terça-feira, 13 de setembro de 2016

O Nobel da Arquitetura

Paulo Mendes da Rocha-inquieto ,agitador, aplicador de soluções estéticas em locais de pouca delicadeza, incômodo para o estabelecido- recebeu em Istambul o prêmio Pritzker – considerado o Nobel da arquitetura´. Na época fiz este artigo que compartilho com meus leitores...

“Criações, sejam elas crianças,poemas ou organizações,têm vida própria.” Starhawk

Arquitetura é a arte de criar espaços organizados e animados,por meio do agenciamento urbano e da edificação ,para abrigar diferentes tipos de atividades humanas(Aurélio).Para isso, o candidato a arquiteto têm de fazer uma prova de habilidades específicas, que exige saber desenhar e ter uma visão espacial desenvolvida. É necessário também, aguçada sensibilidade na utilização de cores, sombras ,e saber criar. Por fim ,ao longo de cinco anos de estudos, em uma grade de matérias que lhe farão entender a história da arquitetura, e através dela, o conjunto de obras realizadas em cada continente, cada civilização, cada época- Aprender a dar conforto ambiental à suas edificações, saber dispor os elementos de um espaço urbano, usando princípios, normas técnicas e materiais adequados. Será um artista da função, do belo e da forma.
Convivo com a alma do(a) arquiteto(a) há dezenas de anos. Como professor há dez anos. Como profissional de engenharia e arquitetura há 40,com destaque para os seis anos como diretor e presidente de uma associação de Engenheiros e arquitetos, seis anos como inspetor –chefe do CREA SP em cubatão SP,além de quatro anos como conselheiro estadual no CREA SP, além de um ano como Chefe da assessoria técnica no CONFEA em Brasília. Há diferenças gritantes e complementares entre engenheiro(a)s e arquiteto(a)s. Que “brigam”desde sempre. Mas a sabedoria faz o bom engenheiro(a) arquitetar, e apesar da ciumeira, consegue-se fazer um bom arquiteto(a) engenheirar.
Na oportunidade em que Paulo Mendes da Rocha-inquieto ,agitador, aplicador de soluções estéticas em locais de pouca delicadeza, incômodo para o estabelecido- recebe em Istambul o prêmio Pritzker – considerado o Nobel da arquitetura, não poderia deixar de louvar esta classe, principalmente por teimar em criar e acontecer apesar do custo Brasil ou seja, o custo da margem e da pouca visibilidade, nas palavras de Teixeira Coelho(Autor de “Niemeyer” ed.Iluminuras) no caderno Mais da folha de SP de 16/04/2006.
Tive contato com a obra de Mendes da Rocha , durante a visita aos pavilhões da Mostra “Menos estética mais ética” na 7a Mostra de Arquitetura da Bienal de Veneza em 2000,e fiquei assombrado, ao lado de um filho arquiteto e urbanista,Gustavo Henrique Garcia Barreto,a quem homenageio. Esta convivência me faz entender melhor o papel da inovação e da criação, como matéria prima dos processos de produção hipercompetitivos,e que Sthefen Covey (autor de “Os sete hábitos de pessoas altamente eficazes - ed. Best Seller)chama de criar sinergia, ou o sexto hábito eficaz - Sair da dependência, exige segundo o autor , desenvolver primeiro a integridade,que seria a vitória particular (sendo proativo,tendo imaginação e partindo para a ação planejada),depois o ganha -ganha ,o entendimento do outro, além da sinergia, completam o instrumento que deve ser constantemente afinado para configurar uma aspiral ascendente de sucesso. Aos 88 anos Mendes da Rocha é como um menino ao criar. Aos 100 Niemeyer também. Para eles somente “o céu é o limite”. Picasso e Michelângelo os esperam lá. E que demore!
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com

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