Vi o filme AVATAR duas vezes,
e passei um trabalho em seguida, para meus alunos de graduação analisarem a
estratégia deste excelente projeto, que evidencia, em termos de produção cinematográfica, um divisor de
águas, com quebras de paradigmas, e temas que nos fazem pensar. É mandatário
frisar que sua amplitude de correlação, ultrapassa os limites da telona, e o
próprio Cameron provou isso, ao visitar a volta grande do Rio Xingu, que secará
durante boa parte do ano, após o barramento do Rio, para a construção da
represa de Belo Monte, pois fica a juzante de suas turbinas. Um impacto
ambiental a um custo de 39 bilhões de
reais, enquanto o governo fala em 19 bilhões.Com esta dinheirama toda, e com
calma, melhoraríamos ainda mais nossa matriz energética, apoiando projetos
diversificados, como os de energia de cogeração, solar, biogás, hidrogênio, e
PCHs-pequenas centrais hidrelétricas pelo país afora, sem repetir o modelo
centralizador, e pai de todos apagões que Belo Monte representa.
O cineasta de Avatar viajou
12 horas de barco para ver de perto o problema, e fez o que muito brasileiro
não faz: se solidarizar com um povo que habita aquele lugar mágico desde épocas
imemoriais.
Seria bom que todo cidadão do
mundo, principalmente os formadores de
opinião, acessassem o conteúdo disponível em http://tinymrl.com/ykjplsu
ou em http://internationalrivers.org/files sobre as 230 páginas com fundadas críticas ao EIA –Estudo De Impacto Ambiental-
da usina de Belo Monte, feita pelos mais respeitados especialistas doutores -
cientistas que tem estudado aquela
região há dezenas de anos.
É importante neste momento,
deixar claro que não somos contra
projetos hydropower- por definição, energia obtida pelo uso da energia
de rios e cursos d’agua. Somos contra o ”custe o que custar ”eleiçoeiro que
esta obra traz, o “tem de acontecer” porque uma de suas mentoras, a ex – ex
ministra de Minas e energia é, agora candidata
à presidente. Por conta dos primeiros embates no Planalto, a ex-ministra do
meio ambiente da república foi defenestrada do cargo, pois seus questionamentos
atrapalhariam a carreirista de plantão. Agora a obra, cuja relação custo
benefício não resiste a mais simples análise, estará sendo feita a toque de
caixa, como foi o seu EIA RIMA, cujas inconsistências são mostradas neste estudo crítico, com o “objetivo de evidenciar para a sociedade, as
falhas, omissões e lacunas destes estudos(EIAs) e com o elevado objetivo de
subsidiar um processo decisão, que se esperava fosse pautado pelo debate
público - sério e democrático”. Todavia ,segundo ao instituições que trabalharam
no painel, “o próprio processo de disponibilização do EIA RIMA foi marcado por estranha
celeridade, e cheio de atropelos, que se interpuseram ao processo de discussão,
limitando-o, secundarizando-o e, assim, desservindo aos avanços já estabelecidos
na legislação brasileira”.
Como a arte imita a vida, em Avatar os
interesses imediatos e mesquinhos
fizeram alguns senhores do “stabilichment” atacarem e destruirem um povo
e seu rico habitat –Pandora, que era o futuro em termos de princípios ativos
contra doenças e processos naturais com retornos bilionários e sem ferir a floresta. Aqui, o Xingu é tudo
isso, além de ser nosso e das futuras gerações.
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com.br
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