sábado, 30 de outubro de 2021

O Nobel Brasileiro da Arquitetura

“Criações, sejam elas crianças, poemas ou organizações, têm vida própria.” Starhawk... Arquitetura é a arte de criar espaços organizados e animados, por meio do agenciamento urbano e da edificação, para abrigar diferentes tipos de atividades humanas (Aurélio).Para isso, o candidato a arquiteto, têm de fazer uma prova de habilidades específicas, que exige saber desenhar, e ter uma visão espacial desenvolvida. É necessário também, aguçada sensibilidade na utilização de cores, sombras, e saber criar. Por fim, ao longo de cinco anos de estudos, em uma grade de disciplinas que lhe farão entender, a história da arquitetura, e através dela, o conjunto de obras realizadas em cada continente, cada civilização, e cada época. Aprender a dar conforto ambiental à suas edificações, saber dispor os elementos de um espaço urbano, usando princípios, normas técnicas, e materiais adequados. O arquiteto será, por fim, um artista da função, do belo e da forma. Convivo com a alma do(a) arquiteto(a) há dezenas de anos. Como professor, durante dez anos, em laboratórios de Conforto Ambiental. Como profissional de engenharia e arquitetura, durante 30 anos, como consultor e chefe de engenharia em médias e grandes empresas, no associativismo, com destaque para os seis anos como diretor , presidente de uma associação de Engenheiros e arquitetos, seis anos como inspetor –chefe do CREA SP em cubatão SP, além de quatro anos como conselheiro estadual no CREA SP ,e um ano como Chefe da assessoria técnico jurídica no CONFEA em Brasília... Desfruto, por isso, de visão privilegiada das parcerias, que até hoje sustentam com sucesso, serviços e inovações desta classe. Apesar das diferenças gritantes e complementares, entre engenheiro(a)s e arquiteto(a)s. Que “brigam” desde sempre. A sabedoria faz o bom engenheiro(a) “arquitetar”, e apesar da ciumeira, consegue-se fazer um bom arquiteto(a) “engenheirar”. Ademais, engenharia e arquitetura constroem o mundo, e são uma dupla de muito sucesso! Na oportunidade em que Paulo Mendes da Rocha-(In memorian)_inquieto ,agitador, aplicador de soluções estéticas em locais de pouca delicadeza, incômodo para o estabelecido- recebeu em Istambul o prêmio Pritzker – considerado o Nobel da arquitetura, em 2006, não pude deixar de louvar esta classe, e o faço novamente, anos depois- principalmente por ela teimar em criar e acontecer, apesar do custo Brasil, ou seja, o custo da margem e da pouca visibilidade, nas palavras de Teixeira Coelho-Autor de “Niemeyer” ed.Iluminuras- (Este também, um sofrimento para muitos prestigiados cérebros brasileiros, de outras áreas da ciência brasileira, nesta triste quadra). Tive contato com a obra de Mendes da Rocha, durante visita aos pavilhões da Mostra “Menos estética mais ética”, na 7a Mostra de Arquitetura da Bienal de Veneza em 2000,e fiquei assombrado, ao lado de um filho arquiteto e urbanista, Gustavo Henrique Garcia Barreto, a quem homenageio. Esta convivência me fez entender melhor, o papel da inovação e da criação, como matéria prima dos processos de produção hipercompetitivos, e que Sthefen Covey (autor de “Os sete hábitos de pessoas altamente eficazes - ed. Best Seller),chama de Criar Sinergia, ou o sexto hábito eficaz, para se chegar a uma vitória pública como essa! Até ao final da vida, morto em 2021, Mendes da Rocha foi como um menino ao criar, assim como Niemeyer. Para eles somente “o céu foi o limite”. Agora, Picasso e Michelângelo os fazem companhia lá, numa festa da arte e da criatividade! E, aqui na Terra, todas as honras póstumas, portanto, ao Nobel brasileiro! José Carlos Nunes Barreto Pós-Doutor e sócio da DEBATEF Consultoria

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