O stress é a doença prevalente no século 21, e a busca pela qualidade de vida, é a grande moeda de troca- valorizadíssima- nos bens e serviços disponíveis no mercado. Todavia ,poucas organizações atentam para este paradigma ao empregar seus colaboradores...
Stress e a qualidade de vida no
trabalho
Seria o stress no trabalho uma
epidemia global? Para responder a esta e outras questões sobre qualidade de
vida no ambiente laboral, os professores Ana Maria Rossi, James Campbell Quick
e Pamela L. Perrewé escreveram em conjunto com vários colaboradores, todos,
como eles, doutores - o livro “Stress e Qualidade de Vida no Trabalho”,
publicado pela Ed. Atlas em 2008. Os autores narram a vivência do stress
relacionado ao trabalho em diferentes ocupações. Utilizam para isso, uma
ferramenta de breve avaliação do stress, que segundo descrições mede uma série
de estressores relacionados ao trabalho, além de aferir também as conseqüências
do stress, que são a falta de bem estar psicológico, a perda da saúde física e
a insatisfação no emprego.
O motivo para o meu interesse, e
de outros pesquisadores por este tema, se dá em virtude dos indícios de aumento
de ocorrências do stress prolongado ou intenso, no local de trabalho no Brasil,
e via de conseqüência, de seus impactos negativos sobre a saúde mental e física
dos indivíduos, principalmente como narrado pelo HEALTH AND SAFETY EXECUTIVE do
Reino Unido, em que os resultados apontam para um nível de stress tal, que meio
milhão de ingleses
estarão completamente doentes, em
virtude disso. Alertam também, para o fato de que cerca de cinco milhões de
pessoas disseram na pesquisa, sentir-se muito ou extremamente estressadas com
seu trabalho ,e, conforme resultados publicados
anteriormente no “Journal of Managerial Psychology” número 20 de 2005, o stress
relacionado ao trabalho ,custa àquela sociedade cerca de 3,7 bilhões de libras
esterlinas todos os anos. Quanto estaríamos gastando por aqui?
Uma sociedade avançada se preocupa
em como reduzir o stress negativo do trabalho(sim, porque há o stress positivo,
do qual não devemos abrir mão), enquanto nós ainda contamos nossos mortos aos
milhares, em acidentes de trabalho - foram segundo o IBGE, 2950 em 2009 -
enquanto no cenário mundial este número chega a dois milhões de mortes por
doenças ocupacionais e/ou acidentes, com um custo associado estimado em 1,5
trilhão de dólares /ano.
Sensibilizado pela questão, trato
do assunto em minhas aulas de “Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho” que
ministro em vários cursos de Pós graduação, e tenho com isso conseguido alguns
discípulos seguidores, que realizarão no futuro muito mais do que tenho feito,
ao unir este tema, ao da qualidade dos processos e à qualidade ambiental. Jean
Tófoles Martins Bernardes é um deles e seu brilhante artigo de TCC “ A
Incidência de Stress
em Executivos de um Grupo
Empresarial e suas particularidades”- disponível em WWW.SCIENCOMM.COM.BR -,me
honra como seu orientador. Ele mostra em sua pesquisa que o andar de cima está
doente com o stress (alguns já morreram), e as mulheres são as que mais sofrem
principalmente com os sintomas psicológicos. Os dados mostrados em seu trabalho,
corroboram com as pesquisas científicas do grupo acima citado, que destacam a
vulnerabilidade de trabalhadores
que exercem função de liderança, quanto à convivência com o stress
organizacional.Propõe programas voltados para saúde mental nas organizações,
voltados principalmente para essas lideranças,essenciais - segundo suas
palavras - para suas empresas atingirem metas financeiras e corporativas.
Parabéns Jean!
José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e Presidente da Academia de
Letras de Uberlândia (ALU)
debatef@debatef.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário