"Todos conhecemos o poder de uma "Killer app"- uma aplicação inovadora, bem sucedida e altamente desejada, para um produto ou serviço. Ao longo dos anos, sistemas inovadores de empresas como a American Airlines(reservas eletrônicas), a Otis Elevator (manutenção preventiva), e a American Hospital Supply(encomendas on line), impulsionaram de forma drástica as receitas e a reputação de seus criadores" Thomas H. Davenport
Estou na UFU- Universidade Federal de Uberlândia, como discente no meu segundo pos-doc, fazendo parte de um grupo de pesquisa em produção sustentável, na companhia de mais 3 pós doutores, e uma dezena de orientandos de iniciação científica ,realizando um projeto, cujo objetivo é trazer soluções matadoras para a sociedade, como as narradas acima por Davenport :"um desafio de gestão", como outros narrados no livro, com este título, editado pela Harvard Business Review Press e pela editora Sextante-Rio, RJ-2018, ao lado pelo menos outras 10 leituras essenciais.
A Academia brasileira tem muito a aprender com a americana, no quesito aplicação da "Analítica"- tecnologia estatística com ferramentas da qualidade, para garantir vitórias fenomenais em um ambiente altamente competitivo.Muito se fala sobre nossas universidades estarem perdendo, dia a dia, posições quanto à sua influência internacional , e sua geração de inovação e conhecimento. Quando terminei meu doutorado na USP, há cerca de 16 anos atrás, esta era a universidade mais influente da américa latina, só para citar um exemplo...hoje a Universidade Católica do Chile está nesta posição, deslocando a maior universidade brasileira, para a segunda posição. A internacionalização de nossas universidades, está muito aquém da maioria das grandes universidades do mundo, principalmente das americanas, que estão entre 8 das 10 melhores universidades do mundo, e mantêm convênios e trocas com pesquisadores em todo planeta, dentro e fora das escolas, mas sempre em campo, trazendo benefícios para os empreendimentos, e melhorando os PIBs dos países onde operam.
Em plena era da produção analítica, nossas fábricas e universidades ainda usam uma pirâmide de gestão que não apoia start ups, e não investe recursos em inovações, pois gastam mais de 80 por cento do orçamento pagando salários e custeio, em sistemas onde o desperdício, e a falta de objetivos, metas e auditorias adequadas, drenam recursos e estímulos para formação de pessoal e gerentes comprometidos com resultados, a partir da analítica. Segundo estes especialistas,os competidores que aplicam ferramentas da qualidade e estatística, constroem constantemente modelagens para aperfeiçoar os sistemas de produção e a Academia, e esse é o nosso norte.
Davenport , em seu artigo"Competindo em Analítica",dá exemplos de áreas que foram revolucionadas por esta visão:1-Cadeia de suprimentos(Dell,Walmart, Amazon): ao simular e otimizar fluxos da cadeia de suprimento;2-Cliente (Harrah´s, Capital One,Barclays):escolha, fidelidade e atendimento-identifica clientes que oferecem o maior potencial de lucro;3- Preço(Progressive,Marriot):identifica o preço que maximiza o lucro;4-Qualidade do produto e serviços( Honda, Intel):detecta e minimiza rapidamente problemas de qualidade;5-Pesquisa e desenvolvimento(Novartis,Amazon,Yahoo):melhoria da qualidade, da eficácia, e onde aplicável, a segurança de produtos e serviços.
O segredo do sucesso destas organizações, é o mesmo do agronegócio brasileiro, através da EMBRAPA- muita pesquisa, com aplicação de analítica, no chão de fábrica, chão de loja e chão do campo, associada à universidades, com publicação de artigos, depósito de patentes, impulsionando inovações , "killers apps", e via de consequência, os respectivos PIBs dos países envolvidos.
Auguramos por um novo tempo, num novo governo, sem corrupção, que favoreça a pesquisa e inovação, que gere "killers apps" e competidores másters em analítica . Seria sonhar demais...indago eu...
José Carlos Nunes Barreto
Pós doutor e sócio diretor da DEBATEF Consultoria
Nenhum comentário:
Postar um comentário