“ Ser poeta é
quase que divino/Homem, menino./
Ser poeta é
viver, matar/Ser Deus,não como o todo-
Poderoso/Jeová./
Ser deus de
uma folha de papel,/Com uma caneta./
Ser poeta é
ser pateta,/Ser ridículo,um palhaço,/
Ser um eterno
apaixonado,/Um desgraçado, um abençoado.”
Gilmar
mendes,17 anos,aluno da quinta série de uma escola pública de Salvador Bahia.
Mendes
é negro, pobre, nordestino,sofrendo de uma paralisia cerebral, (esteve fora da
escola por isso), mas apareceu com sua poesia na coluna dominical de Gilberto Dimerstein na folha de SP,e é um
case porque para sua sobrevivência emocional, se apegou à
poesia como uma bóia em mar revolto,já
que preso a uma cadeira de rodas, sem
recursos, morando em um bairro de periferia da capital baiana dominado pelo tráfico
de drogas, não foi aceito durante anos em escolas cujos professores não sabem ensinar português,quanto mais
poesia.E concordo que é difícil juntar a
escola atual à poesia. Escola só é poesia quando os mestres se dão ao ofício
como sacerdotes ao altar. Ou como artistas oleiros se dão ao barro. E elas hoje
estão um desastre, para os professores e para os alunos. Quem as escolas estão
servindo então?
Temos
15 milhões de analfabetos com mais de 15 anos. Isto é meia Argentina, e a
preocupação não é só quantitativa.Gente sem educação básica, é gente que não
pode ser treinada, e por isso tem baixa renda, e por falta de saber ler e
escrever não saberá preservar a saúde ao longo do tempo, baixando a longevidade
dela e dos filhos, perpetuando a miséria. Respondo então a questão formulada
acima: continuará massa de manobra de políticos vigaristas cujos estados tem os
menores índices de desenvolvimento humano como o Maranhão, e Alagoas, Berthold
Brech à parte.
Os
gênios do PT no MEC soltaram foguetes com a marginal melhora do IDEB-Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica.Só que não viram que no período que vai da
primeira à quarta série-crítica em todo sistema de ensino,numa classificação de
0 à 10 ,o índice ficou estagnado em 3,5.Mais do que sofrível.E este indicador mostra que
daqui a uma década,mesmo para os 15% que
continuarem os estudos até à universidade, esta lacuna persistirá, pois as
faculdades e universidades particulares responsáveis por 75% das formaturas, não
conseguirão preencher este vazio da sua formação.Como resultado, infelizmente, haverá
um simples diploma que não agregará valor ao cidadão, o qual não conseguirá
adquirir conhecimentos, e finalmente estacionará profissionalmente em sub - empregos.
Já
estamos cheios de engenheiros que viraram suco, administradores que se tornaram motoristas de táxi, de pedagogos
garis, num desperdício de capital humano jamais visto.E esta é uma matriz de um
futuro de dependência, de países como china,Japão, Coreia do Sul e Índia, além
dos EUA e CEE,já que todos levam a sério o ensino, do primário ao superior ,e formam
engenheiros ,administradores e cientistas que fazem parte de um projeto de nação, feito por patriotas que não
vendem,como lacaios, seus países aos interesses de empresas nacionais e
multinacionais.Tenho dito.
Jose Carlos
Nunes Barreto
Professor
doutor
debatef@debatef.com.br
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