“Não me amarra dinheiro não/.../a
formosura..aa/
Cancioneiro popular
Um iluminado artigo de Nizan Guanaes semana passada, na
Folha, me inspirou a ponto de escrever hoje, sobre a estupidez de pessoas só
fazerem as coisas por dinheiro. Principalmente as que formam gente, as que
cuidam da saúde, e as que são pastoras de almas. Dizia ele: “Quem pensa só em dinheiro, não
consegue sequer ser um grande bandido ou um grande canalha”. Napoleão não
conquistou a Europa por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a
Capela Sistina por dinheiro.
E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. Tudo o que fica pronto na vida foi antes construído na alma. A propósito, lembro-me de um diálogo extraordinário entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar dos leprosos, diz: “Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo”. E ela responde: “Eu também não, meu filho”.
Algumas
pessoas de biografia impar, como o senador Pedro Simon, mancham-na após 50 anos
de impoluta vida pública, ao tentar ganhar um dinheiro legal, mas imoral, advindo
de uma aposentadoria polêmica de governador. Outros, religiosos, de tal forma
se macularam que, não coram mais de vergonha ao aparecerem nos jornais, em
escândalos de desvios de milhões de dólares, a partir de ONGs criadas para
desviar dinheiro do erário. E para onde vai o “larjean”? Para compra de aviões
de luxo, roupas de grife, haras de cavalos de raça. Uma boa notícia: alguns
fiéis já estão na justiça para reaver terrenos e casas, que doaram em pleno
transe, que pensaram ser do espírito santo, mas que na verdade era do maligno.
Aqueles são grandes canalhas, pois precisaram sonhar antes para roubar, primeiro
as pessoas, e depois o estado. Todavia existem os pequenos canalhas, no dia a
dia, que tiram dinheiro até de viúvas, para com sua incompetência, aplicarem
mal, fazendo investimentos em nome da coletividade, no que não entendem. Mesquinhos de alma, fazem questão de centavos,
e não dão um pão à própria mãe, mas são capazes de fazer sermões ,por horas ,sobre
o que é ser misericordioso.A respeito destes Jesus advertiu que são sepulcros
caiados. E pensar que o apóstolo Paulo nada tinha, a não ser uma bela capa, que
ordenava a seus seguidores trazê-la para poder enfrentar o frio!
Hoje alguns
destes só mudam de cidades para ganhar altos salários e morar em bairros
elegantes, além de outras exigências, dignas de cantor de rock. Fazem o que
fazem por dinheiro, por isso tenho pena deles, pois assim terminam ganhando
muito pouco nesta vida, em
que Deus dá aos seus filhos, segundo o salmista, fortunas
enquanto dormem.
Para que dinheiro? Pois é ... e
nesta linha o Nizan vai, focando nas
pessoas, que mais parecem a igreja de Laodicéia do apocalipse: “nem quente nem
frio”, fazem qualquer coisa por dinheiro,
sem por a alma no ofício: o texto sagrado afirma que “Deus a vomitará”. Rarará.
Antes fosse fria. Necessitando de misericórdia, e buscando-a!O mesmo recomendo
para meus discípulos: Nota ruim? Tropeço? Tudo colabora para podermos dar a
volta por cima. Melhor isso e aprender depois da derrota, que construir uma
média anã que o incapacite como profissional depois. Digo mais: buscando de fé
em fé, Deus o abençoará como fez com Jacó. Que assim seja.
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário