quinta-feira, 30 de julho de 2015

Água Seis Sigma já


Domingo foi o dia mundial da água, e eventos em todo mundo marcaram a data, que no Brasil, com as raras exceções de sempre, passou batido, principalmente nas prefeituras que operam os sistemas de saneamento, incumbidos de gerirem a água potável, e que se caracterizam como um dos mais ineficientes e ineficazes do mundo, com perdas médias de 42%, e em alguns casos (10 empresas, segundo o Snis - Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento, por exemplo no Piauí, Amazonas, Acre e Alagoas), desperdiçando mais de 50% do líquido antes que chegue à torneira do usuário,contra uma benevolente indicador  de no máximo 20% da ANA- Agência Nacional da Água.

O índice 20% já é um absurdo frente às perdas toleradas de outras manufaturas de no máximo 2%, sem falarmos nas excelentes que são seis sigmas e erram 3,4 erros por milhão de operações, o que representaria 0,00034%, e zeraria os vazamentos de água, utilizando uma já consolidada tecnologia de gestão testada com êxito em grandes empresas como 3M, NOKIA, TOYOTA, MARTINS entre outras.

A maioria das empresas está na faixa de 30%,caso da COPASA em Minas Gerais,  que com esse índice joga no esgoto 777 milhões de litros de água/dia(só na capital BH 222 milhões de litros/dia), o que garantiria duas vezes o abastecimento da capital mineira em um dia.A ineficiência é por definição  proporcionar um out- put, utilizando alta quantidade de recursos, quando comparado a um benchmark que gasta bem menos para atingir  o mesmo resultado.Como não existe almoço grátis, quem paga a conta é o contribuinte,  e a empresa quando não é monopólio,  caso das operadoras de  água, é descartada como fornecedora, por outra concorrente com  melhores serviços e preços menores.

Há, no entanto uma preocupação maior, que foi desenhada nas conferências mundiais sobre o clima, que é o fato de cada vez mais bilhões de pessoas ficarão sem acesso à água potável neste século, e os números da OMS mostram que já hoje, em diversas partes do planeta a cada oito segundos morre uma criança por falta de água potável, o que equivale a 3 milhões de meninos e meninas mortos por ano.

É mandatário, portanto, criar políticas públicas para educar a população a melhorar o seu padrão de consumo, para evitar absurdos vistos todos os dias, por falta de conscientização. Mudar a legislação, focando no conceito de pegada hídrica(volume de água doce usado para produzir os bens e serviços consumidos por pessoa,empresa ou país) , na taxação dos grandes consumidores que esbanjam. Por exemplo, para exportarmos 67,5 milhões de toneladas de grãos no Brasil, ano passado gastamos cerca de 70 bilhões de litros d’agua. Como não se cobra eficiência também no uso, a irrigação perde, segundo especialistas, 50% do que aplica, com técnicas de inundação e por gravidade, já que poucos usam o gotejamento, mais eficaz indo ao ponto, e com baixo consumo de água, portanto eficiente.

Além disso, poluímos muito a água que usamos e não a reciclamos. Mesmo a água tratada, está cada vez mais insegura, pois as ETAS não dispõe de tecnologia para tirar alguns produtos químicos tóxicos e cancerígenos a taxas de 0,00000008g/l, como dioxinas e furanos, ou hormônios,ou qualquer outro produto perigoso criado ao redor do mundo enquanto você lia  este artigo.

Jose Carlos Nunes Barreto
Professor doutor

debatef@debatef.com.br

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