“A vida só é possível reinventada/Anda o sol pelas campinas/
E passeia a mão dourada/ Pelas águas, pelas folhas.../Há! Tudo são bolhas/ Que vêm de fundas piscinas/De ilusionismo... mais
nada/Mas a vida, a vida, a vida/ A vida só é possível reinventada. ”Cecilia Meireles
A função da Academia
e Think Thanks em tempos de crise,
é apontar caminhos para a sociedade. Aliás, antever as crises, e evita-las está
entre as metas que estes players teimam
em não cumprir, imobilizados em abraços de afogado com políticos e governantes
cegos.
No excelente livro “A quarta Revolução”, os autores John
Micklethwait e Adrian Wooldrige, cumprem esta regra ao
anunciarem a falência do estado, e alertarem para as grandes transformações
previstas em escala global, em função do
uso massivo de inovações tecnológicas, de tal monta ,que com os novos usos da
tecnologia da informação, as democracias correrão perigo.
E esta é uma boa leitura que recomendo para os
próximos feriados, pois quem lê um livro assim, muda primeiro a
si mesmo, depois muda o mundo. Principalmente ao constatar, algo desesperador, que
contratamos para a Nação mais uma década perdida, por causa da miopia
estratégica de governantes de plantão. Onde o desemprego estrutural entre os
jovens, que ajudamos a formar, está, infelizmente, entre os subprodutos desses
tempos de ilusionismo a que se refere a poetisa em tela.
O Brasil figura, ao
lado da África do Sul, Itália, e sudeste asiático, na lista de países e regiões onde os impactos da quarta
revolução industrial serão predominantemente negativos, informam os painéis de
discussão do último fórum econômico mundial em Davos na Suíça.
Para contornar esta situação, será necessário investir
primeiro em qualificação de pessoas, e depois reformar o estado, utilizando de
forma mandatária, os orçamentos legislativos
para investir em inovações tecnológicas
e sustentabilidade - temos massa crítica para isso. Por exemplo, as inovações em
start ups , em curso no universo de
produção de energia e no uso de tecnologia da informação, até 2020, impactarão
nossa mão de obra, reduzindo-a em 6% pela otimização dos postos de trabalho .
Todavia, segundo os especialistas, há um contraponto que
aquece a alma: o setor de mobilidade e logística no Brasil, e notadamente em
Uberlândia, terá uma janela de oportunidades jamais vista até hoje, e poderá
ser o trator a nos tirar da imobilidade. O governo de Uberlândia, eleito em novembro, já com quase um ano de
mandato, deve aliar gestão e
inteligência para explorá-la, e sair dos labirintos de escândalos na área de
saúde, e justiça, que corroem energias e recursos ao invés de incrementá-los.
Já na área de relações internacionais, as Academias deveriam,
a meu ver redirecionar pesquisas ,patentes e artigos visando países do oriente, como Singapura - um padrão,
que reformou o estado, e prepara seus alunos para esta nova era. E seus efeitos
de benchmarking já atingiram a china e EUA, e estão se irradiando para países
da região, como Arábia Saudita, Bahrem, Omã, Quatar, Emirados árabes Unidos, e
quem diria? Já chegaram ao Chile aqui pertinho, além do México, Índia e Turquia...Porque
estaríamos fora disso? Esta é uma agenda necessária para 2018 - para voltarmos
à rota de nosso destino de grandeza, após termos vencido
a inércia da maior recessão da história deste País. E Reinventar a vida, apesar
do impopular e corrupto governo Temer.
José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia
(ALU)
debatef@debatef.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário