O deputado Odelmo Leão, foi um dos que disseram sim ao absurdo Frankstein da câmara noite passada, com objetivo de enterrar a Lava Jato. Relembro abaixo, artigo que publiquei no final de seu último mandato, que apesar de renovado, não lhe dá autoridade sobre a vontade da população de Uberlândia! que venha se explicar aos eleitores, sobre esta traição aos movimentos de rua do País!
“Segurança é uma questão de Estado e deve estar acima das diferenças políticas. Precisamos de um pacto por uma reforma institucional profunda. Ou haverá segurança para todos, ou ninguém estará seguro” Luiz Eduardo Soares Ex - Secretário Nacional de Segurança Pública.
“Segurança é uma questão de Estado e deve estar acima das diferenças políticas. Precisamos de um pacto por uma reforma institucional profunda. Ou haverá segurança para todos, ou ninguém estará seguro” Luiz Eduardo Soares Ex - Secretário Nacional de Segurança Pública.
Após o voto de um decano do STF a favor dos embargos infringentes
estabeleceu-se de vez a sensação de
impunidade na sociedade brasileira - uma das tragédias que fazem parte do
conjunto da obra de insatisfação da Nação.
A ausência de educação e saúde com “ qualidade fifa”, aliadas aos crimes sem solução ,à polícia
corrupta e despreparada, à política de encarceramento em massa das classes
menos favorecidas - que não podem usar a justiça da elite, e dos grandes advogados,completam a lista mas não a esgotam, tamanha a miséria espiritual desta
agenda.
Vou falar em seguida alguns números instigantes citados pelo
sociólogo e estudioso em tela, criador do conceito das UPPs , e autor do livro
“Segurança tem Saída” pela editora Sextante ,que recomendo aos dirigentes e
gestores da segurança pública deste País .Começo com o número de jovens
assassinados na maioria homens e afrodescendentes-são quarenta mil por ano na
faixa de idade entre 14 e 24 anos-de tal impacto, que já falta na pirâmide etária
social este perfil étnico. Se juntarmos a estes, os cinquenta mil mortos em
acidentes de trânsito por ano, e os cerca de 40000 mortos em acidentes de
trabalho, teríamos mais mortos anualmente, que os cem mil mortos em cinco anos e
meio de guerra na Síria. E porque nós e o mundo não percebemos isso? Sem dúvida
porque as vítimas são da maioria silenciosa: preta, pobre e pouco representada.
Basta ver o alarde que é feito quando cai um boeing com algumas dezenas de
mortos, que concentram mais usuários brancos e da elite( o que está mudando, ainda
bem, mas não invalida a comparação.)
Das quarenta mil mortes por assassinato, a maioria se dá com a
presença do trinômio álcool, armas e tráfico de drogas, potencializada pela
presença de uma polícia que é um verdadeiro macaco em loja de louças: desaparelhada,
sem formação adequada, sem auxílio adequado de perícias , o que faz com que
somente se esclareçam em média 10% dos assassinatos. Via de consequência, a vida
vale muito pouco neste País, a pistolagem e o PCC arrebanha tanta gente, e os crimes contra a vida, e o patrimônio crescem
em escala geométrica. Pois o professor Soares diagnostica: temos 56 polícias
brasileiras-27 PMs estaduais,27polícias civis estaduais, polícia Federal e
polícia rodoviária federal. Não há um sistema nacional que organize estas
instituições, que na maioria das vezes, competem entre si ,e raramente dialogam, mesmo quando as soluções de
crimes exigem isso. Não nos esqueçamos
das guardas municipais e das seguranças armadas, que equivalem a quase um
exercito paralelo, com a maioria apresentando carência de formação, agravada
pela falta de controle adequado por parte do estado, e eis o terrível estado da
arte da segurança pública no Pais.
A grande verdade é que, este assunto virou questão de vida e
morte, para todo cidadão brasileiro, que
enfrenta esta guerra da falta de segurança diariamente, e é um
sobrevivente da ação desordenada de nossas polícias, com eterno fogo amigo
principalmente contra a população de baixa renda - sábia, a qual diz, muitas vezes, ter mais medo da polícia que dos
bandidos, e o autor em epígrafe, infelizmente, mostra de maneira inequívoca,
que ela tem toda razão. Que Deus nos ajude! ou precisaremos imigrar para o Canadá, Austrália ou CEE, como fazem os sírios.
Jose Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e Presidente da Academia de letras de
Uberlândia(ALU-MG)
debatef@debatef.com