quinta-feira, 30 de julho de 2015

Bispos e pastores do mal



Quando vi o filme “O nome da rosa” pensei que seria o máximo em termos de enredo do mal dentro da igreja. Cabe notar que naquele monastério, onde foram rodadas as cenas, viveram durante séculos monges, a maioria filhos caçulas da nobreza européia, enviados para clausura como forma de evitar dividir a herança da família. Para muitos, não havia escolha: ser sacerdote era a única saída. Mas é importantíssimo frisar que existem hoje, graças a Deus, muitas abençoadas carreiras eclesiásticas, de pastores de almas, que são fruto de um despertar, um toque  do espírito santo,  da mesma forma que aconteceu à S. Francisco de Assis, que rico renunciou a tudo por amor a Deus, doou  aos pobres sua riqueza. Fez o solicitado por Jesus àquele rico príncipe que o procurou à noite: ”Vai vende tudo que tens e dá aos pobres”.

Bispos e pastores há, porém, que só pensam em poderes e riquezas deste mundo. São avarentos, e não tem o menor constrangimento em se apoderar das ofertas dos fiéis, seja para pequenas coisas (quem não é fiel no pouco, como o será sobre fortunas?), seja para fazer campanha política e/ou promoção pessoal. Alguns compram e mantêm emissoras de TVs, com o dízimo da igreja, pagando caríssimos espaços na madrugada, desestabilizando esse mercado de comunicação. Enfim vivem nababescamente.

A história eclesiástica mostra que, após dezenas de anos de delitos acobertados pelas igrejas - de modo geral- itens como roubo, tráfico de influência, puxadas de tapete de pares que podem fazer sombra, difamação e calúnia, abuso sexual de menores, etc...(a lista é longa demais),alguns desses atores terminaram sendo julgados, nunca por seus pares, e poucos foram presos. Uma vergonha! Ao invés de vestir toda armadura de Deus para combater o mal deste mundo, eles são o próprio mal. São os dominadores deste mundo tenebroso juntamente com o diabo e seus anjos, fazendo acordos com os Sarneys da vida, não importando os meios para chegar a um almejado fim.

Pastores há, também, que de seus púlpitos agem como covardes a citar exemplos de casos acontecidos sob sigilo de sua ação pastoral. Expondo os fiéis. São macacos em loja de louças, não sendo éticos, não tendo humildade, ao contrário sendo vaidosos, orgulhosos, presunçosos  dentro dos seus ternos e túnicas de “linho egípcio”. É lamentável dizer, mas estão como Eli nos tempos de Samuel. Deus não fala mais através deles, não podem mais fazer maravilhas, pois o poder sobrenatural do Senhor lhes foi tirado. Alguns ouvirão dele no dia do juízo: ”não vos conheço”. 

O Pior eu veria em outro filme: “O Código Da Vinci”, que inovou. Trouxe mais suspense e mistérios. Por causa de seu enredo, houve até quem se desviasse da fé. E ele é só uma nova trama, no essencial, uma ficção que despreza dados e fatos verídicos, e cria outros mentirosos. Uma cilada armada pelos principados e potestades, igual à que parou o apóstolo Paulo quando se dirigia para uma de suas igrejas. Se parou Paulo, que dizer a nós, homens de fé menor que o grão de mostarda? São tempos difíceis, mas tenho certeza que se os pastores e bispos continuarem assim, Deus continuará a falar nem que seja através de pedras ou com uma mula, como fez com Balão.

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com.br     

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