“Não há nada mais difícil de realizar, nem mais perigoso de
controlar, do que o início de uma nova
ordem de coisas” Nícolo Maquiavelli
Estive no 11º almoço empresarial da ACIUB quando , com prazer,
escutei lideranças de Uberlândia pensando o ano 2100. Tudo isto em um momento
em que a economia resvala, diante de um abismo , do qual estamos sendo içados por um governo interino
há 3 meses. E que , apesar das agendas
emergenciais , precisa dizer urgentemente, a que veio, pois temos 13 milhões de
desempregados, e “sem o seu trabalho, um
homem (ou mulher ) não tem honra- não dá pra ser feliz , não dá pra ser feliz”
ensina o nosso cancioneiro popular.
Dias atrás reli um artigo do qual tirei inspiração para esta escrita.
Ainda em inglês e não lançado no brasil, de um livro intitulado numa tradução
livre:”Brasil em transição: crenças, lideranças e mudança institucional” no
qual se conceitua rede dominante, como um conjunto de lideranças, institutos,
um pool pensante de academias e pessoas
que influenciam e escolhem as instituições no País, e que
bancam a regra do jogo. A obra é da lavra dos professores Carlos
Pereira da FGV, Lee Jackston da UNIv. de
Indiana ,EUA e Marons Melo da UFPE.
O momento atual, pelo qual purgamos uma desastrada recessão,
suscita reflexões sobre o apagão ético e político, que se abateu sobre parte
destas instituições a partir da Lava – Jato, que envolve toda elite em situação
jamais vista na Nação. O lulopetismo na lona, mas não morto, pede clemência que
não lhe será dada , nem na ONU, nem na
justiça brasileira, tais os descaminhos
e crimes em que se enredou. Os autores analisaram as crenças e valores ,a
partir de 1964 até hoje, e concluíram que durante o regime militar , o
desenvolvimentismo alentava essas elites, até a segunda crença a partir da
redemocratização, onde se lutou para destraumatizar a sociedade brasileira ,contra
os horrores do estado de exceção aliado à inflação.
A partir da constituinte de 88 e dos governos de Itamar franco ,
FHC e Lula1, através da política de responsabilidade fiscal aliada à inclusão
social, empoderou-se instituições, tal qual
em países desenvolvidos, e partiu-se
agora, para a quarta crença que é o império da lei,o respeito ao estado de
direito( daí o longo processo de empeachment de Dilma Roussef), e a
participação da sociedade civil, através da internet . Esta rede dominante é a
que move a Nação rumo ao processo de inclusão social, ao desenvolvimento social e material com prosperidade
e qualidade de vida, segundo a tese dos autores, que valido.
Hoje temos entre centenas de nações, menos de 30 que estão no patamar de países
desenvolvidos, e a maioria construiu
este arcabouço social e técnico jurídico ainda no século XIX. Nos
últimos 100 anos somente Japão e a Coréia do Sul galgaram este pódio-
olimpicamente falando.
Finalizo, acreditando, como os autores, que após este duro
processo, seremos os próximos,
principalmente se pensarmos como em
Uberlândia no Brasil 2100.Todavia,tal
qual Maquiável, não acho trivial se estabelecer uma nova ordem de coisas. Mas
ela já está ocorrendo, com os benificiários do ancién regime , se desfazendo
das provas de seus crimes contra o povo brasileiro, e a população acompanhando
implacavelmente cada centavo roubado da saúde , segurança e educação. Viva os
novos tempos!
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e presidente da Academia de Letras de UDIA-ALU
debatef@debatef.com
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