quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Queremos um Projeto de Nação


     Dói ver o Congresso Nacional de cócoras, plantando ervas daninhas no futuro do País.É constrangedor presenciar  centenas de parlamentares, comprados pela Odebrecht, JBS e assemelhados, atrapalhar nossa futura colheita, destinada a nossos filhos e netos.É um acinte destinar quase 4 bilhões de reais de recursos públicos, para eleições de 2018, sob a sombra do maior estelionato sócio-econômico-político construído por esta maldita leva de políticos(que quer a qualquer preço permanecer no poder, fugindo do acerto de contas com a justiça),e que não pensam nas futuras gerações  que ,como nós,  só almejam um simples e honesto projeto de Nação...
Escrevi há dez anos atrás, sobre o momento que viveríamos agora no pós empeachment dilmista, quando afirmei que estávamos no limiar de um final de ciclo que, infelizmente, não nos é favorável, com estagnação das lideranças em torno do personalismo de um líder, a perpetuação no poder de uma casta de sindicalistas que toma de assalto o estado, pensando não na história mas na própria locupletação. Hoje estamos presenciando algo muito pior : a desmoralização de um órgão como a receita federal que com o aparelhamento promovido pelo partido no poder,  quebra o sigilo fiscal de milhares de pessoas da oposição, a mando de um objetivo menor e eleitoreiro.  Está plantada a semente de um estado opressor e policialesco, que passadas as eleições, teremos de lutar para extirpá-la, somo sociedade civil,tal como  fazemos com a operação ficha limpa .Nunca é demais lembrar que com os desdobramentos históricos deste partido no poder, já se fizera a quebra do sigilo bancário de um caseiro expurgado de sua cidadania  na época, ato perpetrado pelo todo poderoso ministro da economia, que apeado do poder pelo escândalo, foi todavia ,escandalosamente poupado de ser julgado pelo STF - que abdicou de seu papel, como é comum no Brasil,  quando se trata de julgar a classe dominante. Dizíamos  então que  essa nova elite, pactuada com as 20 mil famílias mais ricas que mandam no Brasil, estudadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), fizera 20 milhões de novos consumidores e não de cidadãos; que, com os cerca 50 milhões de irmãos abaixo da linha de miséria, e os outros 75%  "cidadãos" que não conseguem ler e entender uma notícia de jornal, votariam até em um poste se fosse indicado por essas novas elites. E o poste aí está,  configurado que foi por um  acordão: Lula, Collor e Sarney e até FHC, na medida que a campanha da oposição escondeu seu governo e suas realizações saneadoras. Só que desta vez o que está sendo construído é o reinado do novo patrimonialismo, a eficácia do mesmismo e a gestação de um ovo da serpente que poderá nos delegar um segundo plano na história, apesar do investiment grade, e do progresso econômico  angariado a duras penas pela sociedade brasileira, cujo sucesso é fruto do trabalho de muitos governos e gerações e não de um último que seqüestra para si todo o mérito. Represento os 20% que não aprovam este governo, que  zomba das leis, dos adversários, e se pudesse ficaria ad eternum no poder. Maluf também fez o seu sucessor,o Pita lembram-se? Quércia , o Fleury. Em Uberlândia existem dois grupos que há quarenta anos se revezam  no poder. É o “povo” que vota no “conceito tiririca” e irresponsavelmente os põe lá. No nordeste (atual curral eleitoral petista)existem cidades em que uma única família, desde sempre ,representa o poder político passando de pai para filho, como se capacidade de gestão e zelo pela coisa pública fosse algo que se herda pelo DNA sanguíneo. Pobre  País! O que  nos livrará deste tronco de escravidão? Respondo de pronto : a educação.Quando 100% das pessoas puderem ler e entender as notícias de jornais e da internet , aí sim como disse Churchil – primeiro ministro britânico e libertador do povo inglês-  estaremos no início do começo, de fazermos deste País uma grande nação –parafraseando também Tancredo Neves, quando sonhou uma nova república,inspirado por Tiradentes-“aquele herói enlouquecido de esperança” que se pudesse ,aplaudiria a causa da   universalização dos direitos sociais, o nosso desenvolvimento e progresso sustentado.

José Carlos Nunes Barreto

Professor doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com

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