quinta-feira, 28 de maio de 2015

Ergonomia

“Não me ofereça coisas.
Não me ofereça sapatos.
Ofereça-me comodidade para meus pés e o prazer
De caminhar.
Não me ofereça casa.
Ofereça-me segurança, conforto e um lugar que prime
Pela limpeza e felicidade.
Não me ofereça livros.
Ofereça-me horas de prazer e o benefício
Do conhecimento.
Não me ofereça móveis.
Ofereça-me conforto e tranquilidade de um ambiente
Aconchegante.
Não me ofereça coisas.
Ofereça-me idéias, emoções, ambiência, sentimentos
E benefícios.
Por favor, não me ofereça coisas.”
Autor desconhecido


Apesar de ser engenheiro e professor, tenho me apaixonado ultimamente pela psicologia. E me aproximei dela, exatamente por trabalhar com gente, ensinando e dando consultoria. Uma sala de aula é um laboratório com a diversidade dos alunos a nos desafiar. Uma empresa possui famílias no comando e suas susceptibilidades têm nos levado à especializações em gestão familiar nos negócios, onde a psicologia do poder é uma constante, principalmente quando somada ao capital humano contratado, formando o chamado clima organizacional, que se “leve” favorece a produtividade, se “climão” leva à perdas de capital humano e  Mercado.

Tudo começa pela pirâmide de Maslow, que é uma escala de prioridades das pessoas em que degraus nunca podem deixar de ser vivenciados para que se siga em frente. O primeiro deles é a conservação da vida, onde as necessidades fisiológicas básicas devem ser satisfeitas - comer, beber, vestir, etc.. O seguinte é o domínio do ambiente físico. Se estiver frio, aquecer, se quente esfriar, se escuro, iluminar, adequar moradia e trabalho às exigências psicofisiológicas e anatômicas do corpo humano. A isto damos o nome de ergonomia, que é um conjunto de ciências com uma diretriz ética e técnica fundamental: adequar o ambiente ao ser humano para produção ou para o lazer. Continuando a sequência de MasloW, o terceiro degrau é a necessidade que o ser humano têm de ser aceito pelo grupo, o que explica a profusão de clubes de servir, ongs e tribos na atual sociedade do conhecimento. Interessante notar que em nações em guerra não se chegam à este patamar por ausência de condições de domínio do ambiente(Nossa guerra urbana talvez explique nossa falta de solidariedade...)Após cumprir esta etapa o cidadão segundo o autor, pode reconhecer o seu próprio valor que é o quarto degrau, e chegando à autonomia logo a seguir. Finalmente no último degrau estará a auto realização. Hora em que se deixa legados para futuras gerações.

Entre todos os degraus o que mais demanda tecnologia é o segundo, exatamente o da ergonomia. E onde houver fome, frio, ausência de moradia,  aí estará  todo tipo de tensão social. No Brasil segundo o IBGE, 10,525 milhões de micro e pequenas empresas com até 5 empregados, estão, similarmente às pessoas, na base desta pirâmide, e tudo indica, nunca chegarão ao topo com tudo que isto significa para o País em termos de qualidade vida e sucesso. Por favor não me ofereça coisas...

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor

debatef@debatef.com.br


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