Há poesia no olhar. Um certo
clima . De algo novo como criança. Doce como a esperança. Coração pulando a
mil. Que faço para expressar meu amor? Flores nem pensar, isso já faço sempre.
Em dias especiais, como o dia dos namorados, presentes devem ser especiais.
Talvez um jantar, quem sabe uma poesia... mas, e se a rima não for rica? E se as palavras não
saírem? Hoje acordei assim: encantado com o amor. Duas vidas, um homem e uma
mulher, que antes nunca se cruzaram, de repente, ao gatilho do olhar, se
juntam, e para isso movem terra e mar, e passam a correr lado a lado como “as marcas dos pneus na água da chuva
”.Que também é romântica. Nada melhor do que chover em eventos importantes.
Início de namoro, casamento, no reencontro depois da briga....É como o ungir
sobre nossas cabeças, da benção do Pai das Luzes, quem sabe o prenúncio do
florescer que ela representa...
Namorados há que são
lúdicos. Brincam o tempo todo em seu estado de graça. Casais românticos, dizem
que são poucos, não acredito....vejo-os por toda parte. Acho sim que são
loucos, como diz a música do Chico César. Por isso não há como seguí-los completaria
Salomão em Eclesiastes. Faço gosto do meu amor. porque contém tudo isso. Mesmo
tantos anos depois do primeiro beijo, não conseguimos ficar longe um do outro. É
a mística de Vênus. Às vezes uma paixão tipo terremoto de sete graus na escala
de Richiter, outras vezes um gostar doce e calmo como as águas puras e
borbulhantes de uma nascente. Que um dia será um forte, caudaloso e revolto rio.
Sorrio quando lembro de nossas viagens, de nosso
amanhecer juntos, e de nossos cafés da manhã aos domingos. Quer coisa pior de
que uma manhã de Domingo longe de casa, e/ou brigados/separados? Como bem
ilustrou uma nova compositora do nosso cancioneiro popular ao descrever o
desespero da solidão de quem ama e se vê nesta situação sem volta: “ Vou bater
na tua porta completamente nua, quem
sabe então assim, você repara em mim”. Desespero faz parte.” É paixão, é amor”.
Se você não tem um amor,
arranje um. Há sempre um chinelo que se adapte um pé descalço e carente,
filosofava com sabedoria meu saudoso pai. Mas se após muitas tentativas, nada
deu certo. Relaxe. Ande na chuva. Leia poesias. Cante uma canção. Normalmente o
amor chega nestas horas, e se apresenta de formas imprevisíveis para quem está
fértil e pronto. Às vezes aparece uma pessoa que sempre esteve do seu lado, e
que por não estar preparado pelo “cupido “você nem a via com sob este olhar
mágico. Ou, supremo prazer, um velho romance antigo que não deu certo, agora se
apresenta no “palco de ilusões” para se tornar realidade. E quando isso
acontecer siga seu coração, que nunca deixou de ser romântico, e após tantos
anos de seca no deserto da afeição, beberá da fonte, primeiramente como quem
tem muita sede. Sem educação nenhuma. Sôfregamente. Depois aos poucos saciados
e completos para todo o sempre ou como lembra Vinícius de Moraes “posto que é
chama, que seja imortal enquanto dure”. A partir daí, beije... muito!
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
Debatef@debatef.com
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