sexta-feira, 31 de março de 2017

Naufrágio de Sonhos Revisitado


O exercício de escrever sobre política nos mantém como protagonistas da história contemporânea: do empeachment à era Temer com sua corte de ladrões, tudo nos deixa estarrecidos, quando somos içados do precipício por alguém que não é confiável , mas que só ele pode estar ali naquele momento. É terrível ver  que a caçamba sobe muito devagar e muitos querem cortar a corda... E quem pode ajudar a nos tirar da zona de risco, pede mais compensações do que a Nação pode pagar. Triste País!


Naufrágio de Sonhos Revisitado
“Pus o meu sonho num navio/e o navio em cima do mar;/- depois, abri o mar com as mãos, para o meu sonho naufragar./Minhas mãos ainda estão molhadas/do azul das ondas entreabertas,/e a cor que escorre de meus dedos/colore as areias desertas”
(Cecília Meireles). 
Sou um observador das ruas e completo minha visão com o clímax nas salas de aula. E o momento difícil que estamos vivendo, ao verificarmos a perda do emprego de mais de 13 milhões de brasileiros, está a fazer naufragar sonhos e criar desespero em pessoas que há bem pouco tempo ascenderam na escala social, até  aqueles que já estavam bem estabelecidos, e foram obrigados a imigrar.  É claro que é cruel demais e muito mais difícil descer dessa escala, do que permanecer sofrendo aqui, num patamar de pobreza e esquecimento.
Uma mistura de revolta e muita raiva toma conta dessa população, ao perceber que foi enganada pela era lulodilmista e seu colega de chapa Temer em quem não votei( que tenta conter a crise sem sucesso até aqui), os quais gastaram sem controle, deram pedaladas fiscais ,roubaram e deixaram roubar, favorecendo o desvio de dinheiro público, com  objetivo claro de enriquecer e  favorecer seu partido criminoso  com suas coligações sócio-geográfico-econômicas a  se perpetuar no poder. As somas desviadas segundo Sérgio Moro somam alguns trilhões de dólares até aqui,  conforme avançam  os resultados da Operação Lava Jato, e configura numa organização criminosa internacional, uma Hidra de seis ou mais cabeças, que retirou recurso do pobre povo da América Latina, a quem o “Foro de SP” queria “libertar” com seu socialismo vermelho-de sangue, esta é a  pura verdade!
E ainda persiste a caixa preta do BNDES, que escolheu empresas nacionais a serem aquinhoadas com empréstimos bilionários, e que desviavam pelo menos 3% do valor dos contratos para os safados, entre elas, as empresas de Eike Batista, que faliu e foi preso, fragorosamente, como o navio da poesia em tela de Cecília Meireles. Lula e Dilma ainda colocaram  outros bilhões de dólares em Cuba, na África e na América Latina, sem consentimento do Congresso Nacional, e sem discutir o assunto com a sociedade brasileira. Eles queriam que esta falcatrua ficasse em sigilo completo pelos próximos 20 anos- a Lava Jato mostrou e o povo vê tudo isso… e sofre, pois se sente como um velho palhaço no final da vida: sem emprego, com fome e doente.
E não são somente as pessoas sem estudo e preparo que estão perdendo oportunidades – gente com pós-graduação e vasta experiência profissional, também está pagando o pato do ajuste fiscal terceirizado agora para o presidente Temer. Todavia, as barbeiragens foram muito grandes e já afetam este e o futuro governo,  comprometendo as futuras gerações de brasileiros, com as reformas do teto de gasto público com emenda constitucional e a reforma da previdência. Pior: se não forem feitas o País vira outra Grécia. Devemos dar, portanto, um basta, ao jogar na lixeira da história,   Lula e Dilma com seu partido socialista de meia tigela, o PT- que já foi uma esperança de renovação da política, como proposta de melhoria da sociedade, todavia, infelizmente, se transformou num Frankstein , ou melhor na cobra gigante de multi cabeças a devorar pessoas e instituições como revelam   as luzes lançadas pela Operação Lava Jato.
Que Deus nos livre desta Cosa Nostra, e que possamos seguir em frente, após este triste período, porque a Nação é maior e seu povo  grande e republicano!
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor 
Presidente da Academia de Letras de Uberlândia-ALU
debatef@debatef.com

Lua de sangue e a Páscoa


Lua de sangue e a Páscoa


 

“Este eclipse acontece quando a Lua é encoberta pela sombra da Terra. Conforme o meteorologista Leandro Puchalski, a coloração avermelhada ocorre por conta da refração e dispersão da luz do Sol na atmosfera terrestre, que desvia apenas alguns comprimentos de onda. É o mesmo fenômeno que acontece durante o nascer e o pôr do sol” noticiaram as mídias.

No começo do século 20, um triste canto de louvor, entoado por negros americanos durante a Páscoa, ainda podia ser ouvido, enquanto sua igreja ardia nas chamas da Ku klus Kan : “De joelhos partamos nosso pão/De joelhos partamos nosso pão/Se de joelhos estou/Contemplando o nascer do sol/Senhor tem pena de mim/De joelhos partamos nosso pão…” Era como se nada estivesse acontecendo, embora muito sangue e dor crispasse o ar. De onde viria aquela força?

Século zero: Jesus é morto na Cruz e este evento divide a história em AC e DC. Os profetas que o precederam e os que o sucederam, foram mortos das mais cruéis formas possíveis: crucificados, apedrejados, serrados ao meio, queimados em fogueiras, decapitados. Muito sangue jorrou ao longo de milênios na história do cristianismo. E a força dos que morriam em paz vinha de Jeová Jihé.

Século 21 no Brasil: cerca de 40 mil pessoas são assassinadas todo ano por motivos fúteis, além do latrocínio, e menos de 10% dos autores destes crimes são punidos na maior nação “cristã” da América latina. Se de cada uma dessas mortes, sair alguns litros de sangue, seriam centenas de caixas d’água de mil litros cheias do conhecido líquido vermelho, que poderiam, num suposto protesto, ser despejadas na areia de Copacabana no Rio, poluindo o mar e impedindo o banho. Talvez assim o mundo enxergasse tantas vidas perdidas por nada. Não pregavam o evangelho, não eram revolucionários em valores, simplesmente foram eliminadas como cidadãs durante seu pacato cotidiano.

Já somos o país mais violento do mundo e os que morrem suplicam por suas vidas, não como os negros supliciados na América dos séculos 19 e 20, por uma entidade que tinha cara e identidade, por isso foram resilientes até a chegada de Martin Luther King, mas, por uma cultura de violência, horror e impunidade que não tem cara, nem dono – não é de ninguém, nem do Estado, nem da sociedade, muito menos de Deus.
A estranha coincidência, desta Lua de sangue em plena Páscoa me intrigou muito. Ela é rara e para mim trouxe uma mensagem da não superficialidade incomum nestes tempos; da superação das velhas lutas e dores. É como se Jesus mandasse seus anjos turgir de vermelho o branco brilhante da Lua num celeste protesto, para nos alertar sobre a Nação que estamos construindo, com tanta lama de sangue sob nossos pés, igual a que Noé – um bom filme – presenciou e levantou o calçado para se certificar, e, a partir daí, construiu o novo, na arca, sobrevivendo ao dilúvio.

Finalizo sonhando assim e desejando a todos os leitores e leitoras uma boa Páscoa do nosso Senhor Jesus Cristo. Graça e paz!

José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
Presidente da Academia de Letras de Uberlândia
debatef@debatef.com

 

Estamos em Guerra

Com a crise econômica retirando recursos das polícias, voltamos aos indicadores de segurança pública dos anos 90, os piores da série histórica. As milícias e os traficantes percebendo a fragilidade dos opositores - que são os policiais e nós , a sociedade, voltaram o ocupar espaços do estado, e potencializar a luta armada para dizer que agora  mandam ali- Isto sem declarar guerra ao estado brasileiro, porque não precisa, já que  nossas autoridades foram corrompidas, e abduzidas(socorro o piloto sumiu!) e os aparelhos públicos foram requisitados à força.
Com a morte hoje, de mais uma aluna dentro de uma escola pública no RJ, no pátio da escola durante uma aula de educação física, vítima de bala perdida, nesta eterna rinha entre polícia e traficantes, logo após organismos internacionais declararem o Rio como zona de guerra, estamos portanto em guerra, e não só no Rio, temos no Brasil 25 das 50 cidades mais violentas do mundo! Até o GPS na "cidade maravilhosa",ajudou a matar muita gente próximo ao Cristo redentor, e outros locais hiper frequentados por turistas(linha vermelha outro exemplo), mortos nessa armadilha ao serem levados para espaços hoje ocupados por meliantes, donos do poder de vida e morte, tal qual um" Estado Islâmico" tupiniquim.
Nasci no RJ e cresci na comunidade do morro do caramujo em Niterói ,hoje reduto do Comando Vermelho, morava na rua quintino Bocaiuva .Foi para lá que o GPS de um casal da alta sociedade foi levado pelo instrumento, pois o endereço homônimo da pizzaria que procuravam era avenida Quintino Bocaiuva. Foram baleados e a mulher, uma juíza, faleceu  - mais uma vítima dentre tantas que não foram avisadas por um protocolo internacional, que já existe, e que dá salvo-conduto para populações civis  em meio à guerra. Tudo por não respeitarmos protocolos internacionais vigentes.  Inaceitável policiais não aderirem, por exemplo, ao protocolo de Genebra, e seus dirigentes ,coronéis da PM, e generais de Exército, conviverem com uma tropa que não respeita a vida.
Em tempo, cresci numa época do morro, em que se estudava na escola pública, do prézinho ao doutorado, e virei gente, sou  doutor pela USP e  realizado na vida, mas  meus filhos e netos estão imigrando para o hemisfério norte em busca de saúde, educação e segurança.
Algo de muito ruim aconteceu neste País neste intervalo, e a resposta passa sempre  pelos caminhos trilhados por nossas lideranças apodrecidas e locupletadas pelo roubo e pilhagem da Nação.
Tenho dito.

sábado, 4 de março de 2017

O golpe contra “esta gente”



por Ponto de Vista 
  • Em data recente, um distinto professor publicou no CORREIO de Uberlândia figadais comentários sem fidalguia sobre o BNDES e os projetos ambientais. Raciocínio descosturado das políticas de Estado, centrado apenas em dados pontuais sem indicar os propósitos do investimento, o pós-doutor Nunes Barreto reduziu investimentos em infraestrutura em países em desenvolvimento por transnacionais brasileiras a uma nada arguta conclusão: “fazer bonito”. Feio para ele. É a velha oposição patrocinada pela mente conservadora radical do “aqui falta tudo e eles ainda investem lá!” Mobiliza o ressentimento e a inveja popular semeando ódios, mas nada explica.
    A seguir tal lógica a França, a Alemanha e os EUA não realizariam investimentos além de suas fronteiras, pois mesmo lá subsistem bolsões de pessoas que precisam de (mais) auxílio do Estado. Mas não há problema, pois no mundo de Nunes não há lugar para a solidariedade, nem entre as nações. Para a obtusa capacidade de sentir do conservadorismo radical, quando alguém ao seu lado esteja a desgostar-se com um resfriado pouco importa a pior de todas as misérias distante de seu olhar.
    A posição dos patriotas conservadores radicais requer profunda e urgente reconsideração, pois o seu revestimento de neutralidade já descoseu, e ficou visível que não passa de radical compromisso ideológico. O patriota está a agendar um desencontro com a sua respeitabilidade, eis que a corrupção hoje reluz no seio do Governo não eleito em funções enquanto ele, contemplativo, permanece aquecido em sua poltrona. E aquele furor de indignação patriótica? Guardado no armário com a sua bela panela?
    Imperativo é desarquivá-la e lavar a jato os seus conceitos, que combata os vilões no poder indo às ruas expressando sua honesta indignação, incitando o inquisitor-Mor(o) a investigar, ao menos, “o esquema do Aécio” que, como diz a famosa gravação de Sérgio Machado, “todos sabem qual é”, fato agora agravado com as delações, incluindo a de Leo Pinheiro, da OAS. Existe indignação seletiva contra a corrupção ou tudo foi mera fachada partidário-ideológica?
    Exortar a juventude sim, mas nunca para a raiva como propõe o sr. Nunes, eis que a prioridade não é alimentar os sedentos de ódio, senão pavimentar as vias da participação política. Por isto, sinceramente, desejo que o sr. Nunes faça boa caminhada no dia 31/7/16, mas o convido a refletir melhor, pois o objeto que o mobiliza já foi digerido pela história, pois agora todos sabem: é golpe. Querer apoiá-lo é declarar-se antidemocrata, explicitar contrariedade ao resultado das urnas determinado por aqueles a quem o articulista ignominiosamente trata por “esta gente”.
    O trabalhador saberá reconhecer quem foram os detratores de seus direitos, os prepostos de quem almeja extrair proveito financeiro da trituração dos direitos dos trabalhadores, cujo projeto é transformar o país na velha e ultrajante senzala. Esquece o sr. Nunes que “esta gente” cumpriu as regras eleitorais ao votar na Presidente.
    Mas se a honestidade é a marca dos patriotas, então, em face da decisão do Ministério Público Federal de arquivar a acusação contra a Presidente por pedaladas fiscais no caso do Banco Safra – fundamento do pedido de impedimento da Presidente –, já revisarão sua posição ou, então, que tenham o valor de erguer a seguinte bandeira em suas manifestações do dia 31: “Eu defendo o golpe!”. Sejam golpistas, mas com a coragem de defendê-lo em público, alto e bom som.
    Roberto Bueno
    Pós-doutor CEAD/UFU
     

BNDES e projetos sócio-ambientais

por Ponto de Vista-Jornal Correio de Uberlândia- 14 de julho 2016
 Republico artigo que causou revolta nas hostes intelectuais  petistas durante o processo de empeachment de Dilma Roussef. Abro exceção e republico a seguir artigo do Pós doutor Roberto Bueno em que só não me chamou de santo- cegado pela ideologia vermelha do Foro de SP- acha normal o gasto de meio trilhão de dólares( e embolsar-embora tenha omitido- milhões de dólares em propinas pela ODEBRECH na AL) - em investimentos em países bolivarianos, enquanto estamos aqui na Pátria a mendigar investimentos em infraestrutura,hospitais, escolas, segurança, pagar em dia salários de funcionários públicos etc,..em nome de um projeto de poder maluco. Como foram os de Stalin, Hitler,Maduro e outros.
                            
                           BNDES e PROJETOS SÓCIO AMBIENTAIS

 

O PT criou déficits nas contas públicas para ajudar empreiteiras delinquentes com objetivo de cobrar comissão e fazer bonito nos países bolivarianos. Pagaram obras de infraestrutura nos países comandados pelo alienígena “Foro de SP” enquanto faltam por aqui hospitais, escolas, laboratórios, portos e fábricas… O que dizer de tal maluquice? Na certa, pensaram que nunca seriam pegos – como afirmou certa vez um graúdo ministro do STF – eles não querem privatização, porque pensam que toda empresa estatal é deles. Resultado: aparelharam todas – roubaram em benefício próprio e para o partido. Como patriota que sou, voltarei às ruas dia 31/7, para apoiar a Lava Jato e impedir qualquer retrocesso no impeachment de Dilma Rousseff.

Jogando luz sobre parte da caixa preta do BNDES – único banco que tem o social em seu nome – vê-se notória falta de transparência e ausência de uso social de recursos – haja vista a falta de financiamento para micro e pequenas empresas responsáveis por mais de 80% dos empregos do País bem como escasso financiamento para pesquisas e laboratórios que criam inovações a fundo perdido. Há alguns anos atrás, tive acesso a uma pesquisa entre os 30 principais bancos do mundo, num dos últimos Fóruns Econômicos Mundiais em Davos, em que além do BNDES, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco estavam entre os pesquisados. Todos receberam a pior nota (zero) em projetos socioambientais, à exceção do Banco do Brasil.

Faço questão de enumerar a seguir algumas obras de infraestrutura pagas mundo afora com recursos do BNDES, sem que tenham sido autorizados pelo Congresso Nacional à quem a era lulopetista queria impor um sigilo de mais de 20 anos sobre os 414 bilhões de reais dilapidados: 1- Barragem Moamba Major Moçambique valor 350 milhões de dólares; 2- BRT-Corredor de ônibus de Maputo-Moçambique – valor 180 milhões de dólares; 3-Hidrelétrica de Tamarim – Nicarágua – valor 343 milhões de dólares; 4- Projeto Hacia el Norte – estrada da cocaína na Bolívia – (onde 90% da droga é destinada ao Brasil. Absurdo! Custo: 199 milhões de dólares; 5- Abastecimento de água em Lima – Peru – valor não informado; 6- Renovação da rede de gasodutos de Montevidéu – no Uruguai – Valor não informado; 7- Via Expressa de Luanda – valor não informado; 8-Segunda ponte sobre o Rio Orinoco – Venezuela – valor: 300 milhões de dólares; 9- Linhas 3 e 4 do metrô de Caracas – valor: 732 milhões de dólares; 10- Soterramento da Ferrocarril Sarmianto – valor 1,5 bilhões de dólares – Argentina; 11- Aqueduto de Chaco – valor 180 milhões de dólares; 12- Autopista Madden- Colen, Panamá – valor 152,8 milhões de dólares; 13 – Metrô cidade do Panamá – valor 1 bilhão de dólares; 14- Hidrelétrica de Chagllia, no Peru – valor 320 milhões de dólares; 15- Hidrelétrica de Mandariacu, no Equador. Valor 682 milhões de dólares; 16- Aeroporto de Nagala, Moçambique: Valor 125 milhões de dólares.

Finalizo, ainda “mexido”, pela desfaçatez do lulopetismo em desviar tantos recursos que nos faltam hoje e o fez para enriquecimento ilícito próprio, e para presentear outras nações por puro viés ideológico com crassa irresponsabilidade social que gerou a irresponsabilidade fiscal pela qual foram impulsionados para fora do poder.

Aos jovens escrevo, hoje, para que não permitam a volta desta gente. Tenho dito.

José Carlos Nunes Barreto
Professor e presidente da Academia de Letras de Uberlândia (ALU)
debatef@debatef.com