Blog do Consultor e Professor de Graduação e Pós Graduação José Carlos Nunes Barreto
segunda-feira, 15 de novembro de 2021
O Racismo Estrutural
sábado, 30 de outubro de 2021
O Nobel Brasileiro da Arquitetura
SOS Segurança Pública
Quando o fim parece chegar...
domingo, 19 de setembro de 2021
A Economia da Água
domingo, 5 de setembro de 2021
Os Novos Refugiados 2
sábado, 4 de setembro de 2021
Freakonomics ou Eureca!
No Vale de Ossos Secos
segunda-feira, 2 de agosto de 2021
As Pedras do Caminho2
"Pedras no caminho, indago...Guardo todas... um dia vou construir um castelo"(Fernando Pessoa)
Leio postagem de um colega engenheiro,
criticando a omissão (que não é de hoje) do CREA, na esteira das reformas
vigentes que servem, muitas vezes, somente para abater o piso salarial dos
engenheiros.
E isso, não só limita a entrada de novos profissionais
no mercado, tantas vezes aviltado, mas
colabora para que empresas não escolham
bem funcionários, excelentemente preparados em Engenharia de Produção e
Segurança, Engenharias Química e Mecânica ,por exemplo, com conhecimentos
profundos de processos e BPF- Boas práticas de Fabricação.
E que incluem o APPPC- Análise de Perigo e
Pontos Críticos de Controle, o que evitaria a contaminação da cerveja
pelo fluido de arrefecimento, que só deveria passar, com estanqueidade, nas
serpentinas dos tanques do processo cervejeiro, e nunca contaminar o produto a
ser ofertado ao público, pois é tóxico e mortal, como acontecido no caso na
cervejaria Backer!
Lamentável formarmos engenheiros e administradores, que precisam permanecer como operadores de luxo em máquinas de processos industriais, por não haver lugar para os mesmos nas fábricas, que não os contratam. Tomara que este acidente sirva para que autoridades competentes, verifiquem e valorizem os responsáveis técnicos de engenharia nas fábricas, não só de alimentos, deste País. Basta de acidentes evitáveis. Basta de omissões!
Neste contexto, volto a comentar a operação da empresa DMAE- aqui de Uberlândia, do qual sou um cliente insatisfeito, deste que é um monopólio, na verdade uma estrutura de mercado, que não tem apreço pelas críticas e demandas de quem compra seus produtos, e isso nunca acaba bem para o público consumidor, que usa os bens ou serviços advindos destes processos...
Uma empresa de saneamento, que deveria investir na operação, é usada pelo prefeito para manipular os gastos do orçamento municipal- a famosa pedalada usada nos tempos da Dilma, é também um cabide de empregos - cartilha da velha política, com sua sublime missão deixada em segundos e terceiros planos.
Nela, faltam trabalhadores qualificados, falta supervisão, faltam EPIs e equipamentos essenciais ao serviço de manutenção das redes. A terceirização acentua o problema, e aumenta a distância entre a organização e o cliente. E, historicamente, vender água tratada, coletar lixo e esgoto, tem se tornado um foco de propinas, e financiamento do crime organizado dentro dos governos, no País inteiro, e aqui, acredito, não deve ser diferente...
Um parlamentar fez uma denúncia ao MPE, contra as evidencias de desvios de recursos na legislatura passada, e apesar de 20 dos 27 colegas estarem presos e com seus mandatos cassados, apesar de desvios de finalidade de recursos, e da total falta de propósito em melhor atender a clientela, as medidas saneadoras do MPE, não chegaram ao executivo, e ao DMAE, por isso, creio, o atual prefeito foi reeleito, inclusive com novas evidências de desvio de dinheiro do Covidão para fazer viadutos, contaminando o mandato recém iniciado. Mais um desastre evitável, e bem aqui em nosso torrão.
Até quando, indago...
José Carlos Nunes Barreto
Pós doutor e Sócio da DEBATEF Consultoria
quinta-feira, 29 de julho de 2021
O Absurdo do Assédio Moral
Vivemos um momento de extrema penúria em termos de segurança jurídica. O TSE vai e volta em suas interpretações sobre verticalização das coligações partidárias para as próximas eleições. Uma enxurrada de decisões dos tribunais superiores deram liberdade a criminosos, corruptos e prejudicaram as CPIs do Congresso nacional ao ”blindarem” alguns ilustres investigados. Tudo isto em setores, em que a lei é muito clara.
Imagine alguém que precisa procurar a justiça, numa área em que legalmente não há clareza, como na questão do assédio moral. Que é a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras, à situações humilhantes e constrangedoras, durante a jornada de trabalho, e no exercício de suas funções. Se no caso, é sobre professores mestres e doutores, a coisa fica mais confusa ainda ,pois se trataria de uma “elite” que estaria muito bem colocada na vida, e por isto, nem precisaria de atenção do estado e da justiça.
Absurdos estão acontecendo, e a sociedade está impassível. Calada e autista. As relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, principalmente em universidades particulares “caça níqueis”, fazem os professores que obtiveram o título de doutor, “esconderem” o mesmo, com medo de serem demitidos. Há um pacto de tolerância e silêncio, que faz a vítima, gradativamente se desestabilizar, fragilizar-se e perder sua auto estima. A organização tem uma degradação de seu clima organizacional, onde passa a imperar atitudes e condutas negativas dos chefes, sobre os subordinados. As vítimas são isoladas do grupo , hostilizadas , ridicularizadas, e desacreditadas diante de seus pares, forçando-o muitas vezes a mudar de emprego, e dependendo da especialidade, de região.
A revista Banas Qualidade de abril de 2006, entrevistou o consultor e especialista em assédio moral no trabalho ,Gustavo Galleazzo. Dele :”O assédio moral é um processo que vai congelando o profissional e o tira do centro de decisão. Quando você o tira do centro de decisão, a capacidade de informação vai se esvaziando. E os prejuízos para empresa são infindáveis. Primeiro há o reflexo na produtividade . Depois é um risco para a empresa porque o assediado começa a ficar tenso, desgostoso com a organização e começa a divulgar informações sigilosas, deixando de ter zelo com a informação, deixando de ter zelo com os processos” Nada mais claro.
Contudo, foi cruel demais o acontecido tempos atrás ao professor doutor Bernardo Bernadino, de um Centro universitário yYY. Negro lutou até ser doutor. Éramos colegas de trabalho, mas sua vida mudou após resolver agir contra este estado de coisas, através de uma legítima ação sindical, nunca aceita pela mantenedora da instituição. Que lhe cortou os vencimentos, após escrever um simples artigo reinvidicatório. As últimas notícias que tive dele não foram nada boas.
Havia tentado o suicídio após seis meses de privações com água e luz cortadas e sendo socorrido por colegas. Sobreviveu com muitas sequelas físicas e emocionais. Eu, como o mais velho do grupo, tive de vir a público responsabilizar a direção da IES pela vida deste professor, que defendeu os interesses da classe tantas vezes vilipendiada e predada. Claro que sofri represálias, mas faria tudo de novo, e isso foi há 20 anos.
Hoje, vejo acontecer de novo este processo, até em universidades públicas federais , em que pesquiso e estudo. Uma verdadeira praga contra a inovação e a criatividade, que os supostos autores destes crimes - e ainda se intitulam gestores, buscam alcançar com suas desastradas atitudes.
José Carlos Nunes Barreto
Pós-Doutor e Sócio fundador da DEBATEF Consultoria
domingo, 25 de julho de 2021
A Agenda Oculta
“ Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante, a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo, ou um rio. E, a sua morada será sempre o coração do homem.”
Thiago de Mello
Após o empeachment de Dilma Roussef em 31 de agosto de 2016, Lula e Dilma foram ao funeral de Fidel Castro, em 25 de novembro do mesmo ano, onde confabularam com bolivarianos. Deixaram de ir ao funeral da chapecoense que uniu colombianos, brasileiros e o mundo. Maduro já estava louco, e a Venezuela derretia, mesmo assim, a agenda lulocastrista se estabelecia, embora escondida e envergonhada, na política de esquerda, então derrotada no País.
Todo mês ficamos à espera dos rendimentos, auferidos pelas atividades que nos sustentam, quer sejam trabalho, investimentos ou aposentadorias. Todos ganhos de forma honesta, pelo menos para a esmagadora maioria dos incluídos, socialmente falando. Existe uma minoria que trafica influência, entorpecentes, fauna e gente. Para esses, não existe espera, porque os ganhos são enormes, e a curva do crescimento da riqueza ,se torna exponencial em pouquíssimos anos. No meio destas duas situações, perdido, está o socialmente excluído. Quem não tem rendimento nenhum. Zero de grana, vivendo seja de bolsas do estado, de ONGS, doações ou de favor. Alguns chegam à beira do desespero da fome, e são cooptados pelo mundo do crime.
São bilhares no mundo, 46 milhões aqui no Brasil da bolsa esmola(que o governo federal diz que são invisíveis). Na França, da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, três gerações de imigrantes africanos, latinos e turcos amargam a falta de oportunidades, e sobrevivem na periferia , com o bolsa família de lá. A falta de possibilidade de sonhar, nos jovens, faz crescer a revolta social , e as chamas da violência sobre Paris. Nos morros do Rio, armamentos de última geração, financiados com dinheiro de drogas municiam uma guerra suja, de sangue e de palavras.
Para os governos do Estado e da cidade do Rio, vale dizer para o poder público, o importante é criminalizar a favela, vociferar que só nascem bandidos lá, o que não é verdade, pois são trabalhadores reféns do crime organizado, em sua esmagadora maioria. Esta é mais uma agenda, para ocultar a ineficiência do estado, em subir nos elevadores sociais das avenidas beira mar, e flagrar os “incluídos” consumindo as drogas do morro nas festas noturnas, após terem participado pela manhã, de passeatas contra a violência, de que são vítimas pelas armas do tráfico.
Nestas festas, delegados, professores universitários, artistas , juízes etc., juntamente com suas famílias , se confraternizam , fazem “networking” e traficam influência após alguns uíques e uso de drogas ilícitas. E, não são criminalizados por financiarem assim, o tráfico de drogas e armas, que matará algum dos seus nos próximos dias. Há uma importante agenda oculta, neste comportamento da sociedade incluída, qual seja “ na noite tudo se pode e tudo se sabe...”.
Me fez então lembrar os versos de Thiago de Mello em tela: a tal liberdade como pântano enganoso das bocas, na visão do poeta, se exacerba, e só os fará acordar na manhã seguinte, entre lençóis de cetim azul, e pontos de interrogações, tipo o que eu fiz? E quem é você? Presa a grilhões da dor da dependência, e ao choro contido do arrependimento.
Quantas “mentiras sinceras” são levadas em conta, pela sociedade, afim de esconder “ verdades inconvenientes”? Por exemplo, que o mensalão do governo tucano de Minas Gerais em 1998, não roubou o Estado para tentar reeleger-se. Que há liberdade na Venezuela de Maduro e na Cuba dos Castros, e que não há agenda oculta no Foro de São Paulo de Lula...
Concluo sonhando sobre como seria o mundo, sob as asas da liberdade do ideário republicano, não nas bocas , mas nos corações, qual fogo a inflamar verdades e gerar soluções para todos: acordo pedindo voto auditável , prisão em segunda estância , prisão para quem desviou dinheiro da saúde na pandemia, e o fim desta vergonhosa CPI do fim do mundo!
Tenho dito.
José Carlos Nunes Barreto
Pós-doutor e Editor Executivo da Revista Sciencomm
sábado, 3 de julho de 2021
Namorados
“ Quando o homem ama uma mulher, fala muito com ela, e sobre ela; quando deixa de a amar, fala com ela sobre ele.”
Há poesia no olhar. Um certo clima... De algo novo como criança. Doce como a esperança. Coração pulando a mil. Que faço para expressar meu amor? Flores nem pensar, isso já faço sempre. Em dias especiais ,como o dia dos namorados, presentes devem ser especiais. Talvez um jantar, quem sabe uma poesia...mas, e se a rima não for rica? E se as palavras não saírem ?
Hoje acordei assim: encantado com o amor. Duas vidas, um homem, uma mulher, que antes nunca se cruzaram, de repente, ao gatilho do olhar, se juntam, e para isso movem terra e mar, e passam a correr lado a lado como “as paralelas dos pneus na água da chuva ”,descritas na poesia musicada de Belchior.Que também é romântica. Nada melhor do que chover em eventos importantes. Início de namoro, casamento, no reencontro depois da briga...É como o ungir sobre nossas cabeças, da benção do Pai das Luzes, quem sabe o prenúncio do florescer da primavera que se apresenta...
Namorados há que são lúdicos. Brincam o tempo todo em seu estado de graça. Casais românticos, dizem que são poucos, diz a canção, não acredito...vejo-os por toda parte. Acho sim, que são loucos, como diz a música do Chico César. Por isso, não há como seguí-los, completaria Salomão em Eclesiastes... Faço gosto do meu amor. Porque contém tudo isso. Mesmo tantos anos depois do primeiro beijo, não conseguimos ficar longe um do outro. É a mística de Vênus. Às vezes uma paixão, tipo terremoto de sete graus na escala de Richiter, outras vezes, um gostar doce e calmo, como as águas puras e borbulhantes de uma nascente. Que, mais a frente, será um forte , caudaloso e revolto rio.
Sorrio quando lembro de nossas viagens, do nosso amanhecer juntos, e, de nossos cafés da manhã aos domingos. Quer coisa pior de que uma manhã de domingo longe de casa, e/ou brigados/separados? Como bem ilustrou uma nova compositora do nosso cancioneiro popular, ao descrever o desespero da solidão de quem ama, e se vê nesta situação: “ Vou bater na tua porta, completamente nua, quem sabe então assim, você repara em mim”. Desespero faz parte. ” É paixão, é amor”.
Se você não tem um amor, arranje um. Há sempre um chinelo, que se adapta a um pé descalço e carente, filosofava com sabedoria, meu saudoso pai. Todavia se, após muitas tentativas, nada deu certo. Relaxe. Ande na chuva. Leia poesias. Cante uma canção. Normalmente o amor chega nestas horas, e se apresenta de formas imprevisíveis, para quem está fértil e pronto. Às vezes, aparece numa pessoa que sempre esteve do seu lado, e que, por você ainda não estar preparado pelo “cupido”, “ nem a via sob este olhar mágico". Ou , supremo prazer, um velho romance antigo, que não deu certo, agora reaparece no “palco de ilusões”, para se tornar realidade. E, quando isso acontecer, siga seu coração ,que nunca deixou de ser romântico, porque, após tantos anos de seca no deserto da afeição, beberá dessa fonte, primeiramente como quem tem muita sede,sem educação nenhuma...Sôfregamente... Depois, aos poucos, saciados e completos, compartilharão a vida um do outro, ou como lembra Vinícius de Moraes: “posto que é chama, que seja imortal enquanto dure”. A partir daí, beije...muito!
E que assim seja!
José Carlos Nunes Barreto
Pós-doutor e editor executivo da Revista Sciencomm
terça-feira, 29 de junho de 2021
Viver não dói, Dr Bernardo!
Algumas experiências acontecidas, desde que passei a escrever com frequência, e durante o período de 2003 à 2016, no jornal “O Correio” de Uberlândia, são muito interessantes, cativantes...
E por serem por demais significativas, é impossível guardá-las só para mim. Quando escrevi “Hotel Ruanda” recebi um e-mail de alguém ligado à raízes islâmicas-lindo-dizendo que eu seria a voz também do seu povo. Não há dinheiro que paguem uma palavra de carinho de uma leitora. que se viu em algumas linhas escritas, por este escriba ano passado, em “Namorado”. Semanas atrás escrevi sobre ”O absurdo do assédio moral” e citei como exemplo o professor Bernardo Bernardino. Um negro.
Recebi e- mails do movimento negro pedindo os telefones de Bernardo, que eu não tinha. Depois fiquei sabendo ,com alegria que o mesmo se recuperara ,através de um e-mail de agradecimento do próprio Bernardo. Que me emocionou. E por isso divido esta emoção com vocês leitores: “Agradecimento. Prezado amigo Barreto, muito obrigado pelo seu artigo e pela consideração de um velho e bom amigo. A vida foi cruel demais para comigo quando entrei para a lida sindical. A humilhação constante a que fui submetido pela direção do Centro Universitário XX, chegou até a minha alma. Foi quando aconteceu aquele “acidente” comigo. Mas já estou me recuperando. Estou na casa de minha mãe (dá o endereço e o telefone).Mas vou ter de me tratar com psicólogo e psiquiatra por dois anos além de tomar remédios muito fortes. Estou vindo do INSS e não pude ser atendido porque a instituição não deposita o mesmo desde 2001.Tive de voltar em casa e levar todos os meus holerites para provar que o mesmo foi tirado do meu salário. Acho que amanhã vão fazer uma auditoria lá. Reze pela minha recuperação. Um abraço Bernardo.”
Liguei depois e falamos por 10 minutos. O encorajei a continuar vivendo. Mas em casa refleti, e resolvi tomar emprestadas as palavras do poeta Carlos Drumond de Andrade. Peço vênia para citá-lo a seguir:
“Viver não dói.
Definitivo, como tudo que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
Mas das coisas que foram sonhadas
E não se cumpriram
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos
O que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido, ao lado do nosso amor e não
conhecemos, por todos os shows e livros e silêncios,
que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos
por todos beijos cancelados,
pela eternidade.
Sofremos, não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos
Mas porque o futuro está sendo
Confiscado de nós
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo,
Mais me convenço de que o
Desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
faz perder também a felicidade.
A dor é inevitável
O sofrimento é
Opcional”.
José Carlos Nunes Barreto
Pós-doutor e diretor da DEBATEF Consultoria
quinta-feira, 24 de junho de 2021
Por uma nova Utopia
“ Faça as coisas o mais simples que você puder, porém não as mais simples” Albert Einstein
Desconforto. Indignação. Revolta. Clamor público por justiça.
Falta de misericórdia. Crime de lesa humanidade. É preciso dizer algo sobre os sanguessugas (chefiados na época por um ministro da saúde, e atual senador petista-hoje na CPI do Coronavírus) que não seja lugar comum. Mas como? E acontecer isso logo na saúde tão combalida deste País!
Face ao fiasco da referida CPI da Covid,, enquanto pesquisador, me lembro de um dos projetos que coordenei na academia, que parou por falta de recursos: ”Saúde Pública em cidades do Interior”. Pesquisa que abrangeu 120 cidades, num raio de até 400 Km de uberlândia, durante os anos 2000 à 2003. Através de perguntas básicas, levadas por meus alunos dos cursos de Saúde de um centro universitário da região, às secretarias de saúde de suas cidades de origem, com o objetivo de caracterizar IDHM-ïndice de desenvolvimento Humano no Município. Onde se indagava pelo número de leitos de hospital, qualidade e quantidade de profissionais de saúde contratados, número e tipos de aparelhos públicos de lazer existentes, número de mortos por causas externas(violência),por doenças infecciosas, cardio-respiratórias entre outras. Perguntávamos também sobre a expectativa de vida ao nascer, percentual de desempregados e salário médio(renda) da população.
Como subproduto desta pesquisa, percebi o despreparo das secretarias, em responder estas questões. Principalmente por colocar apaniguados políticos, sem nenhum conhecimento de Saúde nos cargos. Também obtive outro importante subproduto: a posse e uso abusivo de ambulâncias, em locais onde faltavam leitos de hospital, equipamentos dos mais simples, e até médicos e enfermeiros. Estas ambulâncias com o nome do “benfeitor” estampado me incomodaram. Tinham como endereço certo a cidade de Uberlândia, que ficou de tempos para cá “inundada”, de doentes enviados por hospitais que não curam sequer unhas encravadas. Um modelo demolidor e perverso para o SUS, que ,agora sabemos, se repetiu em todos centros metropolitanos do País, incentivado pelas emendas parlamentares, só para ambulâncias!
Voltemos nosso olhar para o que acontecia no executivo, e no Congresso, naquela época, momentos antes da Polícia Federal fazer estourar esse escândalo do governo lulopetista. Havia um quadrado mágico do PMDB, tentando esconder da sociedade o que se descobriu. O Presidente do senado, Renan Calheiros, rechaçou o pedido do grande Gabeira, só o aceitando depois de muita pressão. O Líder do Senado, Ney Suassuna(recebeu comprovadamente 200 mil reais de propina) .No executivo o ministro Saraiva Felipe , operava o esquema, tendo contratado a funcionária ligada aos Vedoin - operadores privados do esquema criminoso... Aí vem o senador Welington Salgado, integrante da CPMI pelo PMDB, e diz que não vai assinar o documento final. Ulisses Guimarães devia estar se revolvendo em seu túmulo no mar. Que vergonha senhores parlamentares que ainda continuam neste congresso-aviltado e apequenado! E o seu Lula na presidência, fingindo que não era com ele. Não é lindo? E quer voltar!
Assim não dá. É preciso lutarmos por uma nova utopia: Construir o homem integral na política e na sociedade. Mente com visão humanista, e talento burilado pela educação. Coração com muita paixão pelo outro. Corpo com necessidades supridas( não roubar)- auto-discipina. E, por fim, construção do espírito através da consciência. Este é meu projeto de nação, sugerido aos candidatos a cargos eletivos, para os governos e Parlamentos do Brasil.
Tenho dito.
José Carlos Nunes Barreto
Pós-doutor e Sócio da DEBATEF Consultoria
quarta-feira, 23 de junho de 2021
Colunas do Meu Sacerdócio
“Um homem não pode fazer as coisas certas em um departamento de sua vida, enquanto erra em qualquer outro. A vida é um todo indivisível” MAHATMA GANDHI
Leio nos evangelhos a purificação do templo, feita por nosso senhor Jesus Cristo. A fúria com que Ele investiu sobre os mercadores e cambistas. “A minha casa será chamada casa de oração, e não covil de salteadores”. Comparo isso ao que leio na crônica policial, a respeito de um certo apóstolo e sua bispa , fundadores de uma igreja neopentecostal em SP. E, constato : são salteadores do povo de Deus. A própria justiça humana, já está dando um jeito, quanto mais a divina...E eles roubaram muito! - segundo o ministério público de SP, cerca de 20 milhões, sem considerar o que está escondido em nome de laranjas, o que deve elevar em muito essa conta. Observando melhor, e participando de comunidades e igrejas no presente século, de novo percebo que existem os pastores e bispos bandidos ,chamados ladrões de galinha .Ou seja, roubam miudezas, porcarias a seus olhos: uma reputação aqui, durante um sermão, uma paz ali, durante uma visita a contragosto. Existem até aqueles que, são vetados na comunidade, para batizados e casamentos de alguns fiéis, mais antenados e espertos. Outra purificação o Senhor precisaria fazer, portanto, nos dias de hoje, porque há um deserto seguido de um enorme precipício, entre o que esses falsos profetas pregam, e o que fazem na própria vida, e nas de milhares de pessoas inadvertidas .Falta integridade. Falta caráter.
A propósito destas duas palavras, por demais significativas, estou nas férias lendo o livro de Stephen Covey “O oitavo Hábito: Da eficácia à grandeza” ed. Campus. Nele, o autor define a integridade como um princípio, que indica que estamos integrados aos fundamentos morais, e às leis naturais, que em última análise, governam as consequências de nosso comportamento. Consiste em falar a verdade, e cumprir as promessas feitas a nós, e aos outros. Covey escreveu também, “Os sete hábitos eficazes” ,cuja leitura é recomendada antes. Como chegar à confiabilidade, e gerar confiança? Como desenvolver todas as dimensões das inteligências física, emocional, intelectual e espiritual? Como desenvolver a maturidade, e a mentalidade de abundância, sempre presentes na alma dos verdadeiros líderes? todas estas respostas, são aos poucos respondidas, trazendo luzes e complemento ao que aprendemos nos catecismos .Mas deixo claro que, o que acontece com bispos e pastores, também é o que presenciamos em engenheiros, advogados ,juízes , médicos ou qualquer atividade onde esteja um homem (ou uma mulher).Num exemplo marcante, o autor cita uma entrevista do seu genro, para residência de medicina. Lhe perguntaram o que preferia: um cirurgião honesto, mas incompetente, ou um que fosse competente embora desonesto. Vejam a sua boa resposta: “tudo depende do problema. Se eu precisasse ser operado, iria querer o competente. Se se tratasse de saber se tinha de ser operado ou não, preferia o honesto” Claro que o fundamental, é que um médico tenha as duas qualidades, pois isoladamente elas são insuficientes...
Caráter e competência : duas colunas do sacerdócio de um profissional cristão, inclusive bispos e pastores, e que levam à confiabilidade, à sabedoria e à eficácia.
José Carlos Nunes Barreto
Pós-doutor e Sócio da DEBATEF Consultoria
segunda-feira, 31 de maio de 2021
Filhos do Universo - Desiderata, poema de Max Ehrmann’s: “Siga tranqüilamente entre a inquietude e a pressa...
A propósito da tensão entre as duas Coréias . E dos testes nucleares da Coréia do Norte a lançar brumas de guerra no horizonte, me lembro do muro caído de Berlim . Dos carros todos iguais do lado oriental passando em levas para o lado ocidental. Em 1990 estive lá a tempo de tirar uma lasca do muro e de viajar pelo lado oriental, para ver de perto a obra do atraso comunista: escassez de alimentos, degradação ambiental, atraso institucional, tecnológico e político. O mesmo observamos hoje no lado norte coreano. Com ajuda de um satélite qualquer à noite, vemos a Coréia do sul, totalmente iluminada. Pelo progresso e pela sociedade livre. O norte jaz em trevas. Da falta de investimento em energia. Do pensamento único. Da falta de oportunidades e de liberdades constitucionais. Todos tem um dono. Um falso Deus.(Que já foi simpático à maioria)Pequeno e obtuso, hoje tira dinheiro da alimentação de seu povo para construir armas nucleares. A lição a seguir, vai principalmente para os que ainda precisam usar o ”bolsa família” e sucedâneos , que apesar dos ditadores, chegou até nós a partir de 1927 –Desiderata, poema de Max Ehrmann’s:
“Siga tranqüilamente entre a inquietude e a
pressa,
lembrando-se que há sempre paz no silêncio.
Tanto que possível, sem humilhar-se, viva em harmonia
com todos os que o cercam.
Fale a sua verdade mansa e calmamente e ouça a dos outros,
mesmo a dos insensatos e ignorantes
– eles também tem sua própria história.
Você é filho do Universo, irmão das estrelas e árvores.
Você merece estar aqui e mesmo que você não possa perceber
a Terra e o Universo vão cumprindo o seu destino.
Evite as pessoas agressivas e transtornadas, elas afligem nosso espírito.
Se você se comparar com os outros
você se tornará presunçoso e magoado, pois haverá sempre alguém inferior
e alguém superior a você.
Viva intensamente o que já pode realizar.
Mantenha-se interessado em seu trabalho, ainda que humilde,
ele é o que de real existe ao longo de todo tempo.
Seja cauteloso nos negócios, porque o mundo está cheio de astúcia,
mas não caia na descrença, a virtude existirá sempre.
“Você é filho do Universo, irmão das estrelas e árvores.
Você merece estar aqui e mesmo que você não possa perceber a terra e
o universo vão cumprindo o seu destino.”
Muita gente luta por altos ideais e em toda parte
a vida está cheia de heroísmos.
Seja você mesmo, principalmente, não simule afeição
nem seja descrente do amor;
porque mesmo diante de tanta aridez e desencanto
ele é tão perene como a relva.
Aceite com carinho o conselho dos mais velhos,
mas seja compreensível com os impulsos inovadores da juventude.
Alimente a força do Espírito
que o protegerá no infortúnio inesperado, mas não se desespere
com perigos imaginários,
muitos temores nascem do cansaço e da solidão.
E a despeito de uma disciplina rigorosa
seja gentil para consigo mesmo. Portanto esteja em paz com Deus
como quer que você o conceba e
quaisquer que sejam seus trabalhos e aspirações,
na fatigante jornada da vida, mantenha em paz com sua própria consciência.
Acima da falsidade, dos desencantos e agruras,
o mundo ainda é bonito, seja prudente.
Faça tudo para ser feliz.”
Jose Carlos Nunes Barreto
Pós-Doutor e Editor Executivo da revista Sciencomm