“Não
me ofereça ferramentas./Ofereça- me o benefício e o prazer de fazer coisas
bonitas./.../Não me ofereça coisas./Ofereça-me ideias, emoções, ambiência, sentimentos
e benefícios./Por favor, não me ofereça coisas” autor desconhecido.
Interessante e estressante este País: Chama
a policia para tirar cento e poucas famílias de um prédio abandonado por seus
donos no centro de SP (o que ocorre em qualquer cidade neste mundão de Deus), e
permite que 2 milhões de casas de alto padrão avancem sobre as bordas do
manancial ,em área de preservação ambiental - às vésperas da maior seca dos
últimos 100 anos na região. Nova York – aquela do rio Hudson, não teve este
azar, pois seus dirigentes há 20 anos atrás, fizeram um planejamento para
evitar que suas fontes de água fossem dilapidadas. Chamaram cada produtor rural
que possuía essas fontes em suas terras, e decretaram: Agora vocês são
produtores de água, e vamos paga-los por isso. Simples assim.
Não é a toa que o candidato falecido (ou
assassinado?) do PSB avisava para não desistirmos desse País. Porque não está
fácil. Os jovens e os não tão jovens, estão esperando o que vai dar esta
eleição, para levarem suas cabeças a passear (e viver menos estressadas) na
Austrália, no Canadá, na Inglaterra etc...onde
a educação ,a saúde ,a segurança e outros paradigmas imateriais ,realmente prevalecem, e onde quem, às duras penas estudou, tem seu valor reconhecido.
Ademais aqueles 0,01% de humanos
representados por tais casas acima citadas, são os donos do Território nacional.
Para eles tudo pode. O aparato da lei existe para protege-los, pois pagam
excelentes advogados, e muitos, pertencem à nomenclatura do regime, onde, no
anedotário político, se diz: para os amigos tudo-para os inimigos a lei. Triste
País! E tais políticos voltam todos os anos a comprar votos e consciências
,seja com dinheiro vivo, seja com cargos, pelos motivos de sempre, desde o
império: o poder pelo poder.
Conheço um deputado “amigo” que só me dá
atenção em vésperas de eleição. Estive em Brasília com alguns intelectuais
co-autores de um artigo, com soluções candentes e necessárias à republica, e
ele se disse muito ocupado(hoje sei-talvez com o mensalão ou quem sabe o
petrolão). Sequer nos ouviu, e passou o documento para seus assessores, que
fizeram o favor de engaveta-lo.
“Casas? saneamento básico? Educação? Ha!Ha!
Há!-Queremos saber quanto ganharemos. Qual é o percentual sobre o
contrato?3%???”. Este hipotético diálogo, foi ouvido diversas vezes por
procuradores da república, antes de prenderem alguns figurões. Fizeram do
Congresso Nacional e do Palácio do Planalto um balcão de negócios. E daí
partiram para as estatais. A Petrobrás que o diga. Emporcalharam o templo da
Nação-são cambistas imundos, piores que aqueles da época do Cristo. Se não
fizermos como o mestre-descermos o cacete- e prendermos esta corja, estaremos
comprometendo o futuro do imaterial, da esperança que ainda alenta nossos
jovens.
Concluo com as palavras do salmista no
exílio: Ele dizia- “Quem vai andando e chorando enquanto semeia, trará na volta,
com alegria, seus molhos nos braços”. Pura poesia da esperança.
José
Carlos Nunes Barreto
Professor
doutor e Presidente da ALU-Academia de Letras de Uberlândia
debatef@debatef.com