quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Desafios da Índia X Perspectivas do Mundo

"Quando morre um idoso, perde-se uma biblioteca."

Provérbio indiano



Segundo a escritora  americana Mira Kamdar, em sua obra " O Planeta Índia", a incrível parcela de 40% da pobreza de todo mundo, vive na Índia, incluindo 1/3 de todas crianças desnutridas. Um relatório da ONU  em setembro de 2006, por Jean Ziegler, seu relator especial:" a  extensão da fome crônica e da desnutrição na Índia,indicou que a fome e a desnutrição constituem hoje um flagelo mais grave que na década de  1990, e que  ampliou a distância entre os que  comem bem e os que não conseguem ter o suficiente para matar a fome".Num país que se orgulha da liderança em TI, e de um vigoroso crescimento econômico...Uma quantidade chocante de  pessoas, vive em condições não melhores, e muitas vezes piores que a África subsaariana. Segundo a Unaids da ONU, 5,7 milhões de pessoas na Índia tem aids, maior contingente do mundo, podendo ser maior que isso. laboratórios de medicamentos farmacêuticos, diminuíram o custo de tratamento, e estudos calculam em 0,86%;por ano em termos de PIB, como  custo do fracasso  do controle de uma epidemia de HIV como a da Índia,.
Em Bombaim, o dirigente do maior portal da Internet do País, afirma,  o que lhe tira o sono à noite: 70% do povo vive no campo, onde precisaríamos de no máximo  10%.Onde conseguir 500 milhões de empregos, indaga...
Além da   fome, da Aids, do desemprego, a falta de recursos hídricos( apesar de ter 17% da população mundial, a Índia possui só 4% da água doce do mundo). Seus aquíferos estão sendo drenados rapidamente,, em função do aquecimento do clima.Também as geleiras do Himalaia estão a derreter, e a alterar os padrões de chuva, dos quais dependem sua agricultura.
Não existem escassez de idéias para inovação  na Índia, e esta , talvez seja , ao lado da educação, a única saída para a Ìndia e, para o Mundo.

             José Carlos Nunes Barreto
Pós Doutor e Sócio da DEBATEF Consultoria

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

O Planeta Índia


"

Na Índia acredita-se que Deus pronuncia apenas a palavra "sim". Na verdade, Ele não diz sim para o que as pessoas pedem, mas para aquilo em que elas acreditam."

Roberto Shinyashiki

A  Ásia sempre me fascinou. Pisei seu solo 2 vezes, ao participar de congressos internacionais, em 1999 na Universidade de OSAKA- JP e em 2001 na Universidade de Jiao Tong em   Shangai- China.
 Ao ler o livro que dá  título à este artigo, da Indo americana Mira Kamdar, vejo o oferecimento de  uma visão de um país asiático, que ainda não conheço, de 1,2 bilhão de habitantes- onde 500 milhões são jovens e adolescentes. Importante observar que, ela possui cerca de 400 milhões de consumidores - uma classe média, pujante, e potencialmente a maior do mundo, superior à população americana de 300 milhões de habitantes.

 Esta classe média ,tem uma força de trabalho altamente qualificada, instituições educacionais de elite, e alvo de crescente investimento externo, além do que,  a autora afirma, a Índia emerge como precursora das tecnologias que impulsionarão a próxima fase da economia global, na economia 4.0. Em seu texto de apresentação, ela deixa claro que, embora os indianos comemorem essa ascensão meteórica, também estão correndo contra o tempo, para levar os benefícios do  século XXI, aos seus 800 milhões de habitantes que vivem  com menos de 2 dólares por dia. 

Também corre para encontrar a energia sustentável, que irá abastecer o seu crescimento econômico explosivo, além de buscar orientar a política internacional e interna, a fim de garantir a segurança do país e seu status de potência global.

Segundo a autora, a Índia é o mundo em microcosmo, e os desafios que  enfrenta, são universais- desde o combate ao terrorismo, à pobreza e à doença- até a proteção do meio ambiente e a criação de empregos.As exigências desses desafios para o país, estão estimulando soluções inovadoras, que podem leva-lo ao topo da nova ordem mundial. Se for bem sucedida, não apenas se salvará, também salvará a todos nós. Se fracassar, fracassaremos todos. O destino do mundo será o mesmo da   India, assegura a autora na apresentação de sua prestigiada obra.

                                    José Carlos Nunes Barreto
                           Pós doutor e sócio da Debatef Consultoria

sábado, 21 de novembro de 2020

Consciência Negra (Revisitando um antigo texto, e o atualizando para a data...)


Eu tenho um sonho: que os negros e os brancos andassem em irmandade, e, sentassem na mesma mesa em paz.

Martin Luther King

 

Escrevo às vésperas do dia nacional da consciência negra. Dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder da resistência dos negros, contra a escravidão. Que continua. Sob outra forma pior, como mostrarei a seguir... E o IBGE joga luz no assunto: no racismo dissimulado, que os números não deixam mentir: Como explicar que o aumento da escolaridade, possa elevar o fosso, entre a renda  dos pardos/ negros, e os brancos? E, que em média , entre todas as faixas salariais , os mesmos ganhem 51,1% dos salários dos brancos?

 

Filho de pai branco e mãe negra não sou xiita. Mas, sempre me assumi negro, e , apesar de tudo, amo a negritude.. . Até porque, só isso podia explicar as vitórias, em nome de Deus, após  tantos nãos, ao longo da vida. Para um menino pouco quieto, e perguntador. Para um jovem namorador, que acreditava no amor, sem a barreira da epiderme. Para um velho professor, com 30 anos de experiência em salas de aula, ensinando tudo que sabia, não importando a cor, de quem quer que fosse. Ultimamente, na Pós Graduação da Academia, sem ver os negros, como meus alunos, volto a afirmar: não se constrói uma nação desse jeito:  A pobreza tem cor e ela é negra. E, afirmo categoricamente: essa pobreza,  está sendo construída há centenas de anos, institucionalmente no País... A riqueza também tem cor, e ela  é branca , desde sempre. Daí porque, precisamos de outros Zumbis .  Outra resistência, porque cerca de dois milhões de jovens negros (até 22 anos)e de baixa escolaridade, só entre o Rio e São Paulo, por não terem  positivas lideranças, estão prestes a entrar nas fileiras do crime organizado, e aí sim, virão engrossar as estatísticas de morte de jovens negros, lutando contra a polícia... Um verdadeiro genocídio. Ou, quem sabe, os sobreviventes, irão adentrar em  caras prisões, e sofrerão depois,  porque não tiveram sequer  baratas escolas, e mal pagos professores.

 

Entre  aqueles  que estão desempregados ,diz o IBGE, a esmagadora maioria é  negra ou parda. E o poeta já dizia que, “ sem o seu trabalho / um homem não tem honra/ E sem a sua honra, se mata ./Se morre/ Não dá pra ser feliz”. Principalmente porque, no bairro ao lado, a opulência afronta: carros blindados, com segurança...Mansões , festas nababescas, e escarnecedoras( muitas delas feitas com desvios de dinheiro público) , a que seus irmãos, só tem acesso pelo  elevador de serviço( Já que outra pesquisa  do IBGE.  mostra também que, negros e pardos, só são maioria, no mercado de construção civil ,e, como domésticos!)

 

Pobre Brasil dos negros! Rico Brasil dos brancos! Uma mama África - mãe solteira, pobre e sofredora, e uma européia bem nascida , quatrocentona e de  sangue azul.  Duas nações superpostas, no mesmo espaço físico.

 

Claro que os negros estão por baixo. E, não importa quão ricos e intelectuais eles sejam. Quão famosos e elegantes se apresentem. Esta é uma constatação, de todos afrodescendentes (uma palavra que a direita radical odeia, e que eu adoro, por mostrar nossas raízes) que, como eu, à duras penas, conseguiram ascender às classes A/B.

 

Ações civis públicas contra o racismo, estão sendo construídas  contra estes números, e começam a romper o silêncio constrangedor, a que se referia Martin Luther King... A moderna escravidão, a que estão sujeitos muitos dos irmãos pardos e negros, é  a gerada pela falta de escolaridade, em plena  era do conhecimento. “O sol da liberdade em raios fúlgidos” é para esses brasileiros, aprenderem a aprender. Para romper o dia de amanhã  sem  grilhões, imateriais que sejam.

 

                                                    José Carlos Nunes Barreto

                                   Pós doutor, sócio da DEBATEF e editor da Revista SCIENCOMM

 

Consciência Negra (Revisitando um antigo texto, e o atualizando para a data...)

 

Eu tenho um sonho: que os negros e os brancos andassem em irmandade, e, sentassem na mesma mesa em paz.

Martin Luther King

 

Escrevo às vésperas do dia nacional da consciência negra. Dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder da resistência dos negros, contra a escravidão. Que continua. Sob outra forma pior, como mostrarei a seguir... E o IBGE joga luz no assunto: no racismo dissimulado, que os números não deixam mentir: Como explicar que o aumento da escolaridade, possa elevar o fosso, entre a renda  dos pardos/ negros, e os brancos? E, que em média , entre todas as faixas salariais , os mesmos ganhem 51,1% dos salários dos brancos?

 

Filho de pai branco e mãe negra não sou xiita. Mas, sempre me assumi negro, e , apesar de tudo, amo a negritude.. . Até porque, só isso podia explicar as vitórias, em nome de Deus, após  tantos nãos, ao longo da vida. Para um menino pouco quieto, e perguntador. Para um jovem namorador, que acreditava no amor, sem a barreira da epiderme. Para um velho professor, com 30 anos de experiência em salas de aula, ensinando tudo que sabia, não importando a cor, de quem quer que fosse. Ultimamente, na Pós Graduação da Academia, sem ver os negros, como meus alunos, volto a afirmar: não se constrói uma nação desse jeito:  A pobreza tem cor e ela é negra. E, afirmo categoricamente: essa pobreza,  está sendo construída há centenas de anos, institucionalmente no País... A riqueza também tem cor, e ela  é branca , desde sempre. Daí porque, precisamos de outros Zumbis .  Outra resistência, porque cerca de dois milhões de jovens negros (até 22 anos)e de baixa escolaridade, só entre o Rio e São Paulo, por não terem  positivas lideranças, estão prestes a entrar nas fileiras do crime organizado, e aí sim, virão engrossar as estatísticas de morte de jovens negros, lutando contra a polícia... Um verdadeiro genocídio. Ou, quem sabe, os sobreviventes, irão adentrar em  caras prisões, e sofrerão depois,  porque não tiveram sequer  baratas escolas, e mal pagos professores.

 

Entre  aqueles  que estão desempregados ,diz o IBGE, a esmagadora maioria é  negra ou parda. E o poeta já dizia que, “ sem o seu trabalho / um homem não tem honra/ E sem a sua honra, se mata ./Se morre/ Não dá pra ser feliz”. Principalmente porque, no bairro ao lado, a opulência afronta: carros blindados, com segurança...Mansões , festas nababescas, e escarnecedoras( muitas delas feitas com desvios de dinheiro público) , a que seus irmãos, só tem acesso pelo  elevador de serviço( Já que outra pesquisa  do IBGE.  mostra também que, negros e pardos, só são maioria, no mercado de construção civil ,e, como domésticos!)

 

Pobre Brasil dos negros! Rico Brasil dos brancos! Uma mama África - mãe solteira, pobre e sofredora, e uma européia bem nascida , quatrocentona e de  sangue azul.  Duas nações superpostas, no mesmo espaço físico.

 

Claro que os negros estão por baixo. E, não importa quão ricos e intelectuais eles sejam. Quão famosos e elegantes se apresentem. Esta é uma constatação, de todos afrodescendentes (uma palavra que a direita radical odeia, e que eu adoro, por mostrar nossas raízes) que, como eu, à duras penas, conseguiram ascender às classes A/B.

 

Ações civis públicas contra o racismo, estão sendo construídas  contra estes números, e começam a romper o silêncio constrangedor, a que se referia Martin Luther King... A moderna escravidão, a que estão sujeitos muitos dos irmãos pardos e negros, é  a gerada pela falta de escolaridade, em plena  era do conhecimento. “O sol da liberdade em raios fúlgidos” é para esses brasileiros, aprenderem a aprender. Para romper o dia de amanhã  sem  grilhões, imateriais que sejam.

 

                                                    José Carlos Nunes Barreto

                                   Pós doutor, sócio da DEBATEF e editor da Revista SCIENCOMM

 

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Segurança Vital

               

“Não me amarra dinheiro não/mas elegância/dinheiro não/mas a cultura/dinheiro não/mas segurança”

Adaptado de Caetano Veloso

 

Trabalho em um prédio que seria o” World Trade Center de NY” em UDI na localização e na forma ,guardadas as devidas proporções. Várias vezes tentei com o síndico montar uma brigada de incêndio, e a investir em melhorias de segurança. Não há portas corta-fogo nos andares e nenhuma escada de segurança anti-incêndio. Meu escritório de consultoria é no décimo primeiro pavimento. Caso haja um incêndio em patamares inferiores só saio vivo se for por rapell .Após a última decisão do condomínio de reformar a fachada ao invés de colocar as portas corta fogo, cheguei até a procurar uma empresa credenciada.(Claro que não foi aquela do “bang-jump” criminoso em Araguari).Indignado fui verificar qual era o estado da arte em termos de segurança dos prédios em UDI, e verifiquei que quase todos estão na mesma situação: sem um sistema de  segurança  operando,e sem utilizar as normas vigentes, mesmo alertados pelo corpo de bombeiros. Uma brigada de incêndio que treinasse as pessoas a saírem após a sirene, em ordem pela única e estreita escada(porque fora de padrão normativo),salvaria muitas vidas como salvou em NY no fatídico 11 de setembro.Aqui morreríamos todos. Em SP após várias tragédias-a última foi o edifício Joelma de triste memória- uma legislação municipal rígida e a pressão da opinião pública tem levado a importantes resultados  nesta área.E aqui porque a prefeitura não atua? E o ministério Público? E o  estado mesmo com a famigerada taxa de incêndio? Será que ,desgraçadamente só sabemos correr após o pior já ter acontecido, como no caso dos saltos na ponte em Araguari?

Para que as autoridades se lembrem de suas responsabilidades, passo a transcrever algumas Definições de um sistema de Segurança baseado na norma inglesa BS8800:

1)Acidente>Evento não planejado que acarrete  morte,problema de saúde, ferimento,ou outros prejuízos.

2)Perigo>Fonte ou situação com potencial de provocar danos em termos de ferimentos humanos ou problemas de Saúde, danos à propriedade, ao ambiente ou a combinação disto

3)Identificação de perigo>O processo de reconhecer que um perigo existe e definir suas  características.

4)Risco: Combinação da probabilidade e consequência de ocorrer um evento perigoso especificado.

5)Avaliação de Riscos: Processo global de estimar a magnitude do risco e decidir se ele é tolerável ou aceitável.

 6) O processo de Avaliação de Risco segundo a BS8800>a)Classificar as atividades de trabalho b)Identificar os Perigos c)determinar o risco d)decidir se o risco é tolerável e)Preparar o plano de ação para controle de risco (se necessário)f) Revisar a adequação do plano de ação.

Concluindo,Os prédios da cidade estão inseguros porque não seguem as 1normas ,a prefeitura não fiscaliza e a legislação é frouxa.Já a segurança é vital.Não fazê-la é crime de responsabilidade.Com a palavra os senhores síndicos e também o poder público que cobra taxa de incêndio e deixa de fazer o necessário para que não morramos queimados.

José Carlos Nunes Barreto

Professor doutor

Sobre a Consciência Negra


“Sou um negro gato/de arrepiar/E esta minha vida /É mesmo de amargar./.../Eu sou um negro gato”.

Do nosso cancioneiro popular

 

Escrevo na véspera do dia nacional da consciência negra. Dia da morte de Zumbi dos Palmares, lider da resistência dos negros contra a escravidão. Que continua. Sob outra forma pior.E o IBGE joga luz no assunto: no racismo dissimulado que os números não deixam mentir. Como explicar que o aumento da escolaridade possa elevar o fosso entre a renda  dos pardos/ negros e os brancos? E que na média entre todas as faixas salariais  os mesmos ganhem 51,1% dos salários dos brancos? Filho de pai branco e mãe negra não sou xiita. Mas sempre me assumi negro. Até porque só isso podia explicar tantos nãos ao longo da vida. Para um menino pouco quieto e perguntador. Para um jovem namorador que acreditava no amor sem a barreira da epiderme. Para um velho professor com 30 anos de experiência em salas de aula, ensinando tudo que sabia não importando  a cor de quem quer que fosse. Ultimamente na Pós Graduação da Academia sem ver os negros como seus alunos. Volto a afirmar: não se constrói uma nação desse jeito:  A pobreza tem cor e é negra. E essa pobreza  está sendo construída há centenas de anos, institucionalmente no País.. A riqueza também tem cor e é branca desde sempre.Daí porque precisamos de outros Zumbis . Outra resistência porque cerca de dois milhões de jovens negros (até 22 anos)de baixa escolaridade, só entre o Rio e São Paulo, por não terem estas positivas lideranças, estão prestes a entrar nas fileiras do crime organizado,e aí sim virão engrossar as estatísticas de morte de jovens negros.Um verdadeiro genocídio.Ou adentrar em  caras prisões quando não tiveram sequer  baratas escolas e mal pagos professores.

Entre  aqueles  que estão desempregados ,diz o IBGE, metade  são negros.E o poeta já dizia que” sem o seu trabalho , um homem não tem honra.E sem ela,se mata .Se morre.Não dá pra ser feliz”.Principalmente porque no bairro ao lado a opulência  afronta: carros blindados com segurança.Mansões , festas nababescas e escarnecedoras,( muitas delas feitas com desvios de dinheiro público) ,a que seus irmãos só tem acesso pelo  elevador de serviço. Já que esta pesquisa mostra também que negros e pardos só são maioria no mercado de construção civil e como domésticos. Pobre Brasil dos negros! .Rico Brasil dos brancos! .Uma mama äfrica - mãe solteira,pobre e sofredora e uma europa bem nascida ,quatrocentona e de puro sangue.Duas nações superpostas no mesmo espaço físico. Claro que os negros estão por baixo. E não importa quão ricos e intelectuais eles sejam. Quão famosos e elegantes se apresentem. Esta é uma  constatação de todos negros e pardos que como eu, a duras penas conseguiram ascender às classes A/B.

Ações civis públicas contra o racismo expresso nestes números começam a romper o silêncio constrangedor a que se referia Martin Luther King. A moderma escravidão a que estão sujeitos muitos dos irmãos pardos e negros é  a gerada pela falta de escolaridade na era do conhecimento. “O sol da liberdade em raios fúlgidos” é para esses brasileiros  aprenderem  a aprender. Para romper o dia de amanhã  sem grilhões.

 José Carlos Nunes Barreto

Professor doutor


sexta-feira, 2 de outubro de 2020

A Indústria da morte

Fiz um editorial de adeus ao professor Wisley de Falco, do Laboratório de Ensino e Usinagem da UFU,vítima da Covid 19: muito triste!Enquanto isso leio nos jornais que 60% dos recursos destinados aos estados e municípios, para serem usados contra a covid 19, foram desviados. Compras sem licitação, de respiradores, máscaras, sacos mortuários, pagamento em dobro para diárias em UTIs de COVID,  de norte a sul do País nos ajudam a entender, o porque  de se fazer a profilaxia, ou seja, tratar preventivamente a doença, com os protocolos médicos desenvolvidos ao longo da pandemia, através de Kits já consagrados, ao invés de deixar os pacientes piorarem até precisar destes recursos,  e pasmem, se morrerem até o enterro, caixões são pagos pelo poder público.Uma elite safada, insensível, corrupta e perversa, que  graças ao STF, se apoderou destes recursos, apostando na morte das pessoas para enriquecerem. Pobre Brasil da população que depende dos hospitais públicos!Rico Brasil daqueles que tem plano de saúde, que imediatamente aplicaram os citados protocolos, e com isso esvaziaram suas UTIs e zeraram estes custos operacionais, ao mesmo tempo em que, os dramas de mortes anunciadas se avolumavam em hospitais públicos, alguns de campanha, montados às pressas, e com respiradores que apesar de comprados com superfaturamento, não chegavam , além da falta de qualidade de atendimento tantas vezes denunciada...!147 000 almas que poderiam estar entre nós, não fosse esta fraude monumental: "Fiquem em casa e só apareçam aqui no hospital, quando tiverem falta de ar".
O STF conseguiu , maquiavelicamente distribuir dinheiro e poder entre todos os coronéis da política, neste País durante a pandemia,e o Covião está aí a mostrar, através do MP, gavetas, armários e paredes, cheias de milhões de reais roubados da saúde do povo...Eita Brasil...Até quando...Indagooo!

Editorial de Adeus

Em um grave e abatido momento da vida nacional, foi me foi dada a incumbência, e o faço  com subida honra, de publicar a décima edição da Revista Sciencomm, em homenagem ao brilhante professor Wisley de Falco, representando, neste caso as demais vítimas da Covid 19 no Brasil,  cerca de 140 000 almas. Wisley, como gostava de ser chamado, era alguém entusiasmado pelo LEPU, laboratório da UFU que coordenou,  pelos seus alunos de graduação, e pelos orientandos de mestrado, doutorado e pós -doutorado, como no meu caso. Também foi incentivador, parceiro e  co-editor desta revista científica, vestindo a camisa, como em tudo que fazia, dando sugestões e apontando caminhos. Uma perda inimaginável. Sua ausência , de repente, se compara à dos pais , mães, avôs e avós - Brasil afora, deixando uma nação órfã, mais pobre e mais triste. Indigitado País, que não investe em prevenção da doença com protocolos já estabelecidos pelo aprendizado ao longo da pandemia, para deixar aos mercadores da morte, o lucro com desvios de recursos que comprariam respiradores, mascaras e sacos mortuários, além do custo de muitas covas. Louca Nação que elege quem olvida artigos científicos e protocolos da ciência, desprezando pesquisadores e professores de nossas universidades. Triste País, repito. Apesar disso, a parte boa da nação, de pessoas do bem, que são a maioria de que o professor Wisley fazia parte, ainda luta por mudanças rápidas, com punição severa para quem, como estes citados párias, desvia dinheiro de saúde, e lucra com a morte das pessoas. O Covidão está aí para isso. Esperamos para muito breve, este mesmo empenho , para evitarmos perder os recursos da educação, mesmo que com simples desvios de finalidade. Oramos a Deus pela vida dos filhos que ficaram, e rogando para que Wisley seja, mais uma estrela a brilhar sobre nossas cabeças, mentes e corações, no céu do saber.

Boa leitura!

                   Professor- doutor José Carlos Nunes Barreto

                                  Editor Executivo

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Hotel Ruanda 2, por José Carlos Nunes Barreto

sex, 23 de janeiro de 2015 00:03
“A morte de qualquer ser humano me diminui/porque sou parte da humanidade/…/Portanto, não pergunte por quem os sinos dobram/Eles dobram por você”. John Donne
* José Carlos Nunes Barreto
De férias, peço licença a meus leitores para a releitura de um artigo de alguns anos atrás, quando comecei esta parceria com o jornal Gazeta do Triângulo: Genocídio foi a palavra chave. E ele é definido no Aurélio como crime contra a humanidade, o que consiste em destruir total ou parcialmente um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Cometer contra eles, qualquer dos atos seguintes: matar membros seus; causar-lhes grave lesão à integridade física ou mental; submeter o grupo a condições de vida capazes de o destruir fisicamente no todo ou em parte (grifo nosso).
O tema desta crônica é o título de um filme, que reproduz uma história que cobre de vergonha a humanidade, e que vem a calhar, devido ao “evento” Charlie Hebdo em Paris. Os europeus de forma geral, colonizaram as Américas, Ásia e África. A África e a América Latina foram alvo do que há de pior em termos de dominação. Foram saqueadas, humilhadas e tiveram seu futuro boicotado por aviltamentos acontecidos neste período. E que permanecem até hoje. Vocês acompanharam as discussões sobre a rodada de Doha?(que foi um fiasco)- Homens de estado do Brasil defenderam nossos interesses contra uma nova dominação: a colonização tecnológica. Primeiro tiraram o ouro, pedras preciosas, madeiras nobres. Agora estão levando genes e princípios ativos. Infelizmente foram mais cruéis com a África. Tiraram tudo. E ao sair queimaram as pontes do futuro, ao lançarem o dissídio entre irmãos, e dividirem países. Este filme expõe a divisão dos Tutsi e Hutus, de forma maquiavélica – através da desigualdade na divisão de poder pelos colonizadores belgas, que na undécima hora, contrataram uma  guerra civil anunciada e construída pelo ódio racial que ceifou 2 milhões de almas tutsi (que parecem valer menos que 12 cartunistas franceses em termos de solidariedade mundial).Provocou o deslocamento de outros milhões para países limítrofes. Tudo sob o olhar atônito da ONU, e com o fornecimento de armas aos hutus pelos franceses.
Um dos poucos momentos políticos brilhantes do governo Lula, foi quando lá, em sua visita como chefe de estado, pediu desculpas pelos 400 anos de escravidão de africanos neste País – que só aconteceram por conta da crueldade e corrupção de seus líderes, que, como fazem hoje os políticos no Brasil, literalmente rifaram o povo. Mas seria bom que a presidente Dilma, o Congresso e as demais autoridades estaduais e municipais brasileiras, prestassem atenção ao nosso grifo na definição de genocídio, dando conta das estatísticas de mortes violentas que apontam para uma maioria de vítimas sendo jovens e negros. Aqui as balas da polícia substituem os facões hutus. E parece que não temos um Paul (herói e benfeitor dos tutsi perseguidos). Nem um hotel Ruanda (que acolhia crianças e famílias Tutsi). Tão pouco há educação de qualidade e escolas, que seriam a misericórdia para nossa população afro-brasileira.  Cristão, como o papa Gregório, oro a Deus para que nos socorra nesta triste quadra de islamofacismo, alzeimer espiritual e  cegueira coletiva (Saramago). Só Ele pode nos socorrer – como fez com Daniel na cova dos leões.
* Professor doutor e presidente da Academia de Letras de Uberlândia-ALU
debatef@debatef.com

domingo, 23 de agosto de 2020

O Líbano é aqui

Em home office continuo minhas releituras de artigos já publicados, cuja realidade pouco mudou...Com a devida licença do leitor amigo, claro...



“Vou deixar a rua me levar/ ver a cidade se acender/.../Eu vou lembrar você”

Do nosso cancioneiro popular




E o Líbano não é aqui. Temos dois países distantes. Que sofrem de maneiras diferentes, e interagem com a dor do Mundo. De tão brutal o abismo, dá vertigem. O País “corporate” na Vila Olímpia em SP e o PCC nas zonas sul e leste, nas palavras de João Sayad, em artigo na Folha de SP de 07/08/2006. Ele não é qualquer  um. Foi ministro do planejamento do governo Sarney. É inflente economista - pensador do nosso tempo, e vive em SP.

Em plena campanha para Presidência da República, falta um projeto  de Nação. Os estudiosos de fora do País, como C.K.Prahalad, um indo - americano, têm propostas melhores que os envolvidos nesta rinha desértica de idéias. Também vem de fora o conceito de BRICs e com ele as projeções ,que embora na rabeira e comendo poeira ,nos colocam junto com a Rússia ,a ïndia e  China,no olho do redemoinho da transformação deste século. Este conjunto de países representarão 40% do PIB mundial além 800 milhões de novos consumidores de classe média já em 2010, segundo Estudo da Goldman Sachs . Nas décadas seguintes devem desbancar potências como JP Alemanha e EUA.A lógica dos negócios vai sofrer mudanças críticas com a entrada destes consumidores emergentes. Essa classe média no Brasil é a mesma que vai eleger o próximo congresso e o Presidente da República. Será que isso não nos diz nada?

Crescemos menos, somos os menos educados, temos a maior carga tributária, a pior e  mais avariada infraestrutura .Contudo nosso lado “corporate” possui um parque industrial diversificado, grandes reservas minerais ao lado de uma rede de universidades, linkadas a um elogiado sistema de pós graduação, que já produz 1,8% dos artigos científicos do mundo, ultrapassando países de primeiro mundo.

No nosso “lado PCC” somos um líbano, massa de manobra dos países desenvolvidos e de belicosos espertos como Chavez e Morales. No “Corporate” somos  liderança com potencial de ser o maior fornecedor mundial de produtos agrícolas.

No Líbano real, a guerra é  por procuração dos EUA de um lado e por Síria + Irã do outro, com uma mãozinha da França. O Hezbollah só tem sua força por causa do armamento e apoio logístico destes países.E

Israel, a nosso ver atacou o Líbano só para atrair a Síria e o Irã ao teatro de operações, e facilitar assim a ampliação do conflito, que propiciaria o tão almejado ataque dos americanos ao seu arqui-inimigo, o eixo do mal Irã.

Mas não é de hoje que somos um quintal dos poderosos, que usam o BIRD(Banco Mundial) e O FMI(Fundo Monetário Internacional) para atingir seus objetivos. Agora é  a OMC(Organização Mundial do Comércio), onde se destaca o “caso dos pneus”: A UE(União Européia)impugnou entre outras medidas, a proibição da importação de pneus recauchutados da UE ,imposta ao Brasil. Um absurdo surrealista! Se vitoriosos em seu intento, teremos de recuar nas nossas suadas políticas de proteção à saúde e ao meio ambiente, para receber como destinação final,  um passivo ambiental europeu. Via de consequência geraremos mais dengue, mais acidentes, mais poluição e mais mortes .O que é pior: isso ou   um míssil do PCC - Hezbollah ?

José Carlos Nunes Barreto

Professor-doutor

Uberlândia MG

debatef@debatef.com






sábado, 22 de agosto de 2020

A Ditadura das Togas


           A  Ditadura das Togas

“ Aos juristas: teu dever é lutar pelo direito. Mas no dia em que encontrares o direito em conflito com a justiça, lute pela justiça.”

Eduardo Coleture




Estou vivendo um tempo de releituras em home office...esta me deu a famosa linha do tempo, das ações do Supremo tribunal Federal na última década...Um lixo da história! E não é de hoje...alguém se lembra da decisão da era Vargas que exportou para Alemanha nazista  , em plena guerra a mulher de Luís Carlos Prestes, indago...para morrer em uma câmara de gás...indago novamente....Nenhum país do mundo merece esta corte...segue o texto de 10 anos atrás:



"Escrevo ainda sob o sentimento de indignação pelo abuso de poder do governo Federal do PT. Que se aliou ao STF contra o Congresso Nacional- representante do povo que foi humilhado-para cassar a voz de um caseiro na CPI dos Bingos. Não um caseiro qualquer. Mas uma testemunha ocular da história de um governo que aparelhou o estado para pilhá-lo através de um ministro da economia- pouparei o leitor dos detalhes sórditos da “república” de Ribeirão Preto. Pobre Brasil!Que Diogo Mainard na revista Veja de 15 de março, arrazoa : após a alforria do professor Luizinho do PT ,e crescendo quase como o Haití, daqui a alguns anos será ultrapassado também pela economia do Iraque. Não precisamos de guerra minha gente! Temos essa elite  que faz muito mais estrago que bombardeios inimigos!aí incluída  a suprema corte do País.

Porque o Supremo com tantos juristas de notável saber, age assim? Porque se apega à virgulas- quando interessa- e à letra morta da da Lei? Porque não faz justiça e defende somente o status quo no direito?

Senão vejamos:fato 1- a começar pela récem eleita(parabéns às mulheres por mais este posto)presidente do STF ministra Ellen Grace. Sua posição em garantir o sigilo do disco rígido de Daniel Dantas do Banco Oportunity, impede a PF e a CPI dos Correios de investigar o principal financiador (2/3 dos recursos) do “valerioduto” que  movimentou 30 milhões de reais. Fato 2-A decisão do STF de favorecer a progressão da pena para presos por crimes hediondos vai colocar na rua só em SP, 43000 facínoras. Alguém merece? Fato3-A chicana a favor dos bancos e contra os correntistas no julgamento de ações com base no Código de defesa do consumidor. Um escânda-lo! Fato4-O ataque ao Ministério Público: Se avizinha mais uma desastrosa decisão: A proibição de investigação por parte do MP -uma mordaça que José Dirceu preparou antes de ser pego com a mão na botija. Entre outros.

As Cortes e a intelligentsia sempre viveram longe da realidade ao longo da História . Por isso os estadistas e os sábios sempre que a buscam, se aproximam do povo,e evitam com isso as decapitações e apedrejamentos da vida. Infelizmente nesta quadra, os sábios, quando existem, não são ouvidos,  faltam estadistas e sobram “oportunistas”.

Sábio aqui significa ter conhecimento. E ser doutor e intelectual neste País está muito difícil. Há uma campanha contra, a começar pela Presidência. O bonito é ser esperto e não ir a escola. E quando se vai à escola, se depara com o que acontece num dos maiores Centros Universitários de Uberlândia e outros Brasil a fora: demitem-se  doutores e mestres, e quando o seus líderes sindicais  , vêm a público defender a categoria, são suspensos e retaliados. Este é o retrato do Brasil de hoje , com alguns sindicalistas sócios do poder, todavia de costas para seus representados"
Chore!



   José Carlos Nunes Barreto

Pós-doutor e sócio da DEBATEF Consultoria


sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Lembranças Malditas


              

O  governo mais auto elogiado da história do Pais saia, após tentar  humilhar seus antecessores com pretensas lições de governar. Daí veio a catástrofe de Teresópolis e de Nova Friburgo, então, seu secretário de tecnologia foi obrigado a confessar, no Congresso Nacional: ”Falamos muito e fizemos pouco” - No caso do mapeamento de área de riscos, e fortalecimento da defesa civil nas áreas atingidas, e em  todo o País, esse pouco foi quase nada. O ex - governador Garotinho , de muitos outros pecados( e prisões) , além de coautor do atual estado da arte, divulgou em seu blog, que  o governo federal  disponibilizou 24 milhões de reais para serem utilizados na remoção de moradores destas áreas, e o dinheiro foi desviado pelo atual governador do Rio(Cabral, depois preso pela Lava Jato), para uma importante rede de televisão(Rede Goebels), na época da campanha  para reeleição.

 Onde o ministério público ?Porque ainda não foi usada polícia federal? Um crime como esse, se comprovado, não poderia ficar sem punição, a fim de  servir de exemplo para todos  gestores da coisa pública que desviam recursos do erário. São políticos vigaristas, como  ensinava  Berttold Brech: por gastarem mal os escassos recursos da sociedade,   geram como consequência mortes , carestia,  fome ,  prostitutas, menores abandonados, e  futuros assaltantes. 


Goebels ,no nazismo de Hitler, comprovou  que uma mentira falada muitas vezes, se transforma em verdade, e maquiavelicamente ,o  governo que terminou  foi um às no assunto: Mensalão virou “golpe das elites”, empeachment também, mesmo com vasta documentação e condenação em andamento, e uma mãozinha do STF, rasgando a constituição federal de 1988, ao manter os diretos políticos de Dilma Roussef. Outra lorota : abriu-se a porta da prosperidade, vendeu-se ilusões para o povão e até ,pasmem, para  a elite que o elegeu como guia. 

Desgraçadamente para os jovens, reforçando a “lei de Gerson” do menor esforço, a megalomania, ao se julgar  excepcionalmente melhor que os outros, sem ralar em cima de projetos, de estudos  e da penosa preparação contra o que pode  vir de pior. Pobre Brasil. Não somos melhores que ninguém, temos uma argentina de desvalidos, e precisamos investir muito em nossa gente para sairmos do septuagésimo terceiro lugar em IDH, para algo próximo ao que somos como economia , oitavo ou nono lugar.

 Isso só se faz com livros , professores, horas de estudo e meritocracia, ou seja , ganha quem tem conhecimento , habilidades e atitudes aprendidas. Nos últimos 5 anos ,crescemos menos que a média da América Latina, e  os países pobres da Europa como Romênia, Sérvia, Bulgária. Apesar disso, ao crescermos 7,5%  em 2010, nos deparamos com o apagão de talentos e de infraestrutura. E a perspectiva? Sem um grande projeto  nacional de educação que englobe , da escola primária à pós graduação, não teremos chance de brilhar  nesta janela de oportunidade que se abre para os  próximos vinte anos.


Finalizando, cada centavo do orçamento é sagrado e deveria ser utilizado para a redenção desta escravidão moderna que nos oprime: Teremos de importar ,já, milhares de engenheiros, carpinteiros, pedreiros , pilotos de avião e  arquitetos, se quisermos continuar a crescer, enquanto milhões de brasileiros que poderiam ocupar estes postos de trabalho, sem educação e oportunidades, permanecem no limbo. Não é triste?


José Carlos Nunes Barreto

Pós-doutor e Sócio da Debatef Consultoria


domingo, 16 de agosto de 2020

Lixo, Desperdício e Cidadania




“Deve ser nosso jeito de sobreviver- Não comendo lixo concreto, mas engolindo esse lixo moral e fingindo que está tudo bem...”Lya Luft

A propósito da proposta de reeleição de duas lideranças, revisito artigo de quatro anos atrás , cobrando dos mesmos, apesar e por causa da pandemia, soluções de gestão harmônicas e inovadoras para nossa cidade. Ainda não decidi se voto na reeleição de Odelmo Leão, e tampouco voto para reitor da UFU, todavia, ambos estão a dever à população da cidade, algumas das sugestões de bom senso e transparência, que fiz neste artigo publicado, que, peço vênia ao leitor amigo , para releitura:

“A  UFU e a cidade de Uberlândia fizeram 2 boas escolhas para suas lideranças nos próximos 4 anos: O reitor será Walder Stephen, pós doutor em Engenharia mecânica, especializado em estruturas inteligentes, e diretor da faculdade de engenharia mecânica. E o prefeito será o atual deputado federal  e ex  ocupante do cargo, Odelmo  Leão. Nunca na história, estas duas pirâmides administrativas precisaram tanto, uma da outra, como na atual quadra por que passa o País. Os respectivos PLOAs(Projetos de Lei Orçamentária Anual)apontam respectivamente 1,2 e 2,6 bilhoes de reais para a UFU e a pólis em 2017- sem contar as emendas parlamentares endereçadas às instituições associadas.

Todavia, esta cidade vive como se não soubesse da importância e abrangência do orçamento da UFU. Só para comparar, somente cerca de 60 dos 5500 municípios brasileiros, possuem orçamento maior que este, e o HC atende com 300 milhões /ano, algo como 3 milhões de pessoas/ano, de Uberlândia e do seu entorno expandido, até os grotões do interior do Brasil(todavia a UFU fechou 100 leitos do mesmo durante a pandemia, e, por isso  é alvo de inquérito em processo do MP)). Apesar de 80% do orçamento da universidade, ser destinado a pagamento de salários e aposentadorias, esta massa de recursos fica na cidade e região, irrigando uma miríade de cadeias de valor. Os 20 por cento  restantes, somados às emendas parlamentares, e projetos tipo CNPQ mais parcerias com empresas privadas,  além do custeio, podem chegar a 100 milhões por ano em investimentos em solo uberlandense.

Quanto ao PLOA do município, as obras do DEMAE( houve desvios de vultosos recursos destinados ao saneamento,que foram alvo de processo na câmara e no MP)  e de corredores BRT advindas do BNDES, podem deixar outros 200 milhões /ano na cidade, mas isso é pouco ante tantas demandas já estabelecidas, e espera-se  projetos com aporte de recursos, que nos ajudem com a inovação e criatividade, que só a academia supra citada pode proporcionar, haja vista seu corpo técnico de excelência reconhecida no mundo.(Não há transparência no uso de dinheiro público por parte destas administrações, principalmente do município, e, ao meu ver, deveriam prestar contas em conjunto à sociedade, com um balanço do que foi enviado, e onde e como foi gasto!!!)

Sugiro então um dos projetos : a UFU poderia ensinar  às populações, o correto manejo do lixo industrial e urbano em conjunto com o município(somos o maior centro logístico do País, e dezenas de milhares de resíduos são gerados por aqui, sendo que ao redor  de 10 por cento deles são perigosos e deletérios à vida), e campanhas publicitárias se fazem necessárias,( no município, as mesmas só são feitas como propaganda política de reeleição do atual mandatário, e não visando à formação e educação do povo) além de competentes projetos. Por exemplo o uso do biometano  advindo do lixo( uma de nossas chagas sociais) ,que já é usado em grandes megalópoles como Paris, através de tecnologia de engenharia já consolidada.  Poderíamos mandar missão conjunta prefeitura –UFU visitar um  benchmarking aqui no Brasil- A superintendência de Energias Renováveis de Itaipú, que  gera do biometano, mais  meia Itaipu, com segurança e espírito público, atendendo pequenos negócios e sítios no entorno da estatal, uma aula de engenharia social e cidadania, no interior do Paraná...

Finalizando: como dois vizinhos que mal se conhecem, a UFU e a cidade, as vezes falam mal um do outro: Ela é uma torre de marfim, diz a cidade; se deixar, eles  ferem a autonomia universitária, e vão querer mandar aqui dentro, diz nossa principal academia. O fato é que, a sociedade precisa que estes dois líderes recém  eleitos, harmonizem estes patrimônios de nosso ethos acadêmico-urbano-industrial, em benefício de Uberlândia e região, e ,por que não dizer do Brasil?”

Infelizmente, com a pandemia,  se mascarou muitos graves problemas de gestão, e o dinheiro público foi gasto sem a devida parcimônia, e bom senso, principalmente no município, onde se apostou na morte como política pública.

       José Carlos Nunes Barreto

 Pós- doutor e sócio da DEBATEF Consultoria


sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Bolsonaro e o Agronegócio

 O agronegócio  que envolve a agricultura, seus fornecedores,  tais como as industrias de tratores, a de fertilizantes , os bancos, as seguradores, e as transportadoras, representam 40 % do PIB, nos informa em recente artigo, Stephen Kanitz ,e, foi este percentual do PIB  que elegeu majoritariamente o governo Bolsonaro, que nomeou uma engenheira agrônoma, deputada Tereza Cristina ,  como ministra da agricultura.

 Nas cidades agronômicas do País  ele ganhou com margens muito superiores a 60 por cento do eleitorado. Em Sorriso teve 74% dos  votos, em Rio Fortuna 68%, no estado do Mato Grosso do Sul  teve 61% dos votos. Ao cruzar os votos da ultima eleição na fronteira agrícola, a agricultura, com Bolsonaro, venceu em 15 estados, nos informa a  Associação Brasileira de produtores de Soja, levando o campo à protagonista do poder, e pelas projeções de sucesso em 2020 e anos seguintes , isso veio para ficar, se não for Bolsonaro, será sempre alguém que escuta e cura suas dores como salvadora da pátria .

O poder mudou de dono sorrateiramente no ocaso da indústria, e suas federações que sempre financiaram a política de esquerda no Brasil, e a torre da   FIESP na avenida paulista representa claramente esta perda.A espiral negativa levou a indústria e seus agregados, nos últimos 40 anos, de 45% do PIB para 14,5%, gerando também uma crise política, pois este poder foi erigido com impostos que  compraram  artistas e jornalistas subsidiados, além de políticos de esquerda, da chamada velha política.  

 Durante o auge  da indústria, o campo foi solenemente esquecido, pelos ministros da fazenda  indicados pela FIESP. Neste período o êxodo rural estabelecido empobreceu o campo , e criou milhões de favelados, que foram usados como massa de manobra pelos políticos de esquerda.Todavia agora tudo mudou,e em 4 ou 5 anos, daqui pra frente, a agricultura elegerá quem ela quiser.  Será o crescimento do interior comunitário e solidário, na esteira do lema mais Brasil menos Brasília, em uma batalha já ganha pela agricultura, e que poucos, principalmente a esquerda e a indústria falida,  perceberam.

       José Carlos Nunes Barreto
Pós Doutor e sócio da DEBATEF Consultoria   
 

sexta-feira, 31 de julho de 2020

A Gestão do Espaço Urbano

                                                

“O Espaço é a morada do Homem, mas pode ser também a sua prisão” ( Milton Santos)

Revisito artigo publicado no saudoso Jornal Correio em setembro de 2007, sob o título “Nosso hábitat”, aproveitando para atualizá-lo. Ajudei a formar 7 turmas de arquitetos e urbanistas, num grande centro Universitário desta cidade, e após essa convivência, meu olhar sobre uma pólis, é também um pouco o daqueles jovens. Como cereja do bolo, formei um filho na primeira turma de arquitetura da UFU.

Por isso, quando ando numa calçada, me preocupo com a função dela. Da necessidade da sua existência, e do bom estado da mesma. Porque sem ela, as pessoas vão para o “leito carroçável” disputar espaço com os carros. E muitos atropelamentos acontecem, nessa intensa urbanização caótica de nosso tempo. A forma também é importante. Calçadas muito estreitas e escorregadias, também são armadilhas para pedestres. Que se acidentam, principalmente se forem idosos. Com estas comorbidades no espaço urbano, importantes vias da cidade de Uberlândia, se transformam em palco de constantes acidentes.

As pessoas preferem muitas vezes, andar na via principal entre os carros, a enfrentar calçadas totalmente fora de padrão, desniveladas, com buracos e cheia de obstáculos. No bairro onde construí uma casa, na zona sul , as caminhadas só acontecem nas ruas, o que coloca pessoas em risco, e tem gente que sai de casa buscando saúde , mas encontra mutilações e até a morte. E qual é o papel do poder público, se não regular, punir os eventuais abusos dos donos das calçadas, e educar os cidadãos, com campanhas para alertar os pedestres contra esses riscos, indago...

 Também colocar temporizadores para pedestres nos sinaleiros, enfim, cuidar da segurança de forma ampla e irrestrita. O exemplo dos temporizadores é crucial: muitos sinais não o possuem, e onde existem, estão mal regulados, o que gera outro absurdo- obrigar cidadãos a correrem dos carros, enquanto atravessam a faixa de pedestres.

 Uma cidade com 700000 habitantes, precisa cada vez mais de campanhas educativas, tanto para pedestres, quanto para motoristas, ciclistas e motociclistas. Infelizmente as campanhas publicitárias do governo  Odelmo Leão, são rasas e somente voltadas à sua propaganda eleitoral visando a reeleição. As cidades de Curitiba, Brasília, Santos e Niterói são excelentes benchmarkings para seus secretários municipais aprenderem a gastar dinheiro público mais inteligentemente, apostando na vida, visando criar uma cultura cosmopolita e preventiva, e não fazer a roleta da morte, abrindo covas e comprando milhares de sacos mortuários.

Parafraseando o pensamento do geógrafo e imortal Milton Santos: em Uberlândia, o espaço pode ser o túmulo do homem.

        Jose Carlos Nunes Barreto

Pós Doutor e Sócio da DABATEF Consultoria

 

 

terça-feira, 28 de julho de 2020

As Diversas Formas de Roubar

Apoio o governo Bolsonaro, como todos sabem, mas não compactuarei jamais com desvios de dinheiro público, praticado por integrantes deste governo, já que a grande massa votou nele contra a roubalheira estabelecida pelo lulopetismo.
Assim, causa espécie a denúncia do coronel nordestino , Ciro Gomes, ao citar nominalmente o ministro Guedes como um dos autores do possível desvio, de mais de 2 bilhões de reais do Banco do Brasil, em favor do BTG, criatura do atual ministro, e do qual está licenciado.
Também o mau uso de dinheiro da saúde,  destinado à Covid 19, que dispensa licitação, com compras de respiradores superfaturados, construção de hospitais de campanha superfaturados, compra de EPIs também com sobre preço, mais uma vergonha nacional, haja vista as reclamações de profissionais de saúde obrigados a trabalhar sob risco, por causa da ausência destes equipamentos em número suficiente, o que ocasionou contaminações e mortes.
Mas o verso da moeda destes eventos é a riqueza desviada criminosamente para uma elite predadora que desde sempre assalta os cofres da Nação.

             Jose Carlos Nunes Barreto
Pós Doutor e Sócio da  DEBATEF Consultoria

terça-feira, 21 de julho de 2020

Mais um Desastre Evitável:Sequelas e Mortes nos Clientes da Cervejaria Backer!

"Pedras no caminho, indago...Guardo todas... um dia vou construir um castelo"(Fernando Pessoa)

Leio postagem de um colega engenheiro, criticando a omissão (que não é de hoje) do CREA, na esteira das reformas vigentes que servem, muitas vezes para abater o piso salarial dos engenheiros.

Isso  quando não limitam a entrada de muitos no mercado, tantas vezes aviltado, por não saber escolher bem funcionários, excelentemente preparados em Engenharia de Produção, Engenharia Química, com  conhecimento profundo de processos e BPF- Boas práticas de Fabricação.

E  que incluem o APPPC- Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle, o  que evitaria a contaminação da cerveja pelo fluido de arrefecimento, que só deveria passar, com estanqueidade, nas serpentinas dos tanques do processo cervejeiro, e nunca contaminar o produto a ser ofertado ao público, pois é tóxico e mortal, como acontecido no caso da cervejaria Backer!

Lamentável formarmos engenheiros e administradores, que precisam permanecer como operadores de luxo em máquinas de processos industriais, por não haver lugar para os mesmos nas fábricas, que não os contratam. Tomara que este  acidente sirva para que as autoridades competentes, verifiquem e valorizem os responsáveis técnicos de engenharia nas fábricas , não só de alimentos, deste   País.Basta de acidentes evitáveis. Basta de omissões!

Neste contexto,volto a comentar a operação do DMAE aqui de Uberlândia, do qual sou um cliente insatisfeito,  deste monopólio, na verdade uma estrutura de mercado, que não tem apreço pelas críticas e demandas de quem compra seus serviços, como a Backer, e isso nunca acaba bem para o público que usa os bens ou serviços advindos destes processos.
Uma empresa de saneamento que deveria investir na operação, é usada pelo prefeito para manipular os gastos do orçamento municipal, a famosa pedalada usada nos tempos da Dilma, é também um cabide de empregos, na  cartilha  da velha política.

Nela faltam trabalhadores qualificados,  falta supervisão, faltam EPIs e equipamentos essenciais ao serviço de manutenção das redes. A terceirização acentua o problema, e aumenta a distância entre a organização e o cliente. E, historicamente, vender água tratada, coletar lixo e esgoto, tem se tornado um foco de propinas e financiamento do crime organizado dentro dos governos, no País inteiro, e aqui não é diferente. O Presidente da empresa, o vice prefeito, já foi pilhado em transações tenebrosas, e o MPE provavelmente está ainda produzindo provas contra ele. 

Um parlamentar fez a denúncia, e apesar de 20 dos 27 colegas presos e com seus mandatos cassados, a verdade é que, apesar das evidências de desvios de finalidade de  recursos, e da total falta de propósito em melhor atender a clientela, as medidas saneadoras do MPE não chegaram ao executivo,e ao DMAE,  por isso, acredito que o atual prefeito poderá ser reeleito, apesar de tudo, contaminando o próximo mandato que até poderá ser impugnado. Mais um desastre evitável, e  aqui em nosso torrão.

             José Carlos Nunes Barreto
Pós doutor e Sócio da DEBATEF Consultoria


  


         José Carlos Nunes Barreto
Pós Doutor e Sócio da Debatef Consultoria

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Chão de Estrelas

Republico esse meu texto, pedindo permissão à "Gazeta do Triângulo" de Araguari - excelente parceria- pois às vésperas da revista Sciencomm 10, no prelo, nada mudou nesta visão, apesar da bela poesia...

Chão de estrelas, por José Carlos Nunes Barreto

sex, 21 de novembro de 2014 00:03
José Carlos Nunes Barreto 
“Eu canto/ porque o instante existe/E minha vida esta completa/
não sou alegre /nem sou triste/sou poeta”
Cecília Meireles
Cartola cantou o que Orestes Barbosa escreveu :”A porta do barraco era sem trinco/mas a lua furando nosso zinco/salpicava de estrelas nosso chão…” a propósito, esta poesia sintetiza  a criatividade e visão estratégica  de alguém que estava no limiar da base da pirâmide de Maslow – uma pessoa  obstinada , que depois subiu até o topo da vida, por entender que naquele chão havia um céu. Nós da revista Sciencomm  nos espelhamos nesta  poderosa visão, para aproveitar  idéias e soluções de TCCs (trabalhos de conclusão de cursos) dos cursos de  engenharia e administração,muitos deles relegados a uma simples brochura de capa dura, depositada  na biblioteca de umainstituição de ensino superior (IES) – verdadeiro chão batido – para publicá-las em nosso sítio www.revista.sciencomm.com.br , beneficiando toda sociedade e evitando que deixem de brilhar, juntamente com seus autores e coautores.
Vida dura, a de editor de revista científica com essa proposta ,neste País: falta matéria prima,primeiro por causa da lacuna na formação de nossos alunos e até professores,na língua pátria, depois,falta  incentivo a experimentos e iniciação científica – por ultimo, percebe-se uma continuada  anomia na gestão de talentos, por parte de organizações que deveriam estimulá-los.
Como sabem, tenho delegação do MEC para avaliar o universo de projetos de curso , instalações ,professores, e Instituições de ensino superior Brasil afora, que me proporcionou nos últimos dez anos ,o registro do desperdício de  milhares de oportunidades para  publicação de artigos, jogadas no lixo da história por parte de orientadores e Instituições.Isto equivale  negar à comunidade de negócios e à sociedade como um todo, o resultado de pesquisas, inovações  e soluções na área do conhecimento ocorridas na academia, que turbinariam a produtividade ,gerariam patentes, e aprimorariam talentos humanos.
Pior: os números mostram que menos de 20% dos professores publicam,inclusive os mestres e  doutores, o que invariavelmente obriga  a equipe de avaliadores do MEC dar nota 1 ou 2 ( variação de 1 a 5) neste quesito. Sempre comparo o artigo científico à uma caçamba  com corda , através da qual se retira do fundo do poço do conhecimento , insumos para uma sedenta  sociedade, ansiosa  por matar a sede por inovações, produtividade e soluções inadiáveis para seus constantes desafios operacionais, até mesmo existenciais. Há portanto,um crime de lesa pátria sendo perpetrado por quem deveria zelar pela formação de pessoas, e pela geração de conhecimento no País.
Deixando claro que contamos com o concurso de uma das melhores agencias de regulação do mundo na área da educação- O INEP- que apesar disso,padece a meu ver , de uma miopia estratégica, ao não exigir um plano de ação imediato para mudar este  importante paradigma.
Saúdo desta forma,a chegada do quarto número da  #revistaciencomm, certo que o mesmo cumprirá sua missão de divulgar artigos científicos garimpados como  pedras preciosas retiradas do chão de escola. Contribuirá assim para o crescimento da inovação no País,através do fortalecimento da vocação  de seus talentos humanos.Será mais uma lâmpada da ciência. Haja luz!
* Professor doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia-ALU
debatef@debatef.com