terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O silêncio de Adão


“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.” Martin Luther King

O livro de Consuelo Dieguez - “bilhões e lágrimas”, foi comentado pela atriz e escritora Fernandinha Torres em recente artigo, e abriu discussão sobre a história de desvios vultuosos de recursos públicos em três oportunidades concomitantes: Mensalão, Petrolão e agora em escala muito maior no BNDES - quando de maneira criminosa, e orquestrada no alienígena “foro de são Paulo”, sem passar pelo Congresso Nacional - bilhões de dólares foram enviados para fora do País  à líderes sanguinários como os irmãos Castros, ditadores africanos, além de bolivarianos cocaleiros que  destroem nossa sociedade. Uma sangria criminosa de dinheiro público, que poderia ser usado em investimentos cruciais para nosso futuro. As “Lamburguine e Ferrari” do ex-presidente Color, contumaz desviador destes recursos, e agora os recursos escusos do Instituto do ex-presidente Lula, envolvido até à raiz dos cabelos com a Odebrecht - abrem caminho para o impensável há alguns anos, mas que hoje diz muito bem das elites que temos: dois ex-presidentes presos na mesma cela. Collor, ex–caçador de marajás de araque, e Lula, líder corrupto dos metalúrgicos, que ao chegarem ao poder, cada um a seu modo, se tornaram predadores da Nação. Há um “líder” esperto que andou se escondendo neste momento - é José Sarney-com seu legado de opressão e baixo IDH do maranhão, e sua filha e genro também predadores do patrimônio público. Triste Nação a nossa - três ex-presidentes que não valem nada, e só sobrou FHC, que apesar dos pesares, deixa um legado, após ser guiado pela matriarca Ruth Cardoso- ideóloga no seu governo da distribuição de renda e da inserção de negros na sociedade. Sofreu ela, por isso, com os dossiês vazios de dona Dilma, que não rouba, mas deixa roubar, e usa o dinheiro do roubo em suas campanhas para presidente. Num claro golpe às nossas instituições republicanas. Impeachment já!

Liderança é tudo. Adão no Eden não foi líder. Silenciou diante da mulher. Abrahão também, quando Sara, deu aquela brilhante ideia para ele dormir com a escrava a fim de gerar descendência - e ante sua omissão, presenciamos 4000 anos de lutas entre seus descendentes árabes e israelenses. Num momento crítico como o atual, faltam líderes que são matéria prima escassa no Brasil. Não temos mais um Ulisses Guimarães, nem um Tancredo Neves, tampouco um JK.

A Nação está exasperada, e com pressa para resolver suas questões básicas de educação, saúde, e sustentabilidade social- enquanto alguns irresponsáveis como o presidente da câmara, brincam de serem líderes- se achando, e o povo mostra que não com mais um panelaço entre muitos, que ainda virão, antes, e após o dia 16 de agosto, quando voltaremos às ruas, mas desta vez, após o evento, haveremos de transformar nossas metas em ações legislativas, e planas de ação no executivo e na sociedade civil. Nós podemos!

Ghandhi, Churchil e Martin Luther King nos lembram de que, para serem seguidos, os mesmos tiveram de estar no meio do povo, sofrendo suas carências, passando por seus riscos ambientais, e mesmo assim prometeram uma visão de melhores dias, apesar do “sangue, suor e lágrimas”. Tiradentes – “aquele herói enlouquecido de esperança”, pagou com a vida. E por falar em silêncio, alguém aí viu Aécio Neves e Marina Silva?

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia (ALU)

debatef@debatef.com

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