“Nenhum cavalo chega a lugar algum
antes de ser domado[...] Nenhuma vida se torna grande antes de ser focada, dedicada
e disciplinada” Henry E. Fosdik
Seria o crescimento sustentável uma
utopia? Alguns cientistas e economistas dizem que sim. Segundo eles basta olhar
para a quantidade de países sub-desenvolvidos ao longo de séculos, e comparar
com o baixo número de povos desenvolvidos, para comprovarem sua hipótese, logo apregoada
como tese. Na década de 70 esses “think thanks” achavam que era melhor o PIB
crescer para depois fazer a distribuição de renda. Aqui tivemos um porta voz
deles no poder de triste memória, durante a “dita branda” para alguns, e
ditadura para mim: o Delfim Neto, que hoje pensa diferente, mas deixou com sua
longa gestão na economia, um rastro de pobreza e desigualdade neste País, esta sim
uma herança maldita e filha daquela teoria maluca.
Hoje existe uma corrente que, guardadas
as devidas proporções e o distanciamento pelas circunstâncias, prega algo
similar. Segundo esses formuladores, um país degrada o meio ambiente até que a
curva de ascensão de seu PIB chegue a 8000 dólares per capita. Então bastaria
crescer para que tudo se resolvesse no âmbito da gestão ambiental? As
evidências do aquecimento solar, e da exposição a produtos perigosíssimos cujos
antídotos sequer conhecemos, provam quão frágil é esse argumento.
A desilusão com o desenvolvimento no
entanto, tem alguns pontos que merecem análise: quem disse que o modelo de
desenvolvimento americano e europeu é o melhor para a África, América Latina e
Ásia? Ao invadirem culturas e destruírem formas de produção, criam necessidades
absurdas para a população, só vista como mercado de consumo. Este modelo ainda “exporta”
a degradação ambiental das águas, solo e ar, além de trazer doenças novas, cujos
remédios devem ser comprados de indústrias de medicamentos oriundas de lá, o que só repete o círculo vicioso de dependência.
A recente quebra de bancos americanos soou
como música aos ouvidos de parte de pensadores de esquerda, que colocaram lupa
nos bônus ganhos pela elite mundial gestora deste modelo, antes da queda do
sistema, e mesmo após o dilúvio, se deixassem - caso da seguradora AIG que
praticamente repassaria a seus gestores, toda ajuda dada pelos EUA à
instituição em dificuldades, cerca de 170 milhões de dólares. Pergunto: se
fazem isso com o contribuinte americano, o que não fariam conosco e demais
colonizados do mundo “globalizado”?
Um economista paquistanês ficou
intrigado nos 30 anos que serviu a ONU e ao Banco mundial, com a falta de
indicadores adequados para medir o crescimento sustentável de países. Só havia
o PIB per capita, que considera a média da renda, que no caso do Brasil, somaria
os 7 bi de dólares de Eike Batista com os 100 dólares da bolsa esmola de milhões.
O cientista criou então o IDH- índice de desenvolvimento humano, que se
alicerça sobre três bases: a taxa bruta de matrícula escolar, a longevidade e a
renda per capita. Este índice é imbatível em termos de medir o desenvolvimento,
e ele varia de 0 a
1, e quanto mais próximo de 1 melhor a qualidade de vida de um povo.
Finalizando, acredito em
desenvolvimento sustentável. No papel do estado como regulador da economia e da
livre iniciativa. E principalmente na educação como motor deste desenvolvimento
com foco em pessoas.
José Carlos Nunes Barreto
Professor-doutor
debatef@debatef.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário