terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A Terra é Plana?


O covarde nunca tenta, o fracassado nunca termina, e o vencedor nunca desiste” (Norman Vincent).

Acredito na eficácia dos pactos. O “Pacto de Moncloa” selou o destino de desenvolvimento econômico e social da Espanha após as trevas do franquismo. Nas guerras, a estratégia dos pactos de não agressão faz a diferença entre a vitória ou não em batalhas. A sociedade brasileira tem construído pactos em momentos críticos ao longo de sua história. Somos um povo que termina longos ciclos com costuras de tréguas entre facções políticas. Foi assim na proclamação da república, na edição da lei áurea, no final da ditadura, e no fim do período inflacionário. Estamos no limiar do final de um ciclo nada favorável: 25 anos de estagnação econômica aliada à banalização da vida, com 50 milhões de irmãos abaixo da linha de miséria, e 75% dos cidadãos sem conseguirem ler e entender uma notícia de jornal. O termo “brasilinização”, cunhado por Michael Lind no livro “The Next American Nation”, significa hoje no planeta, “o aumento da lacuna entre ricos e pobres e o auto isolamento dos ricos em um mundo de bairros fechados, escolas privadas, sistemas de segurança e caríssimos sistemas privados de saúde”.

Que pacto será este que se avizinha? Acho que desta vez será em torno da real valorização do homem como capital humano deste imenso País. Uma liderança nova que apresente propostas estruturantes para estes milhões que atualmente recebem esmolas do governo, estará captando mentes e corações para construção deste novo tempo.

A exemplo de Collor, Lula deveria ter sido cassado. Não o foi por covardia e miopia da oposição. Que é uma das construtoras deste paradigma-governo: o roubar o estado. Clamamos por um pacto que envolva uma lei de responsabilidade fiscal para o governo federal, aliada e irmã gêmea de outra de responsabilidade social, e com as devidas penas de inegibilidade e comprometimento do patrimônio pessoal dos governantes . Precisamos envolver neste pacto, em primeiríssimo lugar, uma educação de qualidade pública pelos próximos 30 anos; uma reforma tributária; manter baixa a inflação; e a construção modernização de uma infraestrutura ampla de serviços e de meios físicos.

     “Last but not least”, neste concerto, há de se incluir um planejamento para estancarmos e sanarmos a dívida pública interna.( pagou-se uma dívida barata no FMI e ficou a cara: estamos devendo um trilhão de reais-51% do PIB)!

Quanto ao título, deste artigo, foi sugerido pelo livro de Thomas L. Friedman. Consta que após jogo de golfe em Bangalore- Indiana EUA (alta concentração de empresas com tecnologia de ponta), e trata-se de um determinista tecnológico, pois acha que a terra é plana em razão da disseminação das forças da tecnologia da informação (computadores, internet e redes de fibras óticas), e da inclusão da China e Índia como novos “players” para os negócios. Claro que ele não considerou os 3 bilhões de pessoas na América latina ,Ásia e África que sequer tem acesso a um computador, e a outra característica central da globalização: a      “brasilinização”. Concluo: Este é o pacto-fazer a “desbrazilização” do Brasil nos próximos 10 anos independente do partido que estiver no governo.

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor

debatef@debatef.com.br 

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