domingo, 21 de junho de 2015

Namorados


Há poesia no olhar. Um certo clima . De algo novo como criança. Doce como a esperança. Coração pulando a mil. Que faço para expressar meu amor? Flores nem pensar, isso já faço sempre. Em dias especiais, como o dia dos namorados, presentes devem ser especiais. Talvez um jantar, quem sabe uma poesia... mas, e se a  rima não for rica? E se as palavras não saírem? Hoje acordei assim: encantado com o amor. Duas vidas, um homem e uma mulher, que antes nunca se cruzaram, de repente, ao gatilho do olhar, se juntam, e para isso movem terra e mar, e passam a correr lado a lado  como “as marcas dos pneus na água da chuva ”.Que também é romântica. Nada melhor do que chover em eventos importantes. Início de namoro, casamento, no reencontro depois da briga....É como o ungir sobre nossas cabeças, da benção do Pai das Luzes, quem sabe o prenúncio do florescer que ela representa...

Namorados há que são lúdicos. Brincam o tempo todo em seu estado de graça. Casais românticos, dizem que são poucos, não acredito....vejo-os por toda parte. Acho sim que são loucos, como diz a música do Chico César. Por isso não há como seguí-los completaria Salomão em Eclesiastes. Faço gosto do meu amor. porque contém tudo isso. Mesmo tantos anos depois do primeiro beijo, não conseguimos ficar longe um do outro. É a mística de Vênus. Às vezes uma paixão tipo terremoto de sete graus na escala de Richiter, outras vezes um gostar doce e calmo como as águas puras e borbulhantes de uma nascente. Que um dia será um forte, caudaloso e revolto rio.
Sorrio quando lembro de nossas viagens, de nosso amanhecer juntos, e de nossos cafés da manhã aos domingos. Quer coisa pior de que uma manhã de Domingo longe de casa, e/ou brigados/separados? Como bem ilustrou uma nova compositora do nosso cancioneiro popular ao descrever o desespero da solidão de quem ama e se vê nesta situação sem volta: “ Vou bater na tua porta completamente  nua, quem sabe então assim, você repara em mim”. Desespero faz  parte.” É paixão, é amor”.

Se você não tem um amor, arranje um. Há sempre um chinelo que se adapte um pé descalço e carente, filosofava com sabedoria meu saudoso pai. Mas se após muitas tentativas, nada deu certo. Relaxe. Ande na chuva. Leia poesias. Cante uma canção. Normalmente o amor chega nestas horas, e se apresenta de formas imprevisíveis para quem está fértil e pronto. Às vezes  aparece  uma pessoa que sempre esteve do seu lado, e que por não estar preparado pelo “cupido “você nem a via com sob este olhar mágico. Ou, supremo prazer, um velho romance antigo que não deu certo, agora se apresenta no “palco de ilusões” para se tornar realidade. E quando isso acontecer siga seu coração, que nunca deixou de ser romântico, e após tantos anos de seca no deserto da afeição, beberá da fonte, primeiramente como quem tem muita sede. Sem educação nenhuma. Sôfregamente. Depois aos poucos saciados e completos para todo o sempre ou como lembra Vinícius de Moraes “posto que é chama, que seja imortal enquanto dure”. A partir daí, beije... muito!

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor

Debatef@debatef.com 

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