quinta-feira, 28 de maio de 2015

Os PCBs e o Paradigma Criativo

Através dos tempos a ciência tem buscado soluções para o homem conquistar poder, bem estar e qualidade de vida, que mais tarde constatamos, têm deixado para futuras gerações um legado assustador definido por um paradigma, que é um modelo ou padrão sobre o qual a ciência e através dela a humanidade, embasa seus conhecimentos e ergue seus “edifícios tecnológicos”. Os paradigmas mudam: do positivismo, para o interpretativismo, e daí para os paradigmas crítico e/ou ecológicos e finalmente para o criativo. Durante cada “império” eles representam uma visão de mundo diferente em termos cosmológico, ontológico, epistemológico, ético, espiritual e político. Jonhn Naisbitt em “Mega Trends 2000” enumera mega tendências para o século 21 entre elas duas tem tudo haver com o case que mostro a seguir: era da biologia e o triunfo do indivíduo.

O PCB (Policlorado Bifenil), foi descoberto antes do século 20 e sua utilidade para industria foi cedo reconhecida, tendo sido usado comercialmente desde 1930 –descontinuado em 1980 por recomendação da OECD -como dielétrico, fluido trocador de calor e uma série de outras aplicações. Os PCBs foram distribuídos largamente no meio ambiente através do globo e são persistentes e acumulativos em cadeias alimentares. A exposição humana aos mesmos têm acontecido a partir do consumo de comida contaminada, absorção pela pele em ambientes de trabalho e inalação.

Os PCBs se acumulam em tecidos gordurosos de humanos, animais e tem causado efeitos tóxicos em ambos, particularmente se repetidas exposições acontecem. A pele e o fígado são os maiores locais de patologia, mas o trato gastrointestinal, o sistema imunológico, e o sistema nervoso são também alvos.

Os PCDFs(Policlorados Dibenzofuranos)que são contaminantes em misturas de PCBs comercializados, contribuem significativamente para sua toxidade. Resultados de estudos em roedores sugerem que alguns congêneres de PCBs podem ser carcinogênicos (cancerígenos) e podem promover a carcinogenicidade em outros produtos químicos. É certo que a partir de dados sobre PCBs, o ideal seria não tê-lo na cadeia alimentar em qualquer  nível, no entanto também está claro que a redução da exposição dos PCBs na cadeia alimentar para zero ou próximo de zero, significaria a proibição do consumo de uma larga quantidade de importantes itens alimentares como peixe, aves, plantações, e mais importante ainda o leite e seus derivados.(O leite materno contribui com cerca de 1,3% da meia vida do PCB nas pessoas).Comitês Científicos internacionais têm de decidir entre o que significa um balanceamento adequado ,entre um seguro grau de proteção da saúde pública,(quanto ao PCB)  e a excessiva perda de alimentos em um mundo já faminto.

A Partir desse ponto nos parece estar colocada uma questão filosófica: Que novo paradigma deve reger a ciência para levar a humanidade a superar esta situação de alguma forma parecida à uma “peste bíblica”. Através da dialética (arte do diálogo como força de argumentação), o prof. Colin Peile conceitua o paradigma criativo, que produz poder de síntese, visão e desenvolvimento do grau de conhecimento, como forma de mudar o comportamento da ciência e dos cientistas a fim de evitar futuras “pestes bíblicas”. Amém.

José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor

debatef@debatef.com.br

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