"Os
jornais costumam noticiar a queda de aviões Bandeirantes com mais de 30 anos de
fabricação, e superlotados, em uso corrente na Amazônia, matando famílias
inteiras"
Após a
pane, uma saída é o piloto tentar repetir o pouso heroico no rio Hudson em Nova
York, mas aqui, na maioria das vezes, encontra toras de madeiras submersas,
precipitando os desastres. Nas mídias, aparecem os dramas familiares, agravados
pelo fato de que, normas de segurança são constantemente desrespeitadas, ao não
se contabilizarem dezenas de crianças viajando em colo de parentes. O órgão que
deveria fiscalizar não faz seu papel, ou faz vista grossa , numa região carente
de transporte, em que uma viagem fluvial, também insegura, com gaiolas superlotadas,
leva vários dias.
Este
fato, tipificado como acidente, infelizmente é uma rotina no Brasil, seja no
ar, seja na água, seja em terra firme: estradas, chão de igreja, chão de
fábrica, chão de loja ou chão de escola. Nas ruas, temos algumas dezenas de
milhões de veículos, e chama a atenção o número cada vez maior de carros,
rodando sem a mínima condição de segurança. Sem manutenção de freios, com pneus
carecas, e sistema de suspensão vencido, e sujeito a quebras repentinas (situação
agravada pela recessão e ausência de recursos por parte do usuário, para fazer
os reparos tempestivamente).
O País
flerta com o abismo na questão de acidentes. Não deveria. E há muito parou de
contabilizar os prejuízos com a falta de prevenção de acidentes, na contramão
do Mundo, que acaba de celebrar o lançamento da ISO 45001, em meados de 2018,
justamente para estancar esta sangria, refletida nas incontáveis perdas de
vidas, subtraídas de nosso capital humano, além do elevado custo social com as
sequelas de acidentes. Vide Mariana e Brumadinho - histórias tristes e
recentes, de como grandes empresas brasileiras, players mundiais, não
investiram adequadamente em avaliação de risco e segurança, gerando mortes,
destruição de valor, e ,prejudicando estas e futuras gerações, o que é
absolutamente imperdoável.
Pois se até
as pequenas e médias empresas, já estão operando a gestão integrada da saúde e
segurança do trabalho, do meio ambiente e da qualidade, baseadas nas normas
internacionais, ISO9001, ISO 45001 e ISO 14001, porque não elas, pergunto. Pois
os empresários já fizeram as contas, e perceberam o enorme retorno que uma
empresa tem, quando passa a eliminar as causas de acidentes e quase acidentes, nos
pontos críticos de controle, utilizando-se para isso, as Ferramentas da
Qualidade, e as boas práticas de gestão, principalmente com responsabilidade
social. Por ser um tema relevante e fundamental para o crescimento do País, estamos
lançando pela FGW Faculdade de Gestão Woli de Araxá -MG, um MBA de Gestão
integrada da Qualidade ,100% EAD, abordando estes temas e normas, aplicando os
mesmos na prática do chão de fábrica, chão de loja e chão de escola, e, na
companhia de um brilhante time de profissionais, professores e convidados.
Schopenhauer,
em 1860, afirmava:" Podemos pensar o que ninguém pensou, sobre algo que
todos veem". Há uma cultura de descaso com a qualidade , MA e segurança no País, no dia a dia,
principalmente nas famílias: Crianças morrem afogadas em baldes dágua, ou,
ficam marcadas para toda vida por queimaduras, devido à falta de prevenção e
educação para segurança, das mães; Marquises de prédios e tetos de igrejas, hospitais
, e escolas, desabam como castelo de cartas, por falta de manutenção e,
agora, no caso da cervejaria Backer, a falta de BPF, Boas Práticas de
Fabricação –tirou a vida e/ou saúde de dezenas de pessoas, seus clientes, por
falta de cuidado técnico básico, enfim, por pura falta de gestão.
Por isso,
palmas para pastores de almas, que renovam telhados de igrejas, e cuidam de
extintores de incêndio; para gestores de fábricas que aplicam a gestão
integrada da qualidade, para prefeitos, que reformam marquises de velhos
mercados municipais, recuperando a arquitetura do século passado, como em SP,
BH e Uberlândia. Tal modelo de gestão, garante a qualidade dos produtos e
serviços, preserva o meio ambiente, evita acidentes, preserva vidas, e, no caso
das cidades, cria espaços culturais e de lazer fundamentais à Polis urbana.
José Carlos Nunes Barreto
Pós
doutor e Sócio diretor da DEBATEF Consultoria
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