análise de Desempenho - Uma Visão Ética”, fundamental para a melhoria pessoal dos operadores, e início de um processo que leva qualquer empresa ao sucesso.
Dele: “Hoje a velocidade das mudanças é assustadora, e o dinamismo empresarial constante, a fim de se  sustentar neste mercado hiper-competitivo. Portanto a avaliação de desempenho, torna-se indispensável porque as empresas têm necessidade de obter e manter a competitividade, o que requer uma metodologia que avalie a contribuição das pessoas para esse resultado. A razão dela ser cada vez mais utilizada no âmbito das empresas, mostra
que sem uma avaliação adequada, não há sistema integrado e eficaz de gestão empresarial”;
O homem é um ser que possui necessidades, desejos e sentimentos que precisam ser considerados e analisados, pois influenciam o comportamento e o desempenho dos funcionários da organização. É preciso compreender que o funcionário para produzir o esperado, ter uma evolução profissional e conseqüentemente melhorar seu desempenho,
precisa estar satisfeito com o trabalho realizado, e com sua organização.
Concluo como ele: “Desenvolver pessoas é uma tarefa árdua e que toma tempo. Implica em diagnosticar as competências exigidas pelos cargos, e confrontá-las com as de seus ocupantes, suprindo as lacunas existentes através do estabelecimento e acompanhamento de planos de desenvolvimento “; concisos, específicos,mensuráveis, factíveis, voltados para resultados”;. E dou os parabéns pelo conceito A e nota 96.
* Professor doutor
debatef@debatef.com.br
Gazeta do Triângulo
http://www.gazetadotriangulo.com.br/site Produzido em Joomla! Criado em: 6 September, 2010, 16:41

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Tragédia Brasileira




O deputado Odelmo Leão, foi um dos que disseram sim ao absurdo Frankstein da câmara  noite passada, com objetivo de enterrar a Lava Jato. Relembro abaixo, artigo que publiquei no final de seu último mandato, que apesar de renovado, não lhe dá autoridade sobre a vontade da população de Uberlândia! que venha se explicar aos eleitores, sobre esta traição aos movimentos de rua do País!



“Segurança é uma questão de Estado e deve estar acima das diferenças políticas. Precisamos de um pacto por uma reforma institucional  profunda. Ou haverá segurança para todos, ou ninguém estará seguro” Luiz  Eduardo Soares  Ex - Secretário Nacional de Segurança Pública.


Após o voto de um decano do STF a favor dos embargos infringentes estabeleceu-se de vez  a sensação de impunidade na sociedade brasileira - uma das tragédias que fazem parte do conjunto da obra de insatisfação  da Nação. A ausência de educação e saúde com “ qualidade fifa”,  aliadas aos crimes sem solução ,à polícia corrupta e despreparada,  à política de encarceramento em massa das classes menos favorecidas - que não podem usar a justiça da elite, e dos grandes advogados,completam a lista mas não a esgotam, tamanha a miséria espiritual desta agenda.

Vou falar em seguida alguns números instigantes citados pelo sociólogo e estudioso em tela, criador do conceito das UPPs , e autor do livro “Segurança tem Saída” pela editora Sextante ,que recomendo aos dirigentes e gestores da segurança pública deste País .Começo com o número de jovens assassinados na maioria homens e afrodescendentes-são quarenta mil por ano na faixa de idade entre 14 e 24 anos-de tal impacto, que já falta na pirâmide etária social este perfil étnico. Se juntarmos a estes, os cinquenta mil mortos em acidentes de trânsito por ano, e os cerca de 40000 mortos em acidentes de trabalho, teríamos mais mortos anualmente, que os cem mil mortos em cinco anos e meio de guerra na Síria. E porque nós e o mundo não percebemos isso? Sem dúvida porque as vítimas são da maioria silenciosa: preta, pobre e pouco representada. Basta ver o alarde que é feito quando cai um boeing com algumas dezenas de mortos, que concentram mais usuários brancos e da elite( o que está mudando, ainda bem, mas  não invalida a comparação.)

Das quarenta mil mortes por assassinato, a maioria se dá com a presença do trinômio álcool, armas e tráfico de drogas, potencializada pela presença de uma polícia que é um verdadeiro macaco em loja de louças: desaparelhada, sem formação adequada, sem auxílio adequado de perícias , o que faz com que somente se esclareçam em média 10% dos assassinatos. Via de consequência, a vida vale muito pouco neste País, a pistolagem e o PCC arrebanha tanta gente, e  os crimes contra a vida, e o patrimônio crescem em escala geométrica. Pois o professor Soares diagnostica: temos 56 polícias brasileiras-27 PMs estaduais,27polícias civis estaduais, polícia Federal e polícia rodoviária federal. Não há um sistema nacional que organize estas instituições, que na maioria das vezes, competem entre si ,e  raramente dialogam, mesmo quando as soluções de crimes exigem  isso. Não nos esqueçamos das guardas municipais e das seguranças armadas, que equivalem a quase um exercito paralelo, com a maioria apresentando carência de formação, agravada pela falta de controle adequado por parte do estado, e eis o terrível estado da arte da segurança pública no Pais.

A grande verdade é que, este assunto virou questão de vida e morte, para todo cidadão brasileiro, que  enfrenta esta guerra da falta de segurança diariamente, e é um sobrevivente da ação desordenada de nossas polícias, com eterno fogo amigo principalmente contra a população de baixa renda - sábia, a qual diz, muitas vezes, ter mais medo da polícia que dos bandidos, e o autor em epígrafe, infelizmente, mostra de maneira inequívoca, que ela tem toda razão. Que Deus nos ajude!  ou precisaremos imigrar para o Canadá, Austrália ou CEE, como fazem os sírios.

Jose Carlos Nunes Barreto

Professor Doutor e Presidente da Academia de letras de Uberlândia(ALU-MG)

debatef@debatef.com


Dois Discursos


Cabral está preso, finalmente.Sua agenda de nabucodonozor tupiniquim chegou ao fim.Outros virão atrás dele.A briga pelos bilhões dos royalties de petróleo não era para o  povo, como se viu depois. Algumas vozes, como a deste escriba denunciaram sua miséria moral....
“Ora direis ouvir estrelas...”

Olavo Bilac

Um iluminado discurso do senador pelo PDT do DF, Cristovan Buarque, ,ecoou solenemente no senado da república na semana em que foi divulgada  a posição do Brasil como 85º país em IDH no mundo, atrás de muitos países pobres e dos hermanos argentinos que por exemplo, com Messi , Papa e mesmo em crise,  estão em 45º .Dizia ele que o governo ao invés de reconhecer que algo não vai bem com a qualidade de vida do povo brasileiro, e a partir daí liderar uma maré para reverter este escore negativo, “com sangue suor e lágrimas”-tal qual Churchil na segunda guerra,nossa autoridade maior preferiu tentar mudar a planilha(dar uma maquiada, como suspeitamos  costuma fazer). Ora senhora presidente, mesmo que estivéssemos na posição 68º com a tal correção, isto seria triste para uma nação que já é a sexta economia do mundo, pondera o nobilíssimo senador. O IDH é um indicador de Qualidade de Vida que varia de 0 a1- quanto mais próximo de 1 melhor , e avalia somente 3 dimensões de nossa vida: a educação, a longevidade e o salário ou capacidade econômica do cidadão. Quanto maior a educação, melhor se comporta os dois outros indicadores. Todavia, muitos aspectos ruins  de nosso cotidiano,  não são medidos: por exemplo, o tempo cada vez maior que gastamos no trânsito, o estupor de nossas cidades  derrotadas pelas cracolândias e a insegurança a elas associadas; as nossas águas fétidas contaminadas pelo esgoto urbano; nosso stress urbano com assaltos a luz do dia em semáforos.

Há ainda o sentimento de perda e desilusão após sucessivas cheias de rios não dragados, e encostas não escoradas em áreas de riscos, as quais todo ano ,na estação chuvosa, ceifam vidas por irresponsabilidade de autoridades corruptas e desatentas.  A lista seria enorme, e por certo pesaria tanto que, sequer estaríamos em 85º lugar. Para cada problema acima citado existe  uma solução já provada .E porque não conseguimos realizar estes projetos? Não há falta de recursos. Falta indignação neste País. Sequer vamos para as ruas com panelas como fazem os argentinos: morremos bovinamente- e olhe que até os bois tem hoje quem os defenda por uma morte mais digna!

Quando vejo o governador do Rio brigar por bilhões e bilhões de reais que recebe de Royalties de petróleo- pergunto: porque não escorou os barrancos de Petrópolis nestes quase dois anos? porque não reconstruiu as pontes? além disso não dá para vê-lo hoje, sem lembrar que curtiu Paris com Cavendish da Delta e com lenços de pirata na cabeça, gastando a rodo dinheiro, fazendo o papel da cigarra da parábola “ A cigarra e a formiga”. Agora cadê o dinheiro  para resolver os  problemas do dia a dia da  população do Rio?

O segundo discurso, outra luz, foi do poeta J.B. Guimarães citando o patrono de sua cadeira, Olavo Bilac, e o belo poema em tela, ao tomar posse na ALU-Academia de Letras de Uberlândia, que tenho a honra de presidir  desde janeiro.  Pudemos notar que a sociedade pulsa e pode sinalizar  o caminho ao setor público,  como protagonista da cena cultural de nossa cidade, fazendo  novos “ imortais”  do pedaço.

Jose Carlos nunes Barreto

Professor doutor

debatef@debatef.com

Vida e Morte: Chacinas em Udia




“Muitos se perderam no caminho/mesmo assim é fácil inventar/uma nova canção/que venha trazer/sol de primavera/a lição sabemos de cor/só nos resta aprender” cancioneiro popular


Contam as escrituras que Jesus estava ocupado demais a atender as multidões, fazendo milagres, de tal forma que se atrasou para ir ver a doença de Lázaro –quase um irmão. Quando enfim se desvencilhou dos compromissos,  e chegava no lugarejo, ainda longe, Maria e Marta-  irmãs do doente, correram ao seu encontro e relataram o pior: Lázaro havia morrido. Jesus chorou. E esta é a única vez em  todos os evangelhos ,que esta humana condição é revelada por Nosso Senhor. Gosto de ler esse texto em www.bibiaonline.com.br  .O espectro da  morte como companheira de nossa existência,  aparece nos escritos sagrados, para nos mostrar a brevidade da vida, e o poder de Deus sobre este, que é o temido fim de todos nós. No caso de Lázaro, Jesus pediu que o levassem até  a tumba do morto ,mas as irmãs tentaram demovê-lo, porque já faziam três dias e ele cheirava mal. A multidão o seguia. Ao chegar ao túmulo Ele ordenou que retirassem a enorme Pedra que bloqueava a caverna, e gritou- “Lázaro vem para fora”. E este apareceu como um fantasma, cheio de ataduras e cheirando muito mal. Jesus não o tocou, apenas ordenou que o desatassem- o que foi imediatamente feito por suas irmãs e amigos, que provavelmente providenciaram  banho, comida, e festa para brindar a ressureição de um amigo querido. Neste milagre,  Deus quis ensinar que existe um tempo dEle. Também serviu para lembrar a todos, que para tirar pessoas dos túmulos da vida é preciso atender às ordens do Rei do Universo: mover  pesadas pedras ; desatar defuntos apesar do mal cheiro- e este é um trabalho de equipe; não é possível fazê-lo sozinho. Pelo que depreendemos no texto, Lázaro tinha muitos amigos. E eles é que fizeram tudo, alegres por estarem vivendo aquele momento mágico, sob as ordens do Mestre.

Mas o que tem haver esta escritura com as chacinas que tem ocorrido  em Udia? me permitam a licença poética: nossa sociedade esta que nem Lázaro: doente. E mandou sinais- os indicadores de morte violenta. A ONU ensina que acima de 8 mortes por 100 mil habitantes, seria epidemia .MG já estaria muito ruim ,cerca de 18 mortes por 100 mil habitantes. Já Udia esta muito pior mais de 30 mortes por 100 mil. Pior inclusive que a média brasileira. As nossas autoridades deixaram a elite da zona sul  ilhada entre dois focos de delinquência, os bairros São Jorge e Patrimônio, e que equivalem  no Rio ao Complexo do Alemão e a Rocinha antes das UPPs. Agora com as chacinas ocorridas e ainda na metade do ano,  com indicador de 22 mortes por 100 mil, o doente morreu e cheira mal. Precisamos de milagres, ou de outro governo -qualquer que seja o partido vencedor das eleições- que use intelligentsia e estratégias como a do Rio de Janeiro : entrar na comunidade e ficar- desatar nós, pegar no pesado, tirar as pedras da falta de comunicação com a sociedade, não ter medo do cheiro ruim  daqueles que estão  mortos socialmente.  As perguntas dos dirigentes hoje são iguais a de Alice( no País das Maravilhas) ao gato na bifurcação da estrada, e a resposta é a mesma. Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve. Oremos!

Jose Carlos Nunes Barreto

Professor Doutor

debatef@debatef.com

 

 

Canalhas, Canalhas, Canalhas !!!

                            Canalhas, Canalhas, Canalhas !!!

Para ciência de todos, e ,corrigindo informação anterior, os deputados Tenente Lúcio e Welington Prado ficaram do lado do povo. Quem nos traiu foi o prefeito eleito!absurdo!começa mal Odelmo Leão.Em Uberaba todos deputados fizeram isso!

"O velho Tancredo Neves reverberava a consciência civil contra a ditadura que se instalava"

Na calada da noite, a ORCRIM da Câmara dos deputados aproveitou um projeto popular de 2,3 milhões de assinaturas, para fazer seus baixos instintos de preservação  imorais, virarem lei. Não mais precisam devolver o que roubaram , afastam o MP dos acordos de leniência, passam a contar o tempo de pagamento da pena quando ainda estiverem foragidos. É mole?Esta câmara e estes políticos são o lixo da história, e terão que ser removidos e incinerados!!!!Se temer não vetar, também  vai virar cinzas!!!
Domingo dia 4 de dezembro todos estaremos na rua contra este projeto, que se aprovado, enterra a lava-jato e ressuscita  Lula e seus mortos...alguns já em catacumbas!

domingo, 20 de novembro de 2016

A Era da Inteligência Social


A Era da Inteligência Social

“For ever young/…/for ever young....”

Do cancioneiro popular internacional

Com muita honra, proferi  aula magna de abertura da décima segunda turma do MBA em Gestão de Pessoas, que coordenei até 2015 aqui no triângulo mineiro, na UNIUBE em UBERABA. Falei sobre”fundamentos e perfil do profissional no século XXI”-  e é sempre uma alegria estar em sala de aula, lapidando e burilando talentos ,tal qual pedras de muito valor. A procura por este curso aumentou, na medida que a compreensão das organizações a cerca da  importância da gestão de pessoas, cresceu vertiginosamente, nesta que já é reconhecida como a era da  inteligência social. Antes de discorrer sobre ela, todavia, peço licença ao leitor para relembrar um escrito deste  rábula  bissexto, que mostrava há três anos atrás, a teoria das inteligências, como forma de entender a complexidade e o desafio, que é conhecer  o ser humano para poder ensiná-lo. Dizia eu, que o  psicólogo Howard Gardner publicou sua brilhante tese sobre múltiplas inteligências e, foi citado por Cosete Ramos no livro “ O despertar do Gênio - aprendendo com o cérebro inteiro”; ed. Quality Mark, RJ, 2004. Nele, a educadora mostra métodos acelerados de ensino, adaptados a cada perfil de aluno classificado entre as muitas inteligências, que a ciência tem catalogado. Sem dúvida Pelé, por exemplo, possui uma inteligência corporal sinestésica avançadíssima. A autora mostra outras formas de inteligência, como a lógica matemática de Einstein ; a visual espacial de Michelangelo; a rítmica musical de Mozart; a interpessoal de Ghandhi; e a intrapessoal de Mandela. Todas possuem suas características próprias de aprendizagem, o que se bem explorado, conseguirá proezas, ao nos estabelecer como professores de gênios. Neste texto, que intitulei “ A maior das inteligências” destaquei  a importância de se complementar todas as demais inteligências, com a chamada inteligência verbal e lingüística de Victor Hugo, Shakespeare e Guimarães Rosa,e, hoje reviso o texto, e aumento a lista ,sublinhando  a inteligência social, cuja performance aflorou com veemência nos últimos três anos, o que culminou nas redes sociais, que mudaram a nossa forma de se comunicar e enxergar o mundo.

Pois a Inteligência social veio para ficar, e através dela, já aconteceram várias transformações sociais ,sendo a mais famosa delas a primavera árabe. E é mandatário observar que as habilidades que compõem a sua teoria, são as mesmas exigidas para um executivo que queira gerir  pessoas com sucesso : primeiro a comunicação; depois a empatia -se colocar no lugar do outro; terceiro, a comunicação não verbal- o corpo e o tom de voz falam mais que as palavras; quarto, a assertividade -se posicionar sempre, falando a verdade sem agredir ou ferir o outro; quinta ,dar e receber “feedback”- saber dos outros, como vou indo, dizer também o mesmo, a respeito dos colegas, subordinados ,superiores(em 360graus),até da empresa. Por último a auto apresentação: roupa adequada, fala adequada a cada situação, público e momento são fundamentais ao gestor de pessoas.

Os  alunos deste MBA, tiveram êxito nesta jornada de dois anos, entre este início e a banca final de apresentação da monografia, o que confirma o que nos ensinou Ho Chi Min ,ex-líder vietnamita do norte: é com o primeiro passo que se inicia uma longa caminhada.

 

José Carlos Nunes Barreto

 Professor doutor

debatef@debatef.com

Desiderata ,poema de MaxEhrmann’s







Desiderata ,poema de MaxEhrmann’s :

 “Siga tranqüilamente entre a inquietude e a pressa,
lembrando-se que há sempre paz no silêncio.
Tanto que possível, sem humilhar-se, viva em harmonia
com todos os que o cercam.
Fale a sua verdade mansa e calmamente e ouça a dos outros,
mesmo a dos insensatos e ignorantes
– eles também tem sua própria história.
Você é filho do Universo, irmão das estrelas e árvores.
Você merece estar aqui e mesmo que você não possa perceber
a Terra e o Universo vão cumprindo o seu destino.
Evite as pessoas agressivas e transtornadas, elas afligem nosso espírito.
Se você se comparar com os outros
você se tornará presunçoso e magoado, pois haverá sempre alguém inferior
e alguém superior a você.
Viva intensamente o que já pode realizar.
Mantenha-se interessado em seu trabalho, ainda que humilde,
ele é o que de real existe ao longo de todo tempo.
Seja cauteloso nos negócios, porque o mundo está cheio de astúcia,
mas não caia na descrença, a virtude existirá sempre.
“Você é filho do Universo, irmão das estrelas e árvores.
Você merece estar aqui e mesmo que você não possa perceber a terra e
o universo vão cumprindo o seu destino.”
Muita gente luta por altos ideais e em toda parte
a vida está cheia de heroísmos.
Seja você mesmo, principalmente, não simule afeição
nem seja descrente do amor;
porque mesmo diante de tanta aridez e desencanto
ele é tão perene como a relva.
Aceite com carinho o conselho dos mais velhos,
mas seja compreensível com os impulsos inovadores da juventude.
Alimente a força do Espírito
que o protegerá no infortúnio inesperado, mas não se desespere
com perigos imaginários,
muitos temores nascem do cansaço e da solidão.
E a despeito de uma disciplina rigorosa
seja gentil para consigo mesmo. Portanto esteja em paz com Deus
como quer que você o conceba e
quaisquer que sejam seus trabalhos e aspirações,
na fatigante jornada da vida, mantenha em paz com sua própria consciência.
Acima da falsidade, dos desencantos e agruras,
o mundo ainda é bonito, seja prudente.
Faça tudo para ser feliz.”

Jose Carlos Nunes Barreto

Professor-doutor e presidente da ALU.

debatef@debatef.com

 

 

 

 


A Consciência Negra


                 A Consciência Negra

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.


Bertolt Brecht

 

A propósito da vitória de TRUMP nos EUA, e o aumento dos ataques racistas em todos os cantos do mundo, me amparo nas palavras sábias e minha mãe: Por ser negro, vc precisa ser o melhor, meu filho, assim  eles terão  um dia  que te reconhecer. Mais de 60 anos depois, tento ser o melhor em tudo, meus amigos me chamam de excessivamente competitivo. Foi assim na escola pública , na universidade onde cheguei ao pós doutorado, e nas escolas onde até hoje leciono. As perseguições e golpes baixos, sem razão aparente, como a que sofreu Michele Obama nesta semana, sempre são desferidas, rudemente, por quem ficou para trás e possui a pele e olhos claros, embora isso nada signifique no plano espiritual  de Deus , de onde vem a nossa força...

Escrevo na véspera do dia nacional da consciência negra. Dia da morte de Zumbi dos Palmares, lider da resistência dos negros contra a escravidão. Que continua. Sob outra forma pior.E o IBGE joga luz no assunto: no racismo dissimulado que os números não deixam mentir. Como explicar que o aumento da escolaridade, possa elevar o fosso entre a renda  dos pardos/ negros e os brancos? E que na média entre todas as faixas salariais  os mesmos ganhem 51% dos salários dos brancos? Filho de pai branco e mãe negra, sempre me assumi negro. Até porque só isso podia explicar tantos nãos, ao longo da vida. Para um menino pouco quieto e perguntador. Para um jovem namorador, que acreditava no amor sem a barreira da epiderme. Para um velho professor, com 40 anos de experiência em salas de aula, ensinando tudo que sabia, não importando  a cor de quem quer que fosse. Ultimamente na Pós Graduação da Academia, sem ver  negros como seus alunos. Volto a afirmar: não se constrói uma nação desse jeito:  A pobreza tem cor e é negra. E essa pobreza  está sendo construída há centenas de anos, institucionalmente no País... Daí porque precisamos de outros Zumbis . Outra resistência, porque cerca de dois milhões de jovens negros, (até 22 anos)de baixa escolaridade, só entre o Rio e São Paulo, por não terem positivas lideranças, estão prestes a entrar nas fileiras do crime organizado,e aí sim, virão engrossar as estatísticas de mais morte entre jovens negros. Um verdadeiro genocídio. Ou adentrar em  caras prisões, quando não tiveram, sequer,  baratas escolas e mal pagos professores.

Entre  aqueles  que estão desempregados, diz o IBGE, metade  são negros. E o poeta já dizia que” sem o seu trabalho , um homem não tem honra. E sem a sua honra, se mata .Se morre. Não dá pra ser feliz”. Principalmente porque, no bairro ao lado, a opulência  afronta: carros blindados com segurança. Mansões , festas nababescas e escarnecedoras,( muitas delas feitas com desvios de dinheiro público) ,a que seus irmãos só tem acesso pelo  elevador de serviço...Há uma mama äfrica - mãe solteira,pobre e sofredora, ao lado uma europa bem nascida.Duas nações superpostas no mesmo espaço físico. Claro que os negros estão por baixo. E não importa quão ricos e intelectuais eles sejam. Quão formosos e elegantes se apresentem.

Ações civis públicas contra o racismo expresso nestes números começam a romper o silêncio constrangedor, a que se referia Martin Luther King. A moderna escravidão a que estão sujeitos muitos dos irmãos pardos e negros, é  a gerada pela falta de escolaridade na era do conhecimento. “O sol da liberdade em raios fúlgidos” é para esses brasileiros - é aprender a aprender. Para romper o dia de amanhã  sem grilhões.

 José Carlos Nunes Barreto

Professor doutor e Presidente de Academia de Letras de Uberlândia(ALU)

debatef@debatef.com