domingo, 29 de abril de 2018

Crise versus Sustentabilidade2

Durante as minhas quase sete décadas de vida vivenciei várias crises nacionais, todas com duração de  até dois anos...Desta vez lá se vão cinco anos, desde a revolta dos estudantes em Sp, cujo estopim foi um  mísero arredondamento no preço da passagem de ônibus, e pasmem, não se vê solução no horizonte para esta , que é a big one, pois engloba, além da economia e da política, uma escancarada iniquidade social, agravada pela falta de fé da população em suas lideranças, que fizeram por merecer isto ao pilharem o País- onde hoje só temos a Lava Jato e as Forças armadas...leiam o artigo repaginado abaixo:

"Tratamento sem prevenção é insustentável" Bill Gates



 Vários renomados pensadores colocaram sob um mesmo vetor, a crise ambiental pela qual o planeta passa, e a recessão que estamos pelejando para vencer, e vivida em maior ou menor intensidade,em algum momento, por todos países e negócios mundializados.

Também concordo com esta tese, mas gostaria de, ao definir sustentabilidade, colocar mais uma dimensão fundamental para entendermos o que está ocorrendo no Brasil: a falta de justiça social,pois sustentabilidade seria o crescimento econômico com equilíbrio ambiental e justiça social.

 A eleição de Lula, votado até por quem odiava o petismo, se deu exatamente porque tínhamos crescimento, mas sem equilíbrio ambiental e sem justiça social. Quando o torneiro mecânico rasgou o contrato com quem o elegeu, se fez soar o gongo de Regina Duarte em 2001: “Tenho medo do Lula”(Mal sabíamos que ela tinha razão- ele roubou a Nação e tivemos de encarcerá-lo)

O pesadelo se realizou ao vê-lo financiar, através do BNDES , os regimes socialistas da América Latina ,além dos grandes desmatadores da Amazônia,  demitir sua ministra do meio ambiente para aprofundar o dirigismo sobre o País, se aliar a Sarney, Renan e Color, e toda escória da política nacional, traindo por completo os ideais republicanos, enquanto legislava através de medidas provisórias, substituindo o Parlamento.

 Ao mesmo tempo em que dirigia e aparelhava as cortes supremas de justiça, com salamaleques e acordos espúrios. Construiu assim a pax lulista, que impôs Dilma como sua sucessora, para que, como imperador reinasse por mais oito anos(na verdade ficou mais 5 em virtude do empeechment).

Eu tinha medo da Dilma. De seu olhar gélido de general da ditadura capaz de seviciar e enterrar militantes de esquerda que um dia ela foi. Da sua capacidade de sumir com as fitas que comprovam que a ex-secretária da receita- Dra. Lina, se encontrou sim com ela, ao ser intimada ao palácio para “agilizar” as coisas para as empresas do clã Sarney-da lista vip da receita-para que a lei não os alcançasse.

 Karl Max ensinou que a história só se repete como farsa ou tragédia, e justiça social se faz com cobrança justa de impostos. Ao demitir funcionários de carreira do estado, porque se recusaram a fazer uso político de suas funções, o governo Lula se fez lesa pátria. Reflito então sobre Tiradentes que só existiu para nós como herói libertário, porque idealizou a revolta contra a taxação de vinte por cento do ouro nacional pelos portugueses.

Pergunto , quando se dará a nossa revolução e em que grau de intensidade, se como tragédia ou farsa. Um bom momento seria agora, quando nosso dinheiro foi auditado financiando estradas para Evo Morales enquanto o mesmo expulsa brasileiros na fronteira, ou após os acordos com o rico Vaticano, que não precisa mais pagar o que deve ao Brasil, ou os cerca de 100 bilhões de dólares do BNDES, via Odebrecht, para governos amigos do lulopetismo.

Tudo isto é injustiça social e mais está arraigado na sociedade de norte a sul do País. Em Minas, a alíquota real de ICMS sobre aviões é de 4%, enquanto a de automóveis populares é de 12%. Os pequenos produtores lutam contra a falta de financiamento, uma vez que dinheiro do BNDES é só para grandes conglomerados, como a Petrobras com   25 bilhões de reais/ano.

Se pelo menos parte deste dinheiro, por exemplo, 5 bilhões tivessem sido enviados para as milhares de incubadoras tecnológicas de nossas universidades, o País teria dado um salto de qualidade. O Facebook não existia há  pouco mais de 10 anos, e 50% dos bens e serviços que vamos usar nos próximos cinco anos ainda serão criados, em várias partes do mundo. Principalmente em lugares onde haja um banco de fomento igual ao BNDES, porém voltado para justiça social de seu povo. Isto é sustentabilidade.
 *José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e Sócio-diretor da DEBATEF Consultoria
debatef@debatef.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário