“Eu protegi teu nome por amor/ com o codinome beija flor” Cazuza
Tudo na vida se resume em
“fazer amor”. Não só da forma crua e nua. Pois ”é de sonho e de pó /o destino
de um só”, segundo Renato Teixeira. Para fugir da solidão, portanto é
necessário conquistar alguém. Depois
“viver um grande amor” a lá Vinícius de Moraes. Ver juntos o pôr de sol
e renovar esse amor em cada amanhecer... À
noitinha quando chegar do trabalho sentir o abraço confortável e o doce
beijo da pessoa amada que acelera seu pulso e faz seu coração bater mais
depressa. Você se lembra no momento do parto, as mãos dele apertando as suas
como a te dizer te amo? agora quando vocês vêem crescer juntos os filhos sentem
a mesma” presença” que durante anos lhes proporcionou o apaixonar-se um pelo outro. Quando numa
prece, ele põe as mãos em seu ombro, frente às camas dos filhos que dormem e
lhe diz para não se preocupar com o futuro, pois Deus é Pai. Você se sente
segura. E se na madrugada o mais velho ainda não chegou e vocês estão acordados
e preocupados juntos, isto também é uma forma de dizer “eu te amo”.
Principalmente quando escutam o barulho da porta, e brincam aliviados ... disfarçam
e vão dormir de pés dados. (depois de fingirem que não estavam acordados para
não aborrecerem o pimpolho).
Construir o amor é caminhar
juntos na vida. Superar obstáculos. Crescer (Como duas palmeiras lado a lado)
juntos espiritual e intelectualmente. Revolucionar unidos e fazer o
ganha-ganha. Fortalecer laços em comum, como aqueles “detalhes tão pequenos de
nós dois que são coisas muito grandes para esquecer” do verso de Erasmo. Muitas
vezes chamados de bobos e insignificantes, eles são fundamentais para turbinar
atitudes que agradem o outro e com isso evitar a rotina que é a mais cruel
inimiga do amor.
Quando se está triste e
deprimido (pois “são demais os perigos desta vida”) ela vai dizer que no fim
tudo vai dar certo. Aquela promoção vai chegar sim e que é preciso ter
paciência. Ele dirá que esta é só uma má fase, e a inspiração chegará para ela
concluir sua tese. Nesse instante qualquer um dos dois podem dizer “eu fiz
amor”. “Não fiquei sentado à beira do caminho”.
E se após décadas de
relacionamento pinta um perde-ganha, como no verso de Herbert Vianna?” Você me
tem fácil demais /mas não parece capaz de cuidar do que possui/”!?...Tempo!
Reflexão! colocar na balança tudo que se construiu. Valeu a pena? ”Os momentos
felizes deixaram raízes”? Vale tentar o “começar de novo” lambendo as feridas?
Neste ponto muitas vezes é
necessário ajuda de um profissional psicólogo e facilitador deste encontro de
contas. Muita gente peca neste crucial momento, ao tentar fazê-lo sozinho e
perde a mulher ou o homem, “amor da sua vida”. Mas se vocês fizeram “amor pra
valer”, vão se espelhar na canção “iluminados” de Ivan Lins e Vitor Martins: ”O
amor tem feito coisas /que até mesmo Deus duvida/Já curou desenganados/já
fechou tanta ferida /O amor junta os pedaços/quando um coração se quebra/Mesmo
que seja de aço/mesmo que seja de pedra/Fica tão cicatrizado/que ninguém diz
que é colado/Foi assim que fez em mim/foi assim que fez em nós/esse amor
iluminado”.
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com
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