No ano em que é publicada a ISO 45001 dedicada à Saúde e à Segurança Ocupacional, relembro artigo originado da orientação do aluno Jean Tófoles Martins Bernardes no MBA de Gestão de Pessoas da antiga UNIMINAS hoje Pitágoras.10 anos depois, e após a pior recessão da história no País, a situação da saúde ocupacional de nossas lideranças, em organizações de todo tipo, piorou muito- e incluo aí os pesquisadores, de doutorado e pós doutorado, em que os níveis de suicídio cresceram de forma alarmante...Leia abaixo:
"Perder a vida não é a pior coisa que pode acontecer.A pior coisa é perder a razão de viver" Jo Nesbo
Seria o stress no trabalho uma epidemia global? Para responder a esta e outras questões sobre qualidade de vida no
ambiente laboral, os professores Ana Maria Rossi, James Campbell Quick e Pamela L. Perrewé escreveram em
conjunto com vários colaboradores, todos, como eles, doutores - o livro “Stress e Qualidade de Vida no
Trabalho,” publicado pela Ed. Atlas em 2008.
Os autores narram a vivência do stress relacionado ao trabalho
em diferentes ocupações. Utilizam para isso, uma ferramenta de breve avaliação do stress, que segundo descrições mede
uma série de estressores relacionados ao trabalho, além de aferir também as conseqüências do stress, que são a falta
de bem estar psicológico, a perda da saúde física e a insatisfação no emprego.
O motivo para o meu interesse e de outros pesquisadores por este tema, se dá em virtude dos indícios de aumento de
ocorrências do stress prolongado ou intenso no local de trabalho no Brasil, e via de conseqüência, de seus impactos
negativos sobre a saúde mental e física dos indivíduos, principalmente como narrado pelo HEALTH AND SAFETY
EXECUTIVE do Reino Unido, em que os resultados apontam para um nível de stress tal, que meio milhão de ingleses
estarão completamente doentes em virtude disso.
Alertam também para o fato de que cerca de cinco milhões de pessoas
disseram na pesquisa, sentir-se muito ou extremamente estressadas com seu trabalho,e conforme resultados
publicados anteriormente no “Journal of Managerial Psychology” número 20 de 2005, o stress
relacionado ao trabalho custa àquela sociedade cerca de 3,7 bilhões de libras esterlinas todos os anos.Quanto estaríamos
gastando por aqui?
Uma sociedade avançada se preocupa em como reduzir o stress negativo do trabalho(sim, porque há o stress
positivo,do qual não devemos abrir mão), enquanto nós ainda contamos nossos mortos aos milhares, em acidentes de
trabalho , enquanto no cenário mundial este número chega a dois milhões de
mortes por doenças ocupacionais e/ou acidentes, com um custo associado estimado em 1,5 trilhão de dólares /ano.
Sensibilizado pela questão, trato do assunto em minhas aulas de “Saúde e Qualidade de Vida no
Trabalho” que ministro em vários cursos de Pós graduação, e tenho com isso conseguido alguns discípulos
seguidores, que realizarão no futuro muito mais do que tenho feito, ao unir este tema, ao da qualidade dos processos e à
qualidade ambiental.
Jean Tófoles Martins Bernardes é um deles e seu brilhante artigo “ A Incidência de Stress
em Executivos de um Grupo Empresarial e suas particularidades”,
me honra como seu orientador.Ele mostra em sua pesquisa que o andar de cima está doente com o stress (alguns já
morreram), e as mulheres são as que mais sofrem principalmente com os sintomas psicológicos.
Os dados mostrados em seu trabalho. corroboram com as pesquisas científicas do grupo acima citado, que destaca a
vulnerabilidade de trabalhadores que exercem função de liderança, quanto à convivência com o stress organizacional.
Propõe programas voltados para saúde mental nas organizações, voltados principalmente para essas lideranças,
essenciais - segundo suas palavras - para suas empresas atingirem metas financeiras e corporativas.
Parabéns Jean!
José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e Sócio diretor da DEBATEF Consultoria
debatef@debatef.com
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