quinta-feira, 28 de maio de 2015

Bancos X Projetos Sócio - Ambientais

“Uma visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem visão é só um passatempo. Mas uma visão com ação pode mudar o mundo” Joel Baker

Há luzes no fim do túnel. E não são locomotivas vindo em nossa direção. A primeira é o projeto de lei aprovado pelo congresso que trata de gestão de florestas públicas (PL 4776/2005).Pela primeira vez na história da Amazônia de muitas ambições e nenhum projeto de gestão, há consenso entre os vários atores de lutas eternas pela terra, madeira e preservação da floresta. Os seringueiros, madeireiros e ambientalistas, governos, ONGs e Universidades concordam com a concessão de áreas para exploração sustentável a fim de que a Amazônia continue floresta e pública, informa a revista ”Carta Capital” de 22 de fevereiro. Nada existia antes para evitar o conluio entre o madeireiro que desmatava ilegalmente e o ruralista que dava o novo uso à terra. Resultado: só nos dois primeiros anos do governo Lula uma área equivalente ao estado de Sergipe foi desmatada. E essa é uma indústria com quadrilhas montadas à sombra do estado. Há escândalos sendo desvendados pela Polícia Federal noticiados pela grande mídia, mostrando filas de caminhões com toras ilegais sendo liberadas por fiscais corruptos do Ibama - Pará ,envolvidos com altos escalões do governo federal e parlamentares do PT(outro mensalão - abafa, abafa!)A solução apresentada precisa ser vigiada pela sociedade. Cria-se o SFB-serviço Florestal Brasileiro com esse fim, e através dele licitações públicas e pagamento de royalties. Um modo inteligente de gerir o patrimônio ambiental está posto: a floresta valerá mais em pé do que no chão e queimada. Os seus principais objetivos são minar o secular problema de grilagem e permitir a concessão de áreas para exploração sustentável. Todos sabemos a importância econômica da Amazônia para o Brasil e o mundo. Mas como precificar o serviço da floresta como umidificador / regulador do clima e fonte de biodiversidade sequer mapeada?. Este é o começo.

A Segunda luz vem de Davos no encontro anual de Forum Econômico Mundial. As ONGs “WWF” e “Banck Track”, mediram o desempenho sócio -ambiental entre 39 bancos do mundo, entre eles 5 brasileiros( Banco do Brasil, Bradesco, BNDES, Itaú e Unibanco), e esta primeira avaliação mostrou- como era de se esperar, um resultado decepcionante.Com notas variando de E(pior) à A (melhor). Os melhores classificados ficaram com D,em 13 quesitos:* Sistema de Gestão Sócio- Ambiental;* Direitos Humanos;*Direito do Trabalho; *Populações Indígenas; *Clima e Energia;*Hidrelétricas;* Biodiversidade;* Florestas;* Pesca;* Agricultura;* Transparência de Informações;*Química e Petroquímica; e *Indústria Extrativista. Interessante notar que um dos piores classificados (tirou zero em tudo-E) é o BNDES, que tem o social só no nome. Como diria Ivan Santos: não é lindo?. Mas estamos no primeiro passo. Quem sabe a coisa não melhora?. Depende de vigilância, medição e premiação dos melhores, no caso o Banco do Brasil, que homenageio nesta oportunidade, para que continue público,melhore este desempenho  e seja futuramente um benchmarck em projetos sócio-ambientais, neste sofrido País das cinzas.

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
Debatef@debatef.com.br  


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