“ Ainda vai levar um tempo/ Pra fechar/ O que feriu por dentro/.../Assim caminha a
humanidade” cancioneiro popular.
Chamou a atenção novamente na mídia, semana passada, o
movimento “ocupe wall Street” feito por
bem nascidos jovens americanos em Nova York. Eles querem dizer ao mundo que são
pobres e que não estão entre os 1% das pessoas da terra possuidoras da maioria
das riquezas do planeta. Todavia um estudo do cientista BranKo Milanovic, pelo
Banco Mundial desmitificou o assunto, e mostrou que grande parte deles está
entre a minoria “odiada”. Os números de Milanovic são taxativos: 60 milhões de pessoas
compõe o universo dos 1% mais ricos do planeta, dos quais 29 milhões vivem nos
EUA-muitos deles pais, irmãos e primos dos revoltosos. O estudo considerou rica
uma pessoa com renda anual maior ou igual a U$34mil dólares (já descontados os
impostos), ou pouco mais de 5mil reais
por mês, segundo dados de 2005. Quem não conhece pessoas que ganham por mês aqui no Brasil estes valores? Pois
estão entre os 1% - e muitos ainda ocupando as praças da vida para se dizerem
injustiçados e pobres . Aqui , segundo o estudo ,são 2 milhões de pessoas ,já
que chegamos a sexta posição em PIB no mundo. E na minha opinião, temos é de parar de reclamar, gastar menos e
economizar mais. Algumas carreiras de estado começam com salários bem
superiores a isso, e perderam a noção do que ganham, e das referências com o
País e o resto do mundo. Os dados do economista excluem Índia e China para não rebaixar muito as
bases de cálculo, mas deixa claro que uma classe média global incluindo estes países, vive em média com apenas U$1225
por ano( cerca de 2500 reais).E isso significa que os 5% mais pobres dos
Estados Unidos ainda tem uma vida financeira melhor que dois terços do planeta.
Esses guris são os 5% mais pobres de lá? claro que não!
Depois dos
EUA o país com maior número de ricos é a Alemanha com 4 milhões de pessoas, seguido
do Reino Unido, França e Itália-todos com 3 milhões de pessoas “bem de vida”. Canadá,
Coréia do sul e Japão, como o Brasil, tem 2 milhões. O autor, segundo matéria
publicada no site CNNMoney, mostra dados
divulgados em seu livro ”The have
and the have-not”(“os que
tem e os que não tem”- em tradução
livre), e afirma que existe uma classe média global em plena expansão, deixou de fora muitos dos “ocupantes”
por receberem ajuda do governo americano, em muito superior ao que se observa
no mundo.
Voltando
nossos olhos para o Brasil percebemos situações parecidas: ajuda governamental,
bem vinda colocou“ex-miseráveis” no mapa da “classe média global”o que dá ao
mercado interno brasileiro um valor enorme para empresas transnacionais players
usarem e literalmente abusarem(vide TIM,Oi e assemelhados) além de servir como colchão de amortecimento para crises externas e barbeiragens de economistas
do governo de plantão.
Não estou pregando
que estamos ganhando bem demais e por isso não devemos buscar melhorias
salariais- estou afirmando que algumas categorias, notadamente as federais, perderam as referencias e peço vênia para dizer neste
arrazoado quais são elas, para uso da
Nação, e dos contribuintes que pagam a conta da insensatez, por não poderem, em
função da sangria dos cofres públicos, exigir do Estado fazer seu papel primordial ,que é
cuidar das Infraestruturas, Segurança, Saúde e Educação.
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com
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