terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O Ajustar das Velas

Palavras não pagam dívidas” William Shakespeare.

Acompanho com atenção os orçamentos da União, do Estado e do Município. Falta transparência. Até onde se permite ver, absurdos desrespeitos às deliberações legislativas e à demandas da sociedade. Como num jogo, poucos que detêm o poder, fazem a fortuna de poucos ou a desgraça de milhões de pessoas. Um jovem edil da cidade de Uberlândia, está patrocinando um projeto de lei para estabelecer a transparência no orçamento. Até que enfim. Na era da internet, e da comunicação on line, é incomcebível sermos pegos de surpresa com alguns gastos municipais, que não estão dentro das prioridades da população- Oportunidade para lobistas serem locupletados.

Estive com o Prefeito Odelmo, a seu convite, após algumas críticas que fiz numa carta aberta ao mesmo no jornal “O Correio”. A ele, olhando nos olhos, disse que precisava governar junto com a sociedade. “Não se governa sozinho, ou com um pequeno grupo de séquitos”. Sugeri um Conselho de Desenvolvimento para o Município...   “Este é o maior desafio de minha vida, professor”, me disse. Acredito que sim, mesmo para um preparado ex-deputado, um dos mais influentes que o congresso já viu. Mas a questão agora é de gestão Prefeito! A coisa é diferente. Tudo começa e termina com pessoas. O secretário de Administração mostrou o planejamento em que utiliza a moderna ferramenta Balance Score Card. Após alguns minutos de conversa se rendeu às evidências de que não tem como executar vários planos de ação em virtude da desmotivação dos funcionários! Falta o principal, e sem gente comprometida (velas) não se chega a lugar nenhum em administração.

A qualificação do ser humano, nos dias de hoje, têm feito a diferença em organizações do mundo todo. Primeiro o capital humano Depois pontes, terminais rodoviários etc (por exemplo temos uma polêmica obra do corredor rodoviário em andamento de valores elevadíssimos, sem aproveitamento do que antes já existia). Jack Welch fez isso na GE, o Japão na era Menji, e aqui mesmo temos exemplos de sucesso nos negócios com as universidades corporativas do Grupo Algar e do Grupo Martins entre outras. Não dá mais para pagar dívidas com palavras e sem resultados. Veja o governo federal, que apesar dos pesares tem mais transparência que o municipal: empenhou 61% das dotações orçamentárias iniciais para a sofrida infraestrutura do País (portos, aeroportos e malha viária) até o final de novembro, segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada só havia liquidado 36,28%, apesar do clamor social, dos prejuízos para quem produz e das vidas que se perderam nos buracos das estradas brasileiras. O Congresso fez um orçamento para a nação em 2005 e só 25% foi executado!. Sobra dinheiro nos ministérios por ineficácia em gestão de pessoas! Os governos desmotivam (baixos salários, falta de treinamento, falta de reconhecimento, falta de metas, falta de padrões operacionais e falta de exemplo–vide as Universidades federais!)- E abrem as burras para os valérios e delúbios da vida e demais ratos   da fazenda nacional. As eleições vêm aí e com elas de novo, promessas vazias. Palavras, palavras, palavras...

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor

debatef@debatef.com.br  

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