“ Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso
das bocas.A partir deste instante, a liberdade será algo vivo e transparente,
como um fogo ou um rio. E a
sua morada será sempre, o coração do homem.”
Thiago de Mello
Tempos difíceis atravessamos em 2016.Tempos em que o pântano enganoso das
bocas, dos políticos,magistrados e dos lulocastristas, cansaram de tentar subverter a ética da república, com uma
agenda oculta da sociedade, a quem deveriam prestar contas.Parece que este será
mais um daqueles anos que nunca acabarão,a exemplo de 1968,e 2001.Que venha
logo 2017(feliz Ano Novo!), pois não é em qualquer ano que se faz uma “lava
jato”, que coloca de joelhos toda classe
política corrupta do País, emparedando
magistrados macunados com ela. Se não bastasse isso,nele ainda prendemos o
terceiro na linha de poder , e fizemos com sucesso o empeachment da presidente
da república, antes que o estado derretesse como na Venezuela... Também não é
simples viver num ano, em que se estabeleceu a pior recessão do Brasil neste
século, gestada e administrada, pelo PT. Todavia não vivemos um mar de rosas
com Temer, que assumiu levando uma
quadrilha para dentro do Palácio do Planalto e, teve que mudar um ministro por
mês, enquanto a sociedade, atenta, sabe que precisa deste governo tampão, para
sanear as finanças públicas.
Feliz o povo que consegue a tempo e à hora, fazer um “dow sizing” de suas caras
estruturas fiscais, e ousa reverter estas despesas para atender, às áreas
constitucionais de educação,saúde e segurança, e à previdencia, cujas reformas
precisam acontecer, antes que viremos uma Grécia dos trópicos .
Muitas perdas nas fotos deste ano...12 milhões de empregos, o time da
Chapecoense , o poeta Ferreira Gullart,e o jornal Correio de Uberlândia...Sobre
a ùltima é até difícil falar.Foi aqui que ousei expressar sentimentos, e mover
mentes e corações através da palavra escrita,
eu que sou um engenheiro-professor.Graças a esse espaço criei asas e
voei, através de arrazoados ,e me
conectei com milhares, nas alturas de debates, cobranças,poesias e canções.Fiz
amigos e desafetos, fui processado, julgado e absolvido , tive muitas alegrias .Cheguei
às academia de Letras do Brasil Central e de Uberlândia, embora não me
reconheça merecedor desta honraria.
Mas a vida é assim...ensinava meu pai.Vc pode ser o que quiser, desde que
se dedique e corra atrás... corri atrás do conhecimento e cheguei ao pós doutorado, corri atrás do amor
e formei uma família linda, corri atrás
das palavras, e encontrei versos e
canções, que dividi com meu paciente leitor, que foi, afinal, o oleiro deste
escritor que vos fala, com voz embargada na despedida,desta imprensa – mãe , e que agora
deixa de existir...
Me socorro, então no verso de Carlos Drumond de Andrade, ao dar esse adeus:
Por que Deus permite/que as mães vão-se embora?/Mãe não tem
limite,
é tempo sem hora,/luz que não apaga/quando sopra o vento/e chuva desaba,veludo escondido/na pele enrugada,/água pura, ar puro,/puro pensamento.
Morrer acontece/com o que é breve e passa/sem deixar vestígio./
Mãe, na sua graça,/é eternidade./Por que Deus se lembra
- mistério profundo -de tirá-la um dia?/Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:/Mãe não morre nunca,/mãe ficará sempre
junto de seu filho/e ele, velho embora,/será pequenino/feito grão de milho.
é tempo sem hora,/luz que não apaga/quando sopra o vento/e chuva desaba,veludo escondido/na pele enrugada,/água pura, ar puro,/puro pensamento.
Morrer acontece/com o que é breve e passa/sem deixar vestígio./
Mãe, na sua graça,/é eternidade./Por que Deus se lembra
- mistério profundo -de tirá-la um dia?/Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:/Mãe não morre nunca,/mãe ficará sempre
junto de seu filho/e ele, velho embora,/será pequenino/feito grão de milho.
José Carlos Nunes
Barreto
Professor Doutor e
Presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
Debatef@debatef.com