segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

A quarta revolução


 

A função da Academia e Think Thanks, em tempos de crise, é apontar caminhos para a sociedade. Aliás, antever as crises, e evitá-las está entre as metas que estes players teimam em não cumprir, imobilizados em abraços de afogado com políticos e governantes cegos.
No excelente livro “A quarta Revolução”, os autores John Micklethwait e Adrian Wooldrige cumprem esta regra ao anunciarem a falência do estado, e alertarem para as grandes transformações previstas em escala global, em função do uso massivo de inovações tecnológicas, de tal monta, que com os novos usos da tecnologia da informação, as democracias correrão perigo.
E esta é uma boa leitura que recomendo para os próximos feriados, pois quem lê um livro assim, muda primeiro a si mesmo, depois muda o mundo. Principalmente, ao constatar, algo desesperador, quando contratamos para a Nação mais uma década perdida, por causa da miopia estratégica de governantes de plantão. Onde o desemprego estrutural entre os jovens, que ajudamos a formar, está, infelizmente, entre os subprodutos desses tempos de ilusionismo.
O Brasil figura, ao lado da África do Sul, Itália, e Sudeste Asiático, na lista de países e regiões onde os impactos da quarta revolução industrial serão predominantemente negativos, informam os painéis de discussão do último fórum econômico mundial em Davos na Suíça.
Para contornar esta situação, será necessário investir primeiro em qualificação de pessoas e, depois, reformar o estado, utilizando de forma mandatária, os orçamentos legislativos para investir em inovações tecnológicas e sustentabilidade – temos massa crítica para isso. Por exemplo, as inovações em startups, em curso no universo de produção de energia e no uso de tecnologia da informação, até 2020, impactarão nossa mão de obra, reduzindo-a em 6% pela otimização dos postos de trabalho. Todavia, segundo os especialistas, há um contraponto que aquece a alma: o setor de mobilidade e logística no Brasil, e notadamente em Uberlândia, terá uma janela de oportunidades jamais vista até hoje, e poderá ser o trator a nos tirar da imobilidade. O novo governo de Uberlândia,  eleito em novembro, deve aliar gestão e inteligência para explorá-la, assim esperamos.
Já na área de relações internacionais, as Academias deveriam, a meu ver, redirecionar pesquisas, patentes e artigos, visando países do oriente, como Singapura – um padrão, que reformou o estado, e prepara seus alunos para esta nova era. E seus efeitos de benchmarking já atingiram a China e EUA e estão se irradiando para países da região, como Arábia Saudita, Bahrem, Omã, Quatar, Emirados árabes Unidos e, quem diria, já chegaram ao Chile, aqui pertinho, além do México, Índia e Turquia… Por que estaríamos fora disso?
 Como em 1808, esperamos a abertura do País ao mundo – do conhecimento, da inovação e da iluminação, a favor dos talentos nacionais – para voltarmos à rota de nosso destino de grandeza. Reinventando a vida.
José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e Presidente da Academia de Letras de Udia (ALU)
debatef@debatef.com

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