quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Pessoas em Primeiro lugar-O lulopetismo construiu a estrada da cocaína na bolívia com nosso dinheiro do BNDES

OPINIÃO
As pessoas em primeiro lugar
José Carlos Nunes Barreto - Professor universitário em Uberlândia

No Brasil, em 1980, foram 11,5 homicídios por 100 mil habitantes. Em 2006, subiu para 31

Recomendo o livro A ética do desenvolvimento e os problemas do mundo globalizado, de Amartya Sen e Bernardo Kliksberg (Ed. Companhia das Letras) para os presidenciáveis e todos cidadãos interessados em debater os temas candentes do país para os próximos 20 anos, tendo como foco a ecologia humana – a sustentabilidade nas ações e no planejamento voltado para atender homens e mulheres, como centro das atenções de governantes. Nele, os autores pretendem combater o descaso do poder público, responsável pelo aumento assustador da desigualdade que atinge amplos setores sociais no mundo, notadamente na América Latina, a mais desigual das regiões, onde jovens, negros, indígenas e mulheres são atingidos por ações de políticas públicas, reféns de uma cegueira social que explica desde o aumento da mortalidade infantil ao empobrecimento generalizado da classe média argentina depois da crise de 2001, passando pela drástica diminuição da expectativa de vida dos negros que habitam as periferias das grandes cidades brasileiras, mortos, a maioria, ainda muito jovens, na guerra urbana patrocinada pelo tráfico de drogas.

Todas informações foram retiradas de um impressionante arsenal de dados estatísticos, que são contrastados com a realidade sociocultural de cada país e região. Chama a atenção os dados de segurança urbana. Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (OPS), um índice normal de criminalidade se situa entre zero e cinco homicídios a cada 100 mil habitantes por ano. Essa situação pode ser tratada com os instrumentos convencionais. Quando o índice está acima de oito, estamos diante de um quadro de criminalidade epidêmica. No Brasil, em 1980, foram 11,5 homicídios por 100 mil habitantes, subindo para 31 em 2006, o triplo em menos de três décadas, uma média de homicídios o dobro da mundial. Como nós vivemos nas cidades, é nelas que sentimos a insegurança e o medo, intangíveis, embora tropecemos no tangível: as perdas de vidas humanas, além das materiais – 10,5% do Produto Interno bruto (PIB) –, esta é a agenda para as próximas décadas. As ações que tomarmos agora poderão nos aproximar do Chile (5,4 homicídios/100 mil habitantes) ou do Uruguai (5,2) e nos tirarão da inaceitável companhia da Colômbia (40), área andina (45,4) e El Salvador (43,4), as mais violentas sociedades da América latina.

O governo boliviano autorizou o aumento da plantação de coca, cuja produção (90%) é dirigida ao Brasil. O presidenciável José Serra (PSDB) fez críticas duras ao presidente Evo Morales por ter tomado essa decisão. O governo brasileiro – principalmente o próximo – precisa ficar alerta quanto a isso, protegendo melhor nossas fronteiras e aeroportos. Quanto mais essa droga entrar no Brasil, maior risco corre a sociedade brasileira, especialmente nossos jovens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário