segunda-feira, 30 de outubro de 2017

*A Ferramenta 5S em Laboratorios Industriais como o LEPU da UFU

* Artigo em coautoria com:
Vanessa Augusta Ferreira, ESAMC, vanaferreira28@gmail.com;Vitor Petrucci Santos, Universidade Federal de Uberlândia, vitor_petrucci06@hotmail.com;Álisson Rocha Machado, PUC-PR e Universidade Federal de Uberlândia-UFU, alissonm@mecanica.ufu.br

As empresas brasileiras vêm buscando por certificações, já que o mercado está mais competitivo, e só assim elas terão vantagens no mercado brasileiro, e também poderão ocupar uma fatia do mercado internacional. Para uma organização obter uma certificação, o comprometimento do time é crucial, logo todos colaboradores devem trabalhar em conjunto, a fim de alcançar o mesmo objetivo, a partir de firme condução da liderança na pirâmide de gestão da qualidade (Alves &Barreto, 2010).
Heméritas (1998) afirma que, em dezembro de 1994 já havia 460 empresas brasileiras com a certificação de qualidade. De acordo com a ISO (Internacional Organization for Standardization – Organização Internacional de Normalização), no ano de 2011 o Brasil era o país com o maior número de certificação em toda a América com 28.325 certificados, seguido doas Estados Unidos com 25.811 certificados.
Um produto de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo, as necessidades do cliente (Campos, 2014).
O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Usinagem - LEPU/UFU Uberlândia, busca por sua certificação, já que o mesmo se preocupa em transmitir a seus alunos e toda a comunidade, a importância da pesquisa de usinagem para o mercado e a indústria. A marcha para processo de certificação já esta ocorrendo, a partir da utilização das ferramentas da qualidade tais como POPs (Procedimentos Operacionais Padrão), Follow-up com inovação em conjunto com o modelo Kanban, melhoria contínua PDCA, conceitos e fundamentos da ISO9001:2008, ISO14001:2004 e OHSAS18001:2007, e principalmente o programa 5S.
O objetivo deste artigo é mostrar o aperfeiçoamento do trabalho realizado no local, ao focar o conjunto que se inicia na qualidade do produto (usinagem), respeito ao meio ambiente e à saúde e segurança da comunidade, haja vista alguns laboratórios universitários terem se transformado em verdadeiros laboratórios industriais. Retrata principalmente, parte da experiência em relação à implantação e execução da metodologia do Programa 5S, visando futura Autodeclaração de conformidade, frente ao SIG com as normas ISO9001:2008; ISO14001:2004; e ISO18001:2007, no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Usinagem – LEPU/UFU Uberlândia.
 2. METODOLOGIA
Esse artigo restringiu-se a explorar apenas a metodologia do Programa 5S. O Programa 5S é considerado a base para futura Autodeclaração do LEPU com os processos conforme as normas ISO9001:2008, ISO14001:2004 e OHSAS18001:2007.
2.1. PROGRAMA 5S
O programa 5s se originou no Japão, com o princípio de gerenciamento de espaço de trabalho mantendo-o ordenado, limpo, saudável e de qualidade em uma organização (Khamis et al. 2009; Heméritas, 1998). A expressão 5S representa cinco palavras japonesas, as quais indicam cinco diferentes etapas que a metodologia aplica, sendo elas: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke (Osada, 1989; Kobayashi, 2005).
A tradução para o português, inicia-se com a palavra senso para manter o nome original do programa 5S, e também pelo fato da palavra expressar entendimento, capacidade de apreciar e de julgar. Assim, (Heméritas, 1998)
1- Seiri – Senso de Utilização: representa analisar e classificar todos os itens e retirar do local todos os itens que não necessitem estar naquele local, ou seja, tenha o necessário na medida certa;
2- Seiton – Senso de Ordenação: representa arrumar todos os itens de maneira organizada, propiciando acessibilidade e agilidade, ou seja, cada item deve ter o seu devido lugar;
3- Seiso – Senso de Limpeza: representa realizar a limpeza, cada colaborador deve ter consciência que o seu local de trabalho dever permanecer limpo antes, durante e depois do trabalho;
4- Seiketsu – Senso de Saúde: representar preocupar-se com a saúde física, mental e emocional do colaborador, ou seja, é a preocupação da qualidade de vida no trabalho;
5- Shitsuke – Senso de Autodisciplina: representar assegurar a adesão pela disciplina para as regras e procedimentos pré-estabelecidos. (Heméritas, 1998)
Antes de iniciar o projeto, foi exposto para toda comunidade e abordada à importância e os pontos positivos que o mesmo iria trazer ao ambiente. Explicou-se também sobre as metodologias a serem aplicadas, e sobre a necessidade de participação e colaboração. Mas, como toda mudança gera desconforto, esse é um dos obstáculos que foi, e continua sendo enfrentado.
Para obter o resultado esperado, é necessário trabalhar com as cinco etapas separadamente e em ordem, pois pode interferir significativamente no resultado final. As três primeiras etapas, das cinco, são operacionais, a quarta mantém o nível alcançado durante a implementação, e a quinta etapa, auxilia na melhoria contínua do processo.
No intuito de manter a melhoria contínua durante todas as cinco etapas, foi proposto a criação de vários POPs, através dos quais, os operadores seriam treinados, e na dúvida do que fazer, em determinados assuntos e tarefas, obteriam o suporte para  executar a tarefa corretamente.
Dentre as cinco etapas do programa 5S, iniciou-se a implantação da metodologia pelo Senso de Utilização, no qual a comunidade é indagada sobre a falta de utilização de vários itens presentes no laboratório. A sala dos alunos de IC – Iniciação Científica foi o segundo local onde se iniciou a aplicação do Senso de Utilização. Neste ambiente, havia vários itens desorganizados, de fácil acesso os quais não eram utilizados, há um grande período de tempo.
A partir desta etapa, foi criada a mesa de descarte, que tem com função principal receber todo e qualquer item inutilizável, mas que pode ser de grande valia para algum outro membro da comunidade como artigos, revistas (caso os dois itens já se encontrarem digitalizado), caixas, CDs, entre outros. Os itens inutilizáveis ficaram dispostos na mesa durante um mês, caso eles não fossem reutilizados nesse período de tempo, os mesmos seriam encaminhados ao LRQ - Laboratório de Resíduos Químicos da própria Universidade, localizado no bloco 5J, o que de fato ocorreu com centenas desses itens.
A principal preocupação com essa sala, se deve ao fato de na época existirem resíduos de classe I armazenados em recipientes e local totalmente inadequados. De acordo com a NBR 10004:2004, os resíduos de classe I são considerados perigosos (BARRETO, 2000). Com a existência desse resíduo na sala, foi lavrada a não conformidade e realizada a retirada imediata dos mesmos para armazenamento correto e futuro descarte.
Na sala do coordenador do LEPU foi o primeiro local a ser aplicado o Senso de Utilização. Nesse ambiente havia vários artigos, livros, entre outros documentos, nos quais acumulava poeira e fungos, e sua utilização quase não acontecia. Esses materiais não poderiam ser descartados, pois têm grande importância no mundo acadêmico. Para não se desfazer dos referidos documentos, está ocorrendo à catalogação de todos os materiais encontrados, e em seguida, esta sendo realizada pesquisa se os mesmos estão disponíveis ou não na internet. Os que não estão disponíveis são escaneados, e assim estamos transformando os documentos físicos em digitais.
Pensando em disponibilizar os documentos digitais para toda comunidade, criou-se o blog do LEPU, acessível no endereço eletrônico www.lepuufu.blogspot.com.br, para facilitar a acessibilidade a todos. À medida que os documentos físicos vão sendo digitalizados, ou encontrados disponíveis na internet, os mesmos vão sendo dispostos na mesa de descarte.
O Senso de Ordenação foi, e ainda esta sendo trabalhado com a intenção de organizar os materiais, ferramentas, máquinas, fluídos de cortes, entre outros, em lugares específicos, a fim de facilitar a locomoção, acessibilidade e agilidade dentro do laboratório.
Para se obter uma maior ordenação dentro do laboratório, elaborou-se uma etiqueta de identificação, que é disponibilizada a todos da comunidade,  objetivando que  possam guardar materiais, experimentos e pertences que ficam no laboratório, em um local específico e devidamente identificado com a etiqueta.
Para a sala dos alunos de ICs, foi feito um projeto que contempla a reorganização da sala, deixando-a com maior espaço de locomoção nos corredores e de maneira que possa comportar maior quantidade de alunos.

Para ocorrer a retirada dos resíduos classe 1, os mesmos devem estar em recipientes devidamente identificados, informando a classe do resíduos e sua qualificação de acordo com o Diagrama de Hommel, isso é feito através de etiquetas. Foi elaborado, um modelo de etiqueta padrão, assim todos os recipientes com resíduos terão a mesma identificação.
Em seguida, foi realizado o Senso de Limpeza, decorrente da conscientização de limpeza não estar adequadamente internalizado no cotidiano da comunidade. Busca-se aprimorar esse senso, no dia a dia do LEPU, pois a limpeza deve estar presente antes, durante e depois da utilização do laboratório.
Os professores são considerados um dos principais meios de levar essa conscientização aos alunos, e aos outros membros da comunidade, pois são vistos como mentores, pessoas respeitadas por todos, para trabalhar na conscientização da comunidade, o que torna a tarefa menos árdua.
Para essa etapa criou-se um POP, que auxilia as pessoas sobre quais tarefas devem ser realizadas antes, durante e depois de utilizar a máquina de usinagem. E também, descreve como deve ser realizada a limpeza, retirada de fluidos e resíduos classe 1, a fim de manter a conservação do equipamento.
Já a quarta etapa, o Senso de Saúde, sempre é explicado e transmitido aos colaboradores nas reuniões que acontecem toda última sexta de cada mês para a comunidade. Nela é discriminada a importância da saúde física, mental e emocional dos usuários durante o trabalho desenvolvido no Laboratório, onde se preza pelo zero acidente e zero lesão.
Nessa etapa, criou-se também um POP, no qual fica claro ao operador da máquina, quais são os EPIs – Equipamento de Proteção Individual, que o mesmo deve usar quando utilizar a máquina. Em uma das reuniões que ocorreram, explicou-se aos membros, a importância e a gravidade dos acidentes que poderiam ocorrer, caso os EPIs não fossem utilizados corretamente.
Em relação aos EPCs – Equipamentos de Proteção Coletiva foram analisados e propostos projetos para as melhorias da segurança e qualidade de vida da comunidade, como por exemplo, a exaustão de gases e a sinalização de faixas de segurança conforme as NRs 5 e 12.

Um dos principais problemas encontrados e que ainda persiste, é com relação ao armazenamento incorreto dos fluídos com resíduos classe 1. No intuito de sanar esse problema, criou-se um POP próprio para a segregação e descarte desse resíduo, desta forma toda a comunidade possui agora, uma ferramenta adequada às necessidades do LEPU. Nesse mesmo POP, estabeleceu-se uma logística até o local onde o resíduo será devidamente disposto , indicado pela circular MI-CIRCULAR/016/2016/DIRSU/PREFE de 24 de março de 2016, na qual trata que todo gerador de resíduos deverá embutir nos seus custos o transporte e o condicionamento dos mesmos.


Na última etapa, o Senso de Autodisciplina visa tornar a nova cultura, em um modo de vida da comunidade, fazendo-a aceitar e respeitar as regras e procedimentos existentes e implantados no LEPU. No intuito de fazer com que todos na comunidade, respeitem as regras e procedimentos citados anteriormente (POPs), criou-se um Relatório de não conformidade e ação corretiva/preventiva, o qual é preenchido quando o usuário desrespeita alguma norma ou regra.
3. CONCLUSÃO
Com a aplicação da metodologia o Programa 5S foi possível perceber clara melhoria ocorrida no ambiente de trabalho do LEPU. Como a futura Autodeclaração aborda a adesão as normas de Qualidade (ISO9001:2008), Meio Ambiente (ISO14001:2004) e Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional (OHSAS18001:2007), a implantação do 5S é o arcabouço para o Sistema de Gestão Integrada da Qualidade, é  a base para este trabalho.
Como resultado já alcançado, estabeleceu-se na comunidade, uma comunicação tácita de todos os sensos do programa 5S, e foi possível resolver o grave problema de passivo ambiental acumulado anos a fio, de resíduos perigosos oriundos das operações das máquinas do laboratório.
A partir dessas melhorias pode-se afirmar que o LEPU se tornou um lugar mais saudável e seguro para trabalhar, visando às metas de zero acidente e zero lesão, apesar das não conformidades ainda encontradas, e devidamente registradas.
4. REFERÊNCIAS
ABNT - NBR ISO 9001:2008. Sistemas de gestão da qualidade: requisitos.
ABNT - NBR ISO 14001:2004. Sistemas de gestão ambiental: requisitos com orientações para uso.
ABNT - NBR 10004:2004. Resíduos sólidos – Classificação.
ALVES, P. H. L; BARRETO, J. C. N. A implantação do Sistema de Gestão Integrada (SIG) em laboratórios de análises clínicas e biomédicas. Sinergia. São Paulo, v. 11, n. 2, p. 218-230, jul./dez. 2010.
BARRETO, J. C. N. As ferramentas da qualidade e seu uso no gerenciamento da indústria no polo sídero-petroquímico de Cubatão. Tese (Doutorado) em Saúde Pública. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000. 17 Julho. 2016, <http://www.usp.br/teses/.>
CAMPOS, Vicente Falconi. TQC - Controle da Qualidade Total, no estilo japonês. 9. ed. Nova Lima: Falconi, 2014.
JIMÉNEZ, M., ROMERO, L., DOMÍNGUEZ, M., ESPINOSA, M., 2015. 5S Methodology implementation in the laboratories of an industrial engineering university school. In: Science Direct, Safety Science 78 (2015) 163–172. Khamis, N., Abrahman, M.N., Jamaludin, K.R., Ismail, A.R., Ghani, J.A., Zulkifli, R., 2009. Development of 5S practice checklist for manufacturing industry. In: Proceedings of the World Congress on Engineering, vol. 1, pp. 978– 988.
HEMÉRITAS, Ademar Batista. Organização e normas. – 7. Ed. – São Paulo: Atlas, 1998.
OHSAS 18001:2007. Sistema de gerenciamento de segurança e saúde ocupacional: especificação. ISO, 2016. “Internacional Organization for Standardization”. 1 Ago. 2016,
ISO, 2016. “Internacional Organization for Standardization”. 1 Ago. 2016, <http://www.iso.org/iso/page_not_found?pathinfo=http://www.iso.org/iso/database_iso_9001_iso_survey_2011.xls

Idade das Trevas...

O Senado da República, na manhã do dia 31de outubro de 2017,pretendeu estatizar os serviços de mobilidade urbana tipificados pelo Uber, cedendo para  para as máfias de taxistas, só não o fazendo por pressão da sociedade.


Fosse só esse o retrocesso ,ainda assim seria muito, todavia vivemos um tsunami de medidas e legislações retrógradas, que nos afrontam como civilização, dentre elas a frouxidão da nova legislação contra trabalhos análogos à escravidão...


Ao ler sobre as reformas da Igreja(500 anos atrás) que culminaram com a cisão da Igreja , vi que historiadores relatam o fim da era de escuridão e venda de indulgências pela Igreja Romana , que democratizaram a fé, com ajuda da imprensa de Gutemberg, através  da leitura da bíblia  pelas multidões...


Fizeram uma revolução benfazeja de costumes artes e cultura na Alemanha e no mundo, intitulada depois de Renascimento.


Muita luz.


Parece que a historia acontece ao contrário por aqui .


No Brasil, apesar de vivermos no seculo 21, a impressão é  de estarmos na idade das trevas...


Salvai-nos Deus!



domingo, 22 de outubro de 2017

A rede Dominante2


“Não há nada mais difícil de reciclar, nem mais perigoso de controlar, do que  o início de uma nova ordem de coisas” Nícolo Maquiavelli


Estive ano passado no 11º almoço empresarial da ACIUB quando ,onde com prazer, escutei lideranças de Uberlândia pensando o ano 2100. Hoje relembro tudo isto, em um momento em que a economia resvala,(apesar do crescimento de 0,7% em 2017) diante de um abismo , do qual  estamos sendo içados por um governo corrupto e semi-interino há 15 meses.  E que , apesar das agendas emergenciais , precisa dizer urgentemente, a que veio, pois continuamos com 13 milhões de desempregados, e “sem  o seu trabalho, um homem (ou mulher ) não tem honra- não dá pra ser feliz , não dá pra ser feliz” ensina o nosso cancioneiro popular.

Fiz uma releitura de um artigo, do qual tirei inspiração para esta escrita. Ainda em inglês, e não lançado no brasil, um livro intitulado numa tradução livre:”Brasil em transição: crenças, lideranças e mudança institucional” no qual se conceitua rede dominante, como um conjunto de lideranças, Institutos, um pool pensante  de academias e pessoas, que influenciam e escolhem as instituições no País, e  que  banca a regra do jogo. A obra é da lavra dos professores Carlos Pereira  da FGV, Lee Jackston da Univ. de Indiana ,EUA e Marons Melo da UFPE.

O momento atual, do qual emergimos após uma desastrada recessão de 3 anos, suscita reflexões sobre o apagão ético e político, que se abateu sobre parte destas instituições a partir da Lava – Jato, que envolve toda elite, em situação jamais vista na Nação. O lulopetismo na lona, mas não morto, pede clemência que não lhe será dada , nem na ONU,  nem na justiça brasileira, tais os  descaminhos e crimes em que se enredou,juntamente com outros partidos políticos. Os autores analisaram as crenças e valores ,a partir de 1964 até hoje, e concluíram que durante o regime militar , o desenvolvimentismo alentava essas elites, até a segunda crença a partir da redemocratização, onde se lutou para sarar os traumas da sociedade brasileira ,ferida  pelos horrores do estado de exceção(que salvadores da pátria fardados querem reviver?) aliado à inflação.

A partir da constituinte de 88 e dos governos de Itamar franco , FHC e Lula1, através da política de responsabilidade fiscal, aliada à inclusão social, empoderou-se  instituições, tal qual em países  desenvolvidos, e partiu-se agora, para a quarta crença que é o império da lei,o respeito ao estado de direito( daí o longo processo de impeachment de Dilma Roussef), e a participação da sociedade civil, através da internet . Esta rede dominante é a que move a Nação rumo ao processo de inclusão social,  ao desenvolvimento social e material com prosperidade e qualidade de vida, segundo a tese dos autores, que valido.

Hoje temos entre centenas de nações ( Porque fracassam as Nações?-Adam Smith tentou explicar)menos de  30  estão no patamar de países desenvolvidos, e a maioria construiu  este arcabouço social e técnico jurídico, ainda no século XIX. Nos últimos 100 anos somente o Japão e a Coréia do Sul galgaram este pódio- olimpicamente falando, e mais recentemente o Chile.

Finalizo, acreditando, assim como os autores, que após este duro processo,  seremos os próximos, principalmente  se pensarmos como em Uberlândia   no Brasil 2100.Todavia,tal qual Maquiável, não acho trivial se estabelecer uma nova ordem de coisas. Todavia ela já está ocorrendo, com os benificiários do ancién regime ,sendo julgados e presos,com alguns tentando se  desfazer das provas de seus crimes contra o povo brasileiro, enquanto a  população acompanha implacavelmente cada centavo roubado da saúde , segurança e educação. Tempos de faxina eleitoral. Saberemos votar da próxima vez?

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e presidente da Academia de Letras de Uberlândia-ALU
debatef@debatef.com



sábado, 21 de outubro de 2017

Agenda para 2018

                                   
“A vida só é possível reinventada/Anda o sol pelas campinas/ E passeia a mão dourada/ Pelas águas, pelas folhas.../Há! Tudo são bolhas/ Que  vêm de fundas piscinas/De ilusionismo... mais nada/Mas a vida, a vida, a vida/ A vida só é possível  reinventada. ”Cecilia Meireles

A função da Academia  e  Think Thanks em tempos de crise, é apontar caminhos para a sociedade. Aliás, antever as crises, e evita-las está entre as metas que estes  players teimam em não cumprir, imobilizados em abraços de afogado com políticos e governantes cegos.
No excelente livro “A quarta Revolução”, os autores John Micklethwait  e   Adrian Wooldrige, cumprem esta regra ao anunciarem a falência do estado, e alertarem para as grandes transformações previstas em escala global,  em função do uso massivo de inovações tecnológicas, de tal monta ,que com os novos usos da tecnologia da informação, as democracias correrão perigo.
E esta é uma boa leitura que recomendo  para  os próximos  feriados,  pois quem lê um livro assim, muda primeiro a si mesmo, depois muda o mundo. Principalmente ao constatar, algo desesperador, que contratamos para a Nação mais uma década perdida, por causa da miopia estratégica de governantes de plantão. Onde o desemprego estrutural entre os jovens, que ajudamos a formar, está, infelizmente, entre os subprodutos desses tempos de  ilusionismo  a que se refere a poetisa em tela.
O Brasil figura,  ao lado da África do Sul, Itália, e sudeste asiático, na lista de  países e regiões onde os impactos da quarta revolução industrial serão predominantemente negativos, informam os painéis de discussão do último fórum econômico mundial em Davos na Suíça.
Para contornar esta situação, será necessário investir primeiro em qualificação de pessoas, e depois reformar o estado, utilizando de forma mandatária, os orçamentos  legislativos para  investir em inovações tecnológicas e sustentabilidade - temos massa crítica para isso. Por exemplo, as inovações em start ups , em curso  no universo de produção de energia e no uso de tecnologia da informação, até 2020, impactarão nossa mão de obra, reduzindo-a em 6% pela otimização dos postos de trabalho .
Todavia, segundo os especialistas, há um contraponto que aquece a alma: o setor de mobilidade e logística no Brasil, e notadamente em Uberlândia, terá uma janela de oportunidades jamais vista até hoje, e poderá ser o trator a nos tirar da imobilidade. O governo de Uberlândia,  eleito em novembro, já com quase um ano de mandato, deve aliar  gestão e inteligência para explorá-la, e sair dos labirintos de escândalos na área de saúde, e justiça, que corroem energias e recursos ao invés de incrementá-los.
Já na área de relações internacionais, as Academias deveriam, a meu ver redirecionar pesquisas ,patentes e artigos visando  países do oriente, como Singapura - um padrão, que reformou o estado, e prepara seus alunos para esta nova era. E seus efeitos de benchmarking já atingiram a china e EUA, e estão se irradiando para países da região, como Arábia Saudita, Bahrem, Omã, Quatar, Emirados árabes Unidos, e quem diria? Já chegaram ao Chile aqui pertinho, além do México, Índia e Turquia...Porque estaríamos fora disso? Esta é uma agenda necessária para 2018 - para voltarmos à rota  de  nosso destino de grandeza, após termos vencido a inércia da maior recessão da história deste País. E Reinventar a vida, apesar do impopular e  corrupto governo Temer.

José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia (ALU)

debatef@debatef.com

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

O Pesadelo :Mataram a Lava Jato

Várias vezes redigi artigos e cartas abertas ao STF nos últimos 10 anos- a obra construída  neste período pelos magistrados, é ambígua e cheia de idas e vindas, a mercê de indicações políticas que alteram, a composição e o entendimento da corte sobre , itens da mais alta significância para a Nação- muitas vezes causando insegurança jurídica, e a maior parte das vezes impunidade de políticos, que continuam delinquindo e saqueando o País.Nos últimos dias o  STF se curvou às bravatas dos senadores enrolados com a justiça,para o retorno da Aécio Neves , pego pela PF , e disciplinado pela primeira turma do STF . O voto de minerva da ministra Carmem Lúcia foi um desastre, que na prática , acabou com a Lava Jato, logo ela que era uma promessa de cerco à impunidade, fez acordo com os poderosos nos deixando "a ver navios"...


Escrevo ainda sob o sentimento de indignação pelo abuso de poder do governo Temer,que  para evitar ser processado pelo STF,  se aliou à escória do Congresso Nacional, e aos togados do STF identificados com sua ORCRIM.(Não foi assim que Raquel Dodge se referiu à seu braço direito preso após deixar as digitais no dinheiro de um bunker em Salvador?51 milhões de reais) 

 Essa elite  que faz muito mais estragos ao País  que bombardeios inimigos em uma guerra!aí incluída  a suprema corte do País!

Porque o Supremo com tantos juristas de notável saber, age assim? Porque se apega à virgulas- quando interessa-e à letra morta da da Lei? Porque não faz justiça e defende somente o status quo no direito?

Senão vejamos:
Fato 1- a começar pela presidente do STF, a ministra Carmem Lúcia, com sua  posição de garantir a vitória  para políticos,no plenário da corte, praticamente matou a Lava Jato, assim como, há 10 anos a Helen Grace impediu o seguimento de várias investigações por anos a fio, ao estabelecer o  sigilo do disco rígido de Daniel Dantas do Banco Oportunity, e assim não permitiu à PF e à CPI dos Correios investigar o principal financiador (2/3 dos recursos) do “valerioduto”no mensalão e assemelhados.

Que    movimentou 30 milhões de reais, ao que se sabe - todavia quantia oceanicamente inferior, aos constatados 147 bilhões que o BNDES movimentou, escandalosamente, só  para a J&F na era lulopetista. 

Fato 2-A decisão do STF de favorecer a progressão da pena para presos por crimes hediondos vai colocar na rua só em SP, 43000 facínoras. Alguém merece?

Fato3-A chicana a favor dos bancos e contra os correntistas, no julgamento de ações com base no Código de defesa do consumidor. Um es- cân-da-lo!

Fato4-O ataque ao Ministério Público: tentou-se sem sucesso, mais  uma desastrosa decisão:A proibição de investigação por parte do MP -uma mordaça que José Dirceu preparou antes de ser pego com a mão na botija, e que só não aconteceu por causa da mudança do plenário com novas lideranças.aliás este mentor do PT, ajudou com sua privilegiada cabeça,  o sistema chavista de poder que destruiu a Venezuela.

As Cortes e a intelligentsia sempre viveram longe da realidade ao longo da História .Por isso os estadistas e os sábios sempre que a buscam, se aproximam do povo,e evitam com isso as decapitações e apedrejamentos da vida. Infelizmente nesta quadra , os sábios,quando existem, não são ouvidos,  faltam estadistas e sobram “oportunistas”.

Sábio aqui significa ter conhecimento. E ser doutor e intelectual neste País está muito difícil. Há uma campanha contra,a começar pela Presidência que gasta 150 bilhões para se manter no poder,com emendas  parlamentares, após dois pedidos de investigação impetrados por esta  desmoralizada alta Corte, mas não libera recursos mínimos para manter pesquisa, desenvolvimento  e Inovação, nem para o custeio de Universidades federais, hospitais universitários, e centros de pesquisa cruciais para saúde segurança e educação da Nação.

Finalizo orando para que Deus nos ajude nesta tormenta.


José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)

debatef@debatef.com