quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O Out-Put Show

    “Longa é a arte/ Breve é a vida” - Tom Jobim

    Tenho uma velha caixa de brinquedos em que meus filhos brincaram durante a infância. Sem saber o que fazer com ela após os meninos crescerem, me deparei com uma questão crucial: como jogar fora aquilo que para mim representava tanto emocionalmente? Foi quando, ensinando na pós-graduação sobre inovação, resolvi fazer o que ensinava: inovei. E passei a usar aqueles brinquedos para montar maquetes, primeiro com alunos da pós-graduação, depois com os da graduação. Cada construção criada mostrava vida própria, para o grupo aplicar conceitos de logística, gestão da produção, gestão da qualidade, gestão ambiental, gestão de pessoas, e gestão de segurança/saúde ocupacional. Brinquedos que iriam aumentar o volume de lixo no universo são hoje meus instrumentos de trabalho e me lembro das vezes que cheguei com eles em direção à lixeira e voltei. Observo curioso, alunos sentarem no chão, rirem e brincarem enquanto aprendem. É como se visse de novo meus filhos naquela situação. Subo um degrau na motivação, ao vê-los tirar fotos de suas obras de arte e inovar nos relatórios enviados por e-mail, anexando às mesmas, observações nunca antes feitas em situações similares na vida real, proporcionando criação de valor.
Pois a gestão do conhecimento chegou a este milênio como o único fator de produção significativo para a geração de riquezas no universo corporativo. Diversos autores vêm alertando desde meados da última década do século passado sobre a importância da inovação neste processo. Descreve-se um salto quântico no sucesso empresarial toda vez que ferramentas da qualidade de última geração, tipo “seis sigma”, são incorporadas ao capital humano das organizações. Exemplos desses resultados são observados no Brasil em diversos setores produtivos, como o setor sucroalcooleiro, que se aproximaram desse saber fazer e o captaram diligentemente, com método, eficiência e eficácia, em atenção às necessidades dos clientes internos e externos das organizações. Segundo TERRA,J.C.(2001) em sua tese de doutorado intitulada “Gestão do conhecimento - O Grande Desafio Empresarial”, as idéias e conceitos são adquiridos, gerados, armazenados, e difundidos através de modelos de gestão do conhecimento individual e/ou coletivo das organizações, e são advindos de uma  miríade de fontes, formas de aquisição e síntese de lições aprendidas.
   
      A Gestão do Meio Ambiente, da Saúde e Segurança Ocupacional que em tempos recentes eram relegados a segundos e terceiros planos, agora fazem parte do processo, através de sinergias entre o ambiente e pessoas que são o principal ativo de uma organização. Como não cuidar de quem gera riquezas nas organizações? Infere-se, portanto que a moderna Administração fará do chamado SIG-Sistema Integrado de Gestão, um verdadeiro out-put show, após adquirir, gerar, armazenar e difundir conhecimento, fazendo inovação, quebrando paradigmas, e construindo o futuro como nossas crianças e alunos o fizeram quando, brincando aprenderam a aprender. 


José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor

debatef@debatef.com

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