“Também se
chamavam sonhos/ E sonhos não envelhecem/ .../ Basta contar compasso/ Que a
chama não tem vazio”. Cancioneiro popular
O
País parou para ver o último voto do decano do STF, ministro Antônio Cézar
Peluzo no julgamento do século, do chamado mensalão. João Paulo Cunha e o PT
foram condenados por 9 votos a 2, e Lula junto, apesar de não estar nos autos,
porém, como ensinou Peluzo: “Os indícios podem eventualmente ter o valor de
provas, sobretudo em casos de corrupção e atentados”. E houve um claro atentado
às instituições da nação durante aquele desgoverno, e a embriaguez com o poder
levou um ex-torneiro mecânico a pregar que “os fins justificam os meios”, e
dizer que “todo mundo faz isso”, ou seja, desviar dinheiro público para
partidos políticos e suas campanhas, o que significava fazê-lo para suas
próprias arcas. A imprensa mundial em editoriais e capas de revistas renomadas,
afirma desde 2007, que o ex-presidente é hoje um homem rico e com alguns
bilhões de dólares. E não houve contestação. De onde veio esse dinheiro? Ao
mapear o caminho do dinheiro o relator do processo-, o ilustre ministro Joaquim
Barbosa, dá a dica. Todavia nem tudo está perdido, e o plenário parou para
homenagear a chama do bem que nunca envelhece o poder da moral e dos bons
costumes, representada ali por quem trabalhou a vida inteira pela justiça, e
não enriqueceu. Não porque não tivesse oportunidade, mas porque fez de um cargo
público seu sacerdócio. O País precisava disso e lavamos a alma. A maior corte
da Nação inaugura um novo tempo - tempo de colher os sonhos de dignidade há
muito semeados pela maioria silenciosa da Nação, contudo também tempo de
responsabilidades, ao mostrar que cada voto tem seu peso e que um homem com seu
trabalho constrói catedrais que sobrevivem a cataclismas e terremotos, como foi
a tentativa lulopetista de turvar a verdade, ao nos chamar a todos de idiotas,
afirmando que o mensalão nunca existiu.
E
exemplos arrastam. Mudando o pano e rápido: Não dá pra votar em lideranças
nacionais que se deixam filmar embriagadas na noite do Rio, e não é a primeira
vez. O senador Aécio Neves deve pedir desculpas ao País enquanto é tempo. Há
uma clara mudança de paradigma, os cidadãos, não queremos mais quem não possa ter
a hombridade de se retratar, ou mostrar com transparência, que mudou. Serra
está perdendo em SP por isso, seu discurso está velho, e suas desculpas,
esfarrapadas pelos fatos. Nestes novos tempos, ganha quem representa o novo
mesmo que seja um velho. O novo é o STF. O novo é ter dignidade e mesmo em
situações desconfortáveis, falar a verdade - agir a partir dela, e nunca
construir carreiras e governos, em cima de alicerces mentirosos.
Finalizando,
quero jogar luz para a cena representada pela segurança na cidade onde vivo: Uberlândia.
O estado de São Paulo do mesmo José Serra é benchmarking na área, pois saíram
de 33,15 homicídios dolosos por 100 mil habitantes (o numero em torno do qual
estamos hoje) para 10,08 em 10 anos - uma curva descendente, resultado de um
plano de trabalho vitorioso, que está sendo estudado por universidades do mundo
todo. E porque não vamos lá aprendermos? Em casos como esse é preciso correr,
como ensinam os versos de Samuel Rosa: “vim correndo/ à frente do sol/ E antes
de entrar revi a vida inteira/ ... Azul das cores de abril/ quem sabe isso quer
dizer amor?/ Estrada de fazer/ O sonho acontecer/”.
Jose Carlos
Nunes Barreto
Professor
doutor
debatef@debatef.com
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