“Longa é a arte/ Breve é a vida” - Tom Jobim
Tenho uma velha caixa de brinquedos em que
meus filhos brincaram durante a infância. Sem saber o que fazer com ela após os
meninos crescerem, me deparei com uma questão crucial: como jogar fora aquilo
que para mim representava tanto emocionalmente? Foi quando, ensinando na pós-graduação
sobre inovação, resolvi fazer o que ensinava: inovei. E passei a usar aqueles
brinquedos para montar maquetes, primeiro com alunos da pós-graduação, depois com
os da graduação. Cada construção criada mostrava vida própria, para o grupo
aplicar conceitos de logística, gestão da produção, gestão da qualidade, gestão
ambiental, gestão de pessoas, e gestão de segurança/saúde ocupacional. Brinquedos
que iriam aumentar o volume de lixo no universo são hoje meus instrumentos de
trabalho e me lembro das vezes que cheguei com eles em direção à lixeira e
voltei. Observo curioso, alunos sentarem no chão, rirem e brincarem enquanto
aprendem. É como se visse de novo meus filhos naquela situação. Subo um degrau
na motivação, ao vê-los tirar fotos de suas obras de arte e inovar nos
relatórios enviados por e-mail, anexando às mesmas, observações nunca antes
feitas em situações similares na vida real, proporcionando criação de valor.
Pois a gestão
do conhecimento chegou a este milênio como o único fator de produção
significativo para a geração de riquezas no universo corporativo. Diversos
autores vêm alertando desde meados da última década do século passado sobre a
importância da inovação neste processo. Descreve-se um salto quântico no sucesso
empresarial toda vez que ferramentas da qualidade de última geração, tipo “seis
sigma”, são incorporadas ao capital humano das organizações. Exemplos desses
resultados são observados no Brasil em diversos setores produtivos, como o setor
sucroalcooleiro, que se aproximaram desse saber fazer e o captaram diligentemente,
com método, eficiência e eficácia, em atenção às necessidades dos clientes
internos e externos das organizações. Segundo TERRA,J.C.(2001) em sua tese de
doutorado intitulada “Gestão do conhecimento - O Grande Desafio Empresarial”,
as idéias e conceitos são adquiridos, gerados, armazenados, e difundidos
através de modelos de gestão do conhecimento individual e/ou coletivo das
organizações, e são advindos de uma
miríade de fontes, formas de aquisição e síntese de lições aprendidas.
A Gestão do Meio Ambiente, da Saúde e
Segurança Ocupacional que em tempos recentes eram relegados a segundos e
terceiros planos, agora fazem parte do processo, através de sinergias entre o
ambiente e pessoas que são o principal ativo de uma organização. Como não
cuidar de quem gera riquezas nas organizações? Infere-se, portanto que a
moderna Administração fará do chamado SIG-Sistema Integrado de Gestão, um verdadeiro
out-put show, após adquirir, gerar, armazenar e difundir conhecimento, fazendo
inovação, quebrando paradigmas, e construindo o futuro como nossas crianças e
alunos o fizeram quando, brincando aprenderam a aprender.
José Carlos
Nunes Barreto
Professor
Doutor
debatef@debatef.com
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