Aos meus alunos de pós graduação tenho sempre de
mostrar “cases” de planejamento estratégico bem sucedidos, e neles constato que
a visão dos fundadores é o que move essas organizações. Quem acreditaria na
revolução contida em um pequeno computador pessoal, na década de 70?-caso da
Microsoft de Bill Gattes -ou que um
armazém de varejo em Uberlândia disposto a fazer entregas a seus clientes se
transformaria na maior empresa de logística da América Latina, tantos anos depois
?-caso do Grupo Martins do Sr alair Martins, ou que o sonho de Martin Luther
King “libertaria” a sociedade negra americana
e geraria a poderosa Condolleza Rice de hoje?- Sempre pergunto em minhas
consultorias: como você e sua empresa esperam estar fazendo negócios daqui a
dez anos? A maioria dos empresários não sabe a resposta. Alguns poucos
respondem na ponta da língua. Têm-na como visão ,após o filtro dos
princípios(crenças e valores)somados à análise do ambiente de negócios. Há fé nestes líderes.
Ao “tocarem” as organizações (religiosas, empresas ou
países) essas lideranças têm a seu favor “insights” que lhe são emprestados por
conselheiros, normalmente fora dos papéis e ambições hierárquicas da
organização que dirigem. Esses costumam dar ao líder opiniões e informações
imaculadas, com elevada franqueza e iluminada perspectiva de êxito. Há entre
esses conselheiros e líderes uma relação de confiança que Saj-nicole Joni chama
de estrutural em seu brilhante artigo ”A Geografia da Confiança” em “Harvard
Dusiness Review” 2004-03, após estudar a questão de liderança em 150 empresas
européias e americanas. Há segundo a autora, dois outros tipos de confiança: a
profissional e a pessoal.Fica claro que um dirigente precisa de um “kitchen
board” -uma espécie de conselho de sua cozinha- ,para que suas decisões possam
acontecer após ouvir pelo menos três opiniões as vezes estruturais, outras
profissionais e algumas até pessoais,
porque após tomadas e executadas moverão muitas vezes mercados, países e
o mundo.
Interessante notar que quando se movem dentro
da organização, os conselheiros podem mudar o peso de suas opiniões junto ao
líder. A confiança profissional cresce à medida que a liderança trabalha lado à
lado com indivíduos que reiteradamente demonstram domínio sobre certos
processos e áreas do saber. Alguns homens de confiança estrutural deixam de
sê-lo, quando assumem cargos dentro da organização e passam a ser
“contaminados” pelos interesses corporativos. Já a confiança pessoal,
normalmente conservada a partir de laços
familiares ou de amizade, é réfem de todas as mazelas que estas relações
abrigam, fazendo despencar(no divórcio por exemplo)conselheiros e ascender
novos, com todos os seus impactos.
Por maior que seja a ascensão de alguém no papel de líder,
a tríade de confianças estrutural, profissional e pessoal é mais do que necessária em seu corpo de
conselheiros para tomada de decisões que podem mudar a vida de milhares de
pessoas e a sorte de organizações. Já a fé...esta só vem de Deus(para os que
crêem).
Concluindo:“ “A Fé é o firme fundamento das coisas que
se esperam e a prova das coisas que se não vê-em” ensina a bíblia, ”um líder
para ter sucesso deve aprender a usar a
geografia da confiança” completa
Saj-Nicole Joni. Que tal ficarmos com as duas, fé e confiança, para líderes e
para nós mortais comuns nesta pós-páscoa?
José
carlos Nunes Barreto
Professor
Doutor
Debatef@debatef.com.br
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