“Palavras não pagam
dívidas” William Shakespeare.
Acompanho com atenção os
orçamentos da União, do Estado e do Município. Falta transparência. Até onde se
permite ver, absurdos desrespeitos às deliberações legislativas e à demandas da
sociedade. Como num jogo, poucos que detêm o poder, fazem a fortuna de poucos
ou a desgraça de milhões de pessoas. Um jovem edil da cidade de Uberlândia, está
patrocinando um projeto de lei para estabelecer a transparência no orçamento.
Até que enfim. Na era da internet, e da comunicação on line, é incomcebível
sermos pegos de surpresa com alguns gastos municipais, que não estão dentro das
prioridades da população- Oportunidade para lobistas serem locupletados.
Estive com o Prefeito Odelmo, a seu
convite, após algumas críticas que fiz numa carta aberta ao mesmo no jornal “O
Correio”. A ele, olhando nos olhos, disse que precisava governar junto com a
sociedade. “Não se governa sozinho, ou com um pequeno grupo de séquitos”.
Sugeri um Conselho de Desenvolvimento para o Município... “Este é o maior desafio de minha vida,
professor”, me disse. Acredito que sim, mesmo para um preparado ex-deputado, um
dos mais influentes que o congresso já viu. Mas a questão agora é de gestão
Prefeito! A coisa é diferente. Tudo começa e termina com pessoas. O secretário
de Administração mostrou o planejamento em que utiliza a moderna ferramenta
Balance Score Card. Após alguns minutos de conversa se rendeu às evidências de
que não tem como executar vários planos de ação em virtude da desmotivação dos
funcionários! Falta o principal, e sem gente comprometida (velas) não se chega
a lugar nenhum em administração.
A qualificação do ser humano, nos dias
de hoje, têm feito a diferença em organizações do mundo todo. Primeiro o capital
humano Depois pontes, terminais rodoviários etc (por exemplo temos uma polêmica
obra do corredor rodoviário em andamento de valores elevadíssimos, sem
aproveitamento do que antes já existia). Jack Welch fez isso na GE, o Japão na
era Menji, e aqui mesmo temos exemplos de sucesso nos negócios com as
universidades corporativas do Grupo Algar e do Grupo Martins entre outras. Não
dá mais para pagar dívidas com palavras e sem resultados. Veja o governo
federal, que apesar dos pesares tem mais transparência que o municipal: empenhou
61% das dotações orçamentárias iniciais para a sofrida infraestrutura do País
(portos, aeroportos e malha viária) até o final de novembro, segundo o
Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada só havia liquidado 36,28%,
apesar do clamor social, dos prejuízos para quem produz e das vidas que se
perderam nos buracos das estradas brasileiras. O Congresso fez um orçamento
para a nação em 2005 e só 25% foi executado!. Sobra dinheiro nos ministérios
por ineficácia em gestão de pessoas! Os governos desmotivam (baixos salários,
falta de treinamento, falta de reconhecimento, falta de metas, falta de padrões
operacionais e falta de exemplo–vide as Universidades federais!)- E abrem as
burras para os valérios e delúbios da vida e demais ratos da fazenda nacional. As eleições vêm aí e
com elas de novo, promessas vazias. Palavras, palavras, palavras...
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com.br
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