segunda-feira, 14 de março de 2016

STF: Dias Melhores


“Também se chamavam sonhos/ E sonhos não envelhecem/ .../ Basta contar compasso/ Que a chama não tem vazio”. Cancioneiro popular

O País parou para ver o último voto do decano do STF, ministro Antônio Cézar Peluzo no julgamento do século, do chamado mensalão. João Paulo Cunha e o PT foram condenados por 9 votos a 2, e Lula junto, apesar de não estar nos autos, porém, como ensinou Peluzo: “Os indícios podem eventualmente ter o valor de provas, sobretudo em casos de corrupção e atentados”. E houve um claro atentado às instituições da nação durante aquele desgoverno, e a embriaguez com o poder levou um ex-torneiro mecânico a pregar que “os fins justificam os meios”, e dizer que “todo mundo faz isso”, ou seja, desviar dinheiro público para partidos políticos e suas campanhas, o que significava fazê-lo para suas próprias arcas. A imprensa mundial em editoriais e capas de revistas renomadas, afirma desde 2007, que o ex-presidente é hoje um homem rico e com alguns bilhões de dólares. E não houve contestação. De onde veio esse dinheiro? Ao mapear o caminho do dinheiro o relator do processo-, o ilustre ministro Joaquim Barbosa, dá a dica. Todavia nem tudo está perdido, e o plenário parou para homenagear a chama do bem que nunca envelhece o poder da moral e dos bons costumes, representada ali por quem trabalhou a vida inteira pela justiça, e não enriqueceu. Não porque não tivesse oportunidade, mas porque fez de um cargo público seu sacerdócio. O País precisava disso e lavamos a alma. A maior corte da Nação inaugura um novo tempo - tempo de colher os sonhos de dignidade há muito semeados pela maioria silenciosa da Nação, contudo também tempo de responsabilidades, ao mostrar que cada voto tem seu peso e que um homem com seu trabalho constrói catedrais que sobrevivem a cataclismas e terremotos, como foi a tentativa lulopetista de turvar a verdade, ao nos chamar a todos de idiotas, afirmando que o mensalão nunca existiu.

E exemplos arrastam. Mudando o pano e rápido: Não dá pra votar em lideranças nacionais que se deixam filmar embriagadas na noite do Rio, e não é a primeira vez. O senador Aécio Neves deve pedir desculpas ao País enquanto é tempo. Há uma clara mudança de paradigma, os cidadãos, não queremos mais quem não possa ter a hombridade de se retratar, ou mostrar com transparência, que mudou. Serra está perdendo em SP por isso, seu discurso está velho, e suas desculpas, esfarrapadas pelos fatos. Nestes novos tempos, ganha quem representa o novo mesmo que seja um velho. O novo é o STF. O novo é ter dignidade e mesmo em situações desconfortáveis, falar a verdade - agir a partir dela, e nunca construir carreiras e governos, em cima de alicerces mentirosos.

Finalizando, quero jogar luz para a cena representada pela segurança na cidade onde vivo: Uberlândia. O estado de São Paulo do mesmo José Serra é benchmarking na área, pois saíram de 33,15 homicídios dolosos por 100 mil habitantes (o numero em torno do qual estamos hoje) para 10,08 em 10 anos - uma curva descendente, resultado de um plano de trabalho vitorioso, que está sendo estudado por universidades do mundo todo. E porque não vamos lá aprendermos? Em casos como esse é preciso correr, como ensinam os versos de Samuel Rosa: “vim correndo/ à frente do sol/ E antes de entrar revi a vida inteira/ ... Azul das cores de abril/ quem sabe isso quer dizer amor?/ Estrada de fazer/ O sonho acontecer/”.

Jose Carlos Nunes Barreto
Professor doutor

debatef@debatef.com

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