segunda-feira, 14 de março de 2016

Pessoas como Código de barras


Um dos maiores crimes do lulopetismo – de lesa pátria - foi entregar à sanha do mercado a educação superior brasileira, ao deixar se formar, ao arrepio da lei, um super grupo de ensino superior, o maior do mundo, que abarca cerca de 60% do Market share, durante seus governos. Para estudiosos de economia e administração, isto configura uma estrutura oligopolística, onde a força do poder econômico, com ações em bolsa, e compras com maior valor agregado, derrubam toda concorrência, tradicionalmente construída entre comunidades e confessionais - com melhor ensino e melhores avaliações - (salvando-se ainda as municipais, estaduais e federais pelo uso do dinheiro público).

Grande parte dos recursos utilizados por estas Instituições de Ensino Superior é advinda da especulação, própria desta forma de captação de numerários, onde cada aluno e professor vira um código de barra, e onde o lucro deve vir em primeiro lugar “doe-la a quem doe-la”. Naquelas, se buscam valores, há muito esquecidos pelo mercado, como por exemplo, usar a tecnologia para ajudar o ser humano, apesar da busca da sustentabilidade econômica... Nessas, com projeto de thicket médio de 100 dólares, e reduzindo o custo por atividades em escala, além de atuar sobre o salário médio do professor, abaixando-o, ao eliminar postos de doutores, contratar mestrandos e especialistas por um valor menor, logo após a visita do MEC - que se dá a cada 3 anos  em média -  e ao movimentar os mesmos livros de bibliotecas associadas, além de laboratórios acadêmicos, toda vez que é  auditada.

Este sistema utiliza a legislação nos seus limites,(quer nota mínima 3 na avaliação do  INEP pois esta é a melhor relação custo-benefício), paga caros advogados, coopta sindicatos, órgãos reguladores,  e reduz a carga horária em 20% mascarando as auditorias, com um falso EAD sem tutores suficientes,  sem que o aluno tire proveito, pois  o coitado não para em casa, sai de madrugada para trabalhar, estuda a noite, volta para casa depois da meia noite, e, fisicamente não tem condições de se dedicar ao estudo fora dos encontros presenciais, em  grupos de estudos, nos intervalos e antes da aula nas IESs.

Se o CADE não permite estruturas oligopolísticas para indústrias de carros, sabonetes, carnes etc... Porque deixou este monstro ser criado para enganar a sociedade brasileira, no que há de mais sagrado numa Nação, que é a formação de seu povo? Esta é uma das causas de nosso subdesenvolvimento e dependência. As escolhas de nossas elites quando estão no turno do poder – salvo raras exceções que só confirmam a regra - e é por causa de decisões equivocadas no passado, que hoje, por exemplo, os projetos de motores continuam sendo feitos na Europa e Estados Unidos, o núcleo duro de sensores de aviões da EMBRAER, continuam americanos, e os reagentes que nossos pesquisadores precisam ser importados em dólares, além de nossas publicações científicas serem em Jornals de língua inglesa, para terem valor acadêmico.

A educação vai mal da escola fundamental à superior, e a culpa é também da corrupção de prioridades desta podre elite - bilhões de dólares do BNDES para a América Latina e África - muito pouco ou nada para escolas com laboratórios inovadores, e que mudassem a vida de nosso povo. Esse sim é o maior crime do lulopetismo, e não há cadeia que pague esta conta.

José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia
debatef@debatef.com

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