segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Cultura e poder nas organizações

“Valores transcendentes como a confiança e a integridade, traduzem-se literalmente em receita, lucros e prosperidade” Patrícia Aburdene

Nos últimos 10 anos orientei 6 mestres, 12 especialistas, além de 14 TCCs de graduação em Administração e Engenharia, além de participar de outras 20 bancas  de especialização como convidado. Fico feliz de participar deste momento singular na vida dos alunos que ajudo a formar. Como coordenador do curso de Pós Graduação em Gestão de Pessoas da UNIMINAS, já na quinta turma, sou convidado com frequência, como anteontem, quando estive na banca da aluna Ariadney Ferreira, orientada pela professora Luciane Grispe, no trabalho intitulado: “A Relação entre a Cultura Organizacional e o Poder nas Organizações”, e lá pude dar o primeiro dez em dez anos nesta atividade. E explico porque: Uma pesquisa bem feita em um assunto de suma importância e que cada vez mais necessitamos conhecer, para entendermos melhor a funcionamento das organizações. A autora demonstrou a hipótese de que a cultura organizacional influencia no tipo de poder exercido por seus gerentes. Afinal perguntaria o leitor, o que é cultura organizacional? E o que entendemos ser o poder? Na brilhante apresentação, vimos que várias palavras e/ou o conjunto delas constrói o conceito de cultura Organizacional: Identidade, costumes, normas, valores, políticas e artefatos (a parte tangível da organização). Já o poder, da mesma forma pode ser formal (coercitivo, de recompensas, de legitimidade, de referência ou de informação) ou pessoal (carismático, de talento, de perícia ou de referência - alguém que é um paradigma).
Todo trabalho científico precisa de um cuidado especial com a metodologia a ser usada, para atingir resultados. Ao investigar esta correlação, a aluna usou dois métodos já validados em muitas pesquisas anteriores: o método da abordagem que parte de teorias e leis de Gestão de Pessoas, e os métodos de Procedimento, que são o histórico, o comparativo e o estatístico, além da aplicação no campo, dos instrumentos: Escala de valores de TAMAYO (para medir a cultura organizacional) e a Escala de Poder do Supervisor de MARTINS e GUIMARÃES (para medir o poder).
Sei que artigos científicos não dão Ibope, mas é com a aplicação deles que caminhamos para um estado de bem estar social. Quando conseguimos aplicar os resultados de um trabalho como esse, na produção de bens e serviços, a prosperidade aumenta. E os resultados do trabalho apontam para a correlação positiva entre o poder e a cultura. Os talentos humanos participantes da pesquisa, vêem a empresa de forma hierarquizada e dominante, e o poder exercido pelos chefes como aquele baseado pelo conhecimento técnico. Nada mal, haja vista a notória especialização do setor pesquisado. Mas o que deve chamar a atenção é que a cultura organizacional, as competências e os resultados-lucros e dividendos, estão alinhados no mesmo vetor, agora desnudado. Logo entender a cultura e o uso do poder nas organizações, nos ajuda a trabalhar melhores instrumentos de construção da competência empresarial, adequada a cada empresa, e que gerarão os melhores resultados a curto, médio e longo Prazo. Parabéns à aluna e sua orientadora.

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor

debatef@debatef.com

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