“Faça as coisas o mais simples que você puder, porém não as
mais simples”. Albert Einstein
Desconforto. Indignação. Revolta.
Clamor público por justiça. Falta de misericórdia. Crime de lesa
humanidade. É preciso dizer algo sobre as
sanguessugas que não seja lugar comum. Mas como? E acontecer isso logo na saúde
tão combalida deste País!
Enquanto pesquisador, me
lembro de um dos projetos que coordenei na academia, que parou por falta de
recursos: “Saúde Pública em cidades do Interior”. Pesquisa que abrangeu 120
cidades num raio de até 400Km de Uberlândia, durante os anos 2000 à 2003. Através
de perguntas básicas levadas por meus alunos dos cursos de Saúde de um centro
universitário da região às secretarias de saúde de suas cidades de origem, com
o objetivo de caracterizar o IDHM-índice de desenvolvimento Humano no
Município. Onde se indagava pelo número de leitos de hospital, qualidade e
quantidade de profissionais de saúde contratados, número e tipos de aparelhos
públicos de lazer existentes, número de mortos por causas externas (violência),
por doenças infecciosas, cardiorrespiratórias entre outras. Perguntávamos
também sobre a expectativa de vida ao nascer, percentual de desempregados e
salário médio (renda) da população.
Como subproduto desta pesquisa, percebi
o despreparo das secretarias em responder estas questões. Principalmente por
colocar apaniguados políticos sem nenhum conhecimento nos cargos. Também obtive
outro importante subproduto: a posse e uso abusivo de ambulâncias, em locais
onde faltavam leitos de hospital, equipamentos dos mais simples, e até médicos
e enfermeiros. Estas ambulâncias com o nome do benfeitor estampado me
incomodaram. Tinham como endereço certo a cidade de Uberlândia, que ficou de
tempos para cá “inundada” de doentes enviados por hospitais que não curam
sequer unhas encravadas. Um modelo demolidor e perverso para o SUS que, agora
sabemos, se repetiu em todos centros metropolitanos do País, incentivado pelas emendas parlamentares só para
ambulâncias!
Voltemos nosso olhar para o que
acontecia no executivo e no Congresso momentos antes da Polícia Federal fazer
estourar esse escândalo. Havia um quadrado mágico do PMDB tentando esconder da
sociedade o que se descobriu. O Presidente do senado, Renam Calheiros, rechaçou
o pedido do grande Gabeira, só o aceitando depois de muita pressão. O Líder do
Senado Ney Suassuna (recebeu comprovadamente 200 mil reais de propina). No executivo
o ministro Saraiva Felipe, operava o esquema tendo contratado a funcionária
ligada aos Vedoin. Aí vem o senador Welington Salgado, integrante da CPMI pelo
PMDB e não assina o documento final. Ulisses Guimarães deve estar se revolvendo
em seu túmulo no mar. Que vergonha senhores parlamentares! E o seu Lula finge
que não é com ele. Não é lindo?
Assim não dá. É preciso lutarmos por
uma nova utopia: Construir o homem
integral na política e na sociedade. Mente com visão e talento através da
educação. Coração com muita paixão pelo outro. Corpo com necessidades supridas -
disciplina. E construção da consciência através de um legado espiritual. Este é
meu projeto de nação para os candidatos a cargos eletivos para os governos e
Parlamentos do Brasil.
José Carlos Nunes Barreto
Professor-doutor
debatef@debatef.com