“Eu
canto/ porque o instante existe/ E minha vida esta completa/ não sou alegre / nem
sou triste/sou poeta”.
Cecília
Meireles
Cartola escreveu: “A porta do barraco era sem
trinco/ mas a lua furando nosso zinco/ salpicava de estrelas nosso chão...” a
proposito, esta poesia sintetiza a criatividade e visão estratégica de alguém
que estava no limiar da base da pirâmide de Maslow - uma pessoa obstinada, que depois
subiu até o topo da vida, por entender que naquele chão havia um céu. Nós da
revista sciencomm nos espelhamos nesta poderosa visão, para aproveitar ideias e
soluções de TCCs (trabalhos de conclusão de cursos) dos cursos de engenharia e
administração, muitos deles relegados a uma simples brochura de capa dura,
depositada na biblioteca de uma instituição de ensino superior (IES)-
verdadeiro chão batido -para publicá-las em nosso sítio www.revista.sciencomm.com.br,
beneficiando toda sociedade e evitando que deixem de brilhar, juntamente com
seus autores e coautores.
Vida dura, a de editor de revista científica com
essa proposta, neste País: falta matéria prima, primeiro por causa da lacuna na
formação de nossos alunos e até professores, na língua pátria, depois, falta
incentiva a experimentos e iniciação científica - por ultimo, percebe-se uma
continuada anomia na gestão de talentos, por parte de organizações que deveriam
estimulá-los.
Como sabem, tenho delegação do MEC para
avaliar o universo de projetos de curso, instalações, professores, e
Instituições de ensino superior Brasil afora, que me proporcionou nos últimos
dez anos, o registro do desperdício de milhares de oportunidades para
publicação de artigos, jogadas no lixo da história por parte de orientadores e
Instituições. Isto equivale negar à comunidade de negócios e à sociedade como
um todo, o resultado de pesquisas, inovações e soluções na área do conhecimento
ocorridas na academia, que turbinariam a produtividade, gerariam patentes, e
aprimorariam talentos humanos.
Pior: os números mostram que menos de 20% dos
professores publicam, inclusive os mestres e doutores, o que invariavelmente
obriga a equipe de avaliadores do MEC dar nota 1 ou 2 ( variação de 1 a 5) neste
quesito. Sempre comparo o artigo científico à uma caçamba com corda, através da qual se retira do fundo
do poço do conhecimento, insumos para uma sedenta sociedade, ansiosa por matar a sede por inovações, produtividade
e soluções inadiáveis para seus constantes desafios operacionais, até mesmo
existenciais. Há, portanto um crime de lesa pátria sendo perpetrado por quem
deveria zelar pela formação de pessoas, e pela geração de conhecimento no País.
Deixando claro que contamos com o concurso de
uma das melhores agencia de regulação do mundo na área da educação- O INEP- que
apesar disso, padece a meu ver, de uma miopia estratégica, ao não exigir um plano
de ação imediato para mudar este importante paradigma.
Saúdo desta forma, a chegada do quarto número
da #revistaciencom, certo que o mesmo cumprirá sua missão de divulgar artigos científicos
garimpados como pedras preciosas retiradas do chão de escola. Contribuirá assim
para o crescimento da inovação no País, através do fortalecimento da vocação de
seus talentos humanos. Será mais uma lâmpada da ciência. Haja luz!
Jose
Carlos Nunes Barreto
Professor
doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia-ALU
debatef@debatef.com
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