terça-feira, 30 de setembro de 2014

Não é o dinheiro!

“Não me amarra dinheiro não/.../a formosura..aa/
Cancioneiro popular

Um iluminado artigo de Nizan Guanaes semana passada, na Folha, me inspirou a ponto de escrever hoje, sobre a estupidez de pessoas só fazerem as coisas por dinheiro. Principalmente as que formam gente, as que cuidam da saúde, e as que são pastoras de almas. Dizia ele: “Quem pensa só em dinheiro, não consegue sequer ser um grande bandido ou um grande canalha”. Napoleão não conquistou a Europa por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro.

            E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. Tudo o que fica pronto na vida foi antes construído na alma. A propósito, lembro-me de um diálogo extraordinário entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar dos leprosos, diz: “Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo”. E ela responde: “Eu também não, meu filho”.

Algumas pessoas de biografia impar, como o senador Pedro Simon, mancham-na após 50 anos de impoluta vida pública, ao tentar ganhar um dinheiro legal, mas imoral, advindo de uma aposentadoria polêmica de governador. Outros, religiosos, de tal forma se macularam que, não coram mais de vergonha ao aparecerem nos jornais, em escândalos de desvios de milhões de dólares, a partir de ONGs criadas para desviar dinheiro do erário. E para onde vai o “larjean”? Para compra de aviões de luxo, roupas de grife, haras de cavalos de raça. Uma boa notícia: alguns fiéis já estão na justiça para reaver terrenos e casas, que doaram em pleno transe, que pensaram ser do espírito santo, mas que na verdade era do maligno. Aqueles são grandes canalhas, pois precisaram sonhar antes para roubar, primeiro as pessoas, e depois o estado. Todavia existem os pequenos canalhas, no dia a dia, que tiram dinheiro até de viúvas, para com sua incompetência, aplicarem mal, fazendo investimentos em nome da coletividade, no que não entendem.  Mesquinhos de alma, fazem questão de centavos, e não dão um pão à própria mãe, mas são capazes de fazer sermões ,por horas ,sobre o que é ser misericordioso.A respeito destes Jesus advertiu que são sepulcros caiados. E pensar que o apóstolo Paulo nada tinha, a não ser uma bela capa, que ordenava a seus seguidores trazê-la para poder enfrentar o frio!

Hoje alguns destes só mudam de cidades para ganhar altos salários e morar em bairros elegantes, além de outras exigências, dignas de cantor de rock. Fazem o que fazem por dinheiro, por isso tenho pena deles, pois assim terminam ganhando muito pouco nesta vida, em que Deus dá aos seus filhos, segundo o salmista, fortunas enquanto dormem.

           Para que dinheiro? Pois é ... e nesta linha o  Nizan vai, focando nas pessoas, que mais parecem a igreja de Laodicéia do apocalipse: “nem quente nem frio”,  fazem qualquer coisa por dinheiro, sem por a alma no ofício: o texto sagrado afirma que “Deus a vomitará”. Rarará. Antes fosse fria. Necessitando de misericórdia, e buscando-a!O mesmo recomendo para meus discípulos: Nota ruim? Tropeço? Tudo colabora para podermos dar a volta por cima. Melhor isso e aprender depois da derrota, que construir uma média anã que o incapacite como profissional depois. Digo mais: buscando de fé em fé, Deus o abençoará como fez com Jacó. Que assim seja.

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com.br




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