Através
dos tempos a ciência tem buscado soluções para o homem conquistar poder, bem
estar e qualidade de vida, que mais tarde constatamos, têm deixado para futuras
gerações um legado assustador definido por um paradigma, que é um modelo ou
padrão sobre o qual a ciência e através dela a humanidade, embasa seus
conhecimentos e ergue seus “edifícios tecnológicos”. Os paradigmas mudam: do
positivismo, para o interpretativismo, e daí para os paradigmas crítico e/ou
ecológicos e finalmente para o criativo. Durante cada “império” eles representam
uma visão de mundo diferente em termos cosmológico, ontológico, epistemológico,
ético, espiritual e político. Jonhn Naisbitt em “Mega Trends 2000” enumera mega
tendências para o século 21 entre elas duas tem tudo haver com o case que mostro
a seguir: era da biologia e o triunfo do indivíduo.
O
PCB (Policlorado Bifenil), foi descoberto antes do século 20 e sua utilidade
para industria foi cedo reconhecida, tendo sido usado comercialmente desde 1930
–descontinuado em 1980 por recomendação da OECD -como dielétrico, fluido
trocador de calor e uma série de outras aplicações. Os PCBs foram distribuídos
largamente no meio ambiente através do globo e são persistentes e acumulativos
em cadeias alimentares. A exposição humana aos mesmos têm acontecido a partir
do consumo de comida contaminada, absorção pela pele em ambientes de trabalho e
inalação.
Os
PCBs se acumulam em tecidos gordurosos de humanos, animais e tem causado
efeitos tóxicos em ambos, particularmente se repetidas exposições acontecem. A
pele e o fígado são os maiores locais de patologia, mas o trato gastrointestinal,
o sistema imunológico, e o sistema nervoso são também alvos.
Os
PCDFs(Policlorados Dibenzofuranos)que são contaminantes em misturas de PCBs
comercializados, contribuem significativamente para sua toxidade. Resultados de
estudos em roedores sugerem que alguns congêneres de PCBs podem ser
carcinogênicos (cancerígenos) e podem promover a carcinogenicidade em outros
produtos químicos. É certo que a partir de dados sobre PCBs, o ideal seria não
tê-lo na cadeia alimentar em qualquer
nível, no entanto também está claro que a redução da exposição dos PCBs
na cadeia alimentar para zero ou próximo de zero, significaria a proibição do consumo
de uma larga quantidade de importantes itens alimentares como peixe, aves,
plantações, e mais importante ainda o leite e seus derivados.(O leite materno
contribui com cerca de 1,3% da meia vida do PCB nas pessoas).Comitês
Científicos internacionais têm de decidir entre o que significa um
balanceamento adequado ,entre um seguro grau de proteção da saúde
pública,(quanto ao PCB) e a excessiva
perda de alimentos em um mundo já faminto.
A
Partir desse ponto nos parece estar colocada uma questão filosófica: Que novo
paradigma deve reger a ciência para levar a humanidade a superar esta situação
de alguma forma parecida à uma “peste bíblica”. Através da dialética (arte do
diálogo como força de argumentação), o prof. Colin Peile conceitua o paradigma
criativo, que produz poder de síntese, visão e desenvolvimento do grau de
conhecimento, como forma de mudar o comportamento da ciência e dos cientistas a
fim de evitar futuras “pestes bíblicas”. Amém.
José Carlos
Nunes Barreto
Professor
Doutor
debatef@debatef.com.br
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