“O covarde nunca
tenta, o fracassado nunca termina, e o vencedor nunca desiste” (Norman
Vincent).
Acredito na eficácia dos pactos. O
“Pacto de Moncloa” selou o destino de desenvolvimento econômico e social da
Espanha após as trevas do franquismo. Nas guerras, a estratégia dos pactos de
não agressão faz a diferença entre a vitória ou não em batalhas. A sociedade
brasileira tem construído pactos em momentos críticos ao longo de sua história.
Somos um povo que termina longos ciclos com costuras de tréguas entre facções
políticas. Foi assim na proclamação da república, na edição da lei áurea, no
final da ditadura, e no fim do período inflacionário. Estamos no limiar do
final de um ciclo nada favorável: 25 anos de estagnação econômica aliada à banalização
da vida, com 50 milhões de irmãos abaixo da linha de miséria, e 75% dos
cidadãos sem conseguirem ler e entender uma notícia de jornal. O termo
“brasilinização”, cunhado por Michael Lind no livro “The Next American Nation”,
significa hoje no planeta, “o aumento da lacuna entre ricos e pobres e o auto
isolamento dos ricos em um mundo de bairros fechados, escolas privadas,
sistemas de segurança e caríssimos sistemas privados de saúde”.
Que pacto será este que se avizinha?
Acho que desta vez será em torno da real valorização do homem como capital
humano deste imenso País. Uma liderança nova que apresente propostas
estruturantes para estes milhões que atualmente recebem esmolas do governo,
estará captando mentes e corações para construção deste novo tempo.
A exemplo de Collor, Lula deveria ter
sido cassado. Não o foi por covardia e miopia da oposição. Que é uma das
construtoras deste paradigma-governo: o roubar o estado. Clamamos por um pacto
que envolva uma lei de responsabilidade fiscal para o governo federal, aliada e
irmã gêmea de outra de responsabilidade social, e com as devidas penas de
inegibilidade e comprometimento do patrimônio pessoal dos governantes .
Precisamos envolver neste pacto, em primeiríssimo lugar, uma educação de
qualidade pública pelos próximos 30 anos; uma reforma tributária; manter baixa
a inflação; e a construção modernização de uma infraestrutura ampla de serviços
e de meios físicos.
“Last but not
least”, neste concerto, há de se incluir um planejamento para estancarmos e
sanarmos a dívida pública interna.( pagou-se uma dívida barata no FMI e ficou a
cara: estamos devendo um trilhão de reais-51% do PIB)!
Quanto ao título, deste artigo, foi
sugerido pelo livro de Thomas L. Friedman. Consta que após jogo de golfe em
Bangalore- Indiana EUA (alta concentração de empresas com tecnologia de ponta),
e trata-se de um determinista tecnológico, pois acha que a terra é plana em
razão da disseminação das forças da tecnologia da informação (computadores,
internet e redes de fibras óticas), e da inclusão da China e Índia como novos
“players” para os negócios. Claro que ele não considerou os 3 bilhões de
pessoas na América latina ,Ásia e África que sequer tem acesso a um computador,
e a outra característica central da globalização: a “brasilinização”. Concluo: Este é o pacto-fazer a “desbrazilização”
do Brasil nos próximos 10 anos independente do partido que estiver no governo.
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário